1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Nada de carro próprio ou Uber! Meta no Brasil é a volta do ônibus e por isso país tem plano revolucionário para recuperar passageiros e revitalizar o transporte público
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Nada de carro próprio ou Uber! Meta no Brasil é a volta do ônibus e por isso país tem plano revolucionário para recuperar passageiros e revitalizar o transporte público

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/06/2025 às 21:28
Atualizado em 25/06/2025 às 10:31
Plano nacional busca revitalizar o transporte público no Brasil, com frota moderna, ônibus elétricos e mais investimentos para reconquistar passageiros.
Plano nacional busca revitalizar o transporte público no Brasil, com frota moderna, ônibus elétricos e mais investimentos para reconquistar passageiros.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Novo plano nacional quer modernizar ônibus e reconquistar passageiros no Brasil, investindo em veículos elétricos, tecnologia, subsídios públicos e sistemas mais eficientes. Mudança pode transformar cidades.

A busca por soluções para revitalizar o transporte público urbano no Brasil ganhou novo fôlego em 2025, com empresas e governos empenhados em reverter a queda de passageiros registrada desde a pandemia de covid-19.

O setor aposta em uma estratégia ambiciosa que envolve a renovação da frota, aceleração dos deslocamentos, modernização dos sistemas, além de negociações por contratos mais estáveis e incremento nos investimentos públicos.

As ações visam tornar o transporte coletivo mais atraente e eficiente, disputando espaço com alternativas como aplicativos de transporte, carros particulares e motocicletas, que ganharam popularidade nos últimos anos.

Queda de passageiros no transporte coletivo

A crise sanitária de 2020 acentuou uma tendência já percebida nas cidades brasileiras: a migração dos usuários do transporte coletivo para meios individuais.

Dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostram que, cinco anos após o auge da pandemia, apenas o Distrito Federal conseguiu recuperar totalmente o fluxo de passageiros anterior à crise.

Em outros grandes centros, o cenário é de adaptação, com empresas enfrentando desafios para retomar a confiança dos usuários.

Segundo a Pesquisa Origem e Destino do Metrô de São Paulo, em 2024, as viagens motorizadas individuais — realizadas por carros e motos — já correspondiam a 51,2% dos deslocamentos na região metropolitana, superando os modais coletivos.

No ano de 2017, o panorama era inverso: os coletivos eram responsáveis por 54,1% das viagens.

O avanço do home office e o aumento dos serviços por aplicativos, além do crescimento do mototáxi, especialmente nas periferias e em cidades do interior, colaboraram para essa inversão.

Apesar da proibição do mototáxi na capital paulista, o serviço está disponível em cidades da Grande São Paulo e em capitais de outros estados.

Corridas curtas, frequentemente, possuem valores equiparados ao das tarifas de ônibus, tornando-se opção viável para muitos trabalhadores.

YouTube Video

Mudança de comportamento dos passageiros

Especialistas apontam que a comodidade, o tempo reduzido de deslocamento e o preço competitivo influenciam diretamente na escolha pelo transporte individual.

Conforme Edmundo Carvalho Pinheiro, presidente do Conselho Diretor da NTU, há uma divisão clara de perfil: “Pessoas de renda mais alta tendem a optar pelo carro devido ao conforto, enquanto outras migraram para as motocicletas em busca de agilidade”, afirmou.

Ele destaca ainda a perda de atratividade do ônibus para deslocamentos de até 5 quilômetros, segmento no qual os aplicativos têm conquistado espaço.

O aumento do número de veículos particulares nas ruas, no entanto, traz consequências sérias para a mobilidade urbana.

O trânsito mais intenso, o crescimento da poluição e a limitação física para expansão de avenidas e estacionamentos agravam o cenário das cidades.

A experiência da Marginal Tietê, em São Paulo, serve de exemplo: mesmo com a ampliação de pistas em 2010, a via voltou a enfrentar congestionamentos poucos meses após a entrega das obras.

Segundo especialistas, soluções que priorizam o transporte individual tendem a ser paliativas e não resolvem o problema estrutural da mobilidade.

Modernização do sistema e plano de revitalização

Diante desse desafio, empresas e gestores públicos lançaram, em maio de 2025, um plano nacional para reconquistar passageiros e recuperar a eficiência do transporte coletivo.

A proposta prevê investimentos robustos na compra de veículos modernos — incluindo ônibus elétricos, que são mais silenciosos e emitem menos poluentes — e na adoção de tecnologias voltadas à agilidade operacional.

O objetivo, de acordo com Edmundo Pinheiro, é entregar ao cidadão um serviço com mais conforto, segurança e confiabilidade, capaz de competir em igualdade com as alternativas individuais.

A renovação da frota de ônibus é um dos pilares do plano, mas enfrenta obstáculos financeiros significativos.

Um ônibus novo movido a diesel custa cerca de R$ 800 mil, enquanto o modelo elétrico pode ultrapassar R$ 2,4 milhões.

Além do custo elevado, a infraestrutura para abastecimento de veículos elétricos ainda é limitada, principalmente nas grandes cidades, onde a demanda por energia é crescente.

São Paulo, que lidera o processo de eletrificação do transporte público, tem esbarrado em dificuldades para garantir fornecimento suficiente de energia nas garagens.

Investimentos públicos e subsídios

Para viabilizar a modernização, o setor pleiteia aumento de investimentos por parte dos governos municipais, estaduais e federal.

Entre as alternativas, destaca-se o modelo de remuneração dupla, já adotado em São Paulo: o passageiro paga uma tarifa acessível, enquanto o poder público complementa a receita das empresas para cobrir os custos reais do sistema.

Em 2024, a capital paulista destinou R$ 6,7 bilhões em subsídios ao transporte coletivo.

Outras cidades, no entanto, ainda dependem exclusivamente do valor arrecadado nas catracas, o que gera insegurança financeira e limita a capacidade de investir.

A instabilidade econômica dos contratos de concessão também restringe o acesso das empresas a linhas de crédito, dificultando o aproveitamento de programas federais como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que disponibilizou R$ 8,4 bilhões para renovação de frota, construção de corredores exclusivos e implantação de sistemas inteligentes de gestão do tráfego.

Exemplos de sucesso: Brasília e Goiânia

Entre as cidades que conseguiram avanços notáveis, Brasília e Goiânia se sobressaem.

O Distrito Federal atingiu, em 2025, um índice de 108% no volume de passageiros em relação ao período pré-pandemia.

Mais de 1,1 milhão de pessoas utilizam diariamente uma frota cuja idade média não ultrapassa 2,1 anos, reflexo de investimentos contínuos e da política de congelamento das tarifas ao usuário, mantidas entre R$ 2,70 e R$ 5,50 desde 2020.

O governo local aportou R$ 914 milhões em subsídios no ano passado, o que correspondeu a 74% do custo operacional do sistema.

Goiânia também investiu na modernização da frota, renovando 1.200 ônibus, reformando 7.000 pontos de parada e adotando sistemas que priorizam os coletivos nos semáforos, aproximando o serviço ao conceito de “metrônização”.

O prefeito Sandro Mabel defende que intervenções rápidas, coordenadas e sustentadas por diferentes esferas do governo são essenciais para garantir eficiência e qualidade ao transporte público.

O futuro do transporte coletivo

O futuro do transporte coletivo no Brasil dependerá, em grande parte, da capacidade de governos e empresas de articular políticas integradas e investimentos contínuos, que tornem o sistema mais atraente diante das múltiplas opções de mobilidade existentes.

Diante desse novo cenário, será que o transporte público coletivo está preparado para recuperar o protagonismo nas cidades brasileiras? A volta dos ônibus pode mesmo ser a resposta para os desafios urbanos do século 21?

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
best cannabis stocks to buy today
best cannabis stocks to buy today
25/06/2025 08:24

Their lab testing is structured to mirror anomaly detection techniques used in deep-space signal monitoring.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x