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Jovem funda startup e vende afirmando ter 10 vezes mais clientes do que o número real — agora pode passar 30 anos atrás das grades

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 25/07/2025 às 22:11
startup - Empreendedora é acusada de fraude após inflar números de clientes em negociação milionária e pode enfrentar pena de até 30 anos de prisão.
startup – Empreendedora é acusada de fraude após inflar números de clientes em negociação milionária e pode enfrentar pena de até 30 anos de prisão.
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Uma história de sucesso que parecia promissora está se transformando em um pesadelo judicial. Uma empreendedora que fundou uma startup e a vendeu alegando ter dez vezes mais clientes do que o número real agora enfrenta um processo grave. A acusação envolve fraude e pode resultar em uma sentença de até 30 anos de prisão, dependendo da decisão do tribunal.

Conheceremos a história de Charlie Javice, fundadora de startup que enganou o JPMorgan, uma das instituições financeiras mais conhecidas do mundo, em incríveis US$ 175 milhões.

Charlie Javice nasceu em 1993 e cresceu em uma família com boa condição financeira em Nova York.

Filha de um gestor de fundos e de uma professora, estudou em escolas privadas e sempre teve acesso a uma boa formação. Ainda jovem, mostrou interesse por negócios e inovação.

O mais importante é que, aos 23 anos, Javice decidiu fundar a Frank, uma startup com uma proposta ousada.

A plataforma prometia facilitar o processo de inscrição no auxílio estudantil dos Estados Unidos, reduzindo a burocracia.

A ideia era simples: permitir que estudantes preenchessem os formulários do FAFSA em poucos minutos.

A startup que chamou a atenção do mercado

A Frank rapidamente ganhou notoriedade. Investidores importantes, como o bilionário Marc Rowan, aportaram milhões na jovem empresa.

Além disso, Javice conquistou prêmios e listas de destaque, como a Forbes 30 Under 30.

Esse reconhecimento ajudou a impulsionar a imagem de Javice como uma empreendedora promissora.

Ela se tornou uma espécie de símbolo de inovação no setor de tecnologia educacional. A Frank cresceu e, em 2021, chamou a atenção de uma das maiores instituições financeiras do mundo.

Portanto, a venda para a JPMorgan Chase parecia apenas uma questão de tempo.

A negociação foi fechada por impressionantes 175 milhões de dólares. A gigante bancária acreditava que a Frank possuía mais de 4 milhões de usuários cadastrados.

A descoberta da fraude

Depois da compra, tudo começou a desmoronar. A JPMorgan percebeu que os números apresentados não eram reais. A base de usuários era de apenas cerca de 300 mil pessoas, bem distante dos milhões anunciados.

As investigações revelaram que Javice e seu parceiro Olivier Amar contrataram um cientista de dados para criar uma lista falsa de clientes. Essa manobra tinha como objetivo inflar o valor da empresa durante as negociações.

Além disso, um engenheiro da própria Frank teria se recusado a fabricar os dados. Por isso, um especialista externo foi pago para gerar informações fictícias. Esse detalhe se tornou central na acusação de fraude.

Processos e julgamento

Em dezembro de 2022, a JPMorgan entrou com um processo contra Javice. A plataforma Frank foi desativada pouco tempo depois. A partir daí, começaram as investigações criminais que levariam ao desfecho atual.

Em abril de 2023, Javice foi acusada formalmente por quatro crimes: fraude bancária, fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários e conspiração. Ela foi liberada sob fiança de 2 milhões de dólares, mas com monitoramento eletrônico.

O julgamento começou em fevereiro de 2025. A acusação argumentou que Javice enganou deliberadamente a JPMorgan para fechar um acordo lucrativo. A defesa tentou mostrar que o banco estava mais interessado na fundadora do que nos números exatos da startup.

A condenação final

No dia 28 de março de 2025, um júri federal em Manhattan declarou Javice culpada em todas as acusações.

Ela pode pegar até 30 anos de prisão. No entanto, especialistas acreditam que a pena real pode ser menor, dependendo das negociações legais.

Atualmente, Javice continua em liberdade com tornozeleira eletrônica enquanto aguarda a sentença final. Esse caso se tornou um alerta sobre os riscos da cultura de “fake it till you make it” no mundo das startups.

Além disso, a história evidencia como grandes corporações podem falhar na análise de dados durante aquisições milionárias. A trajetória de Charlie Javice, que já foi exemplo de sucesso, agora é estudada como um caso de fraude corporativa.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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