Nova fábrica no Mato Grosso do Sul promete alavancar a produção de celulose do estado, gerando milhões de toneladas por ano e criando milhares de empregos no Vale da Celulose.
A capacidade de produção de celulose em Mato Grosso do Sul está projetada para dobrar nos próximos anos, consolidando a região como o “Vale da Celulose“. O fator chave será a construção de uma nova fábrica localizada em Inocência, que recebeu autorização para operação pelo governo estadual na última sexta-feira, dia 10.
Produção de celulose no Mato Grosso do Sul deve chegar a 10 milhões de toneladas
A empresa chilena Arauco anunciou que a capacidade produtiva da nova fábrica em Inocência será de 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com previsão de início das operações para 2028. Antes mesmo da autorização oficial, Mato Grosso do Sul já se preparava para assumir a liderança nacional no setor, impulsionado pelo início das operações da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, além das já existentes em Três Lagoas, pertencentes à Suzano e Eldorado.
A produção combinada destas empresas em Mato Grosso do Sul deverá superar 10 milhões de toneladas anuais de celulose, ultrapassando os 5,5 milhões produzidos atualmente pela Bahia, líder nacional até então. Esse aumento na produção está posicionando o estado como o novo Vale da Celulose.
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Adicionalmente, a Bracell, reconhecida globalmente pela produção de celulose solúvel especial, também tem investido no estado. Desde o final de 2021, a empresa desenvolve áreas de cultivo florestal em duas cidades de Mato Grosso do Sul para suprir suas fábricas em outras regiões do país. A formação deste cluster de celulose, que inclui algumas das maiores e mais eficientes empresas do setor, está transformando a base econômica do estado, consolidando-o como um centro vital para a indústria de celulose.
Nova fábrica no Mato Grosso do Sul deve gerar milhares de empregos
Com a expansão industrial, Mato Grosso do Sul fortalece sua vocação agrícola ao explorar a silvicultura, essencial para abastecer as indústrias de celulose, agregando valor à matéria-prima local, que se transforma em um insumo crucial para diversos produtos. O governador Eduardo Riedel (PSDB) enfatiza que a transformação econômica do estado demandará uma colaboração intensa entre entidades públicas e privadas, mas prevê a criação de inúmeros empregos para a população local.
Riedel ressalta que o estado tem procurado desenvolver projetos em parceria com o setor privado para investir em infraestrutura, como rodovias e ferrovias, com o objetivo de oferecer condições competitivas para esses empreendimentos e gerar mais oportunidades de emprego. Ele acredita que, apesar dos desafios que surgirão nos próximos quatro anos, as oportunidades criadas beneficiarão consideravelmente o estado.
Carlos Altimiras, CEO da Arauco Brasil, informou que as obras de terraplanagem para a nova fábrica em Inocência estão programadas para começar neste mês de julho. Segundo ele, a construção, quando atingir seu pico, deve gerar até 12 mil empregos, representando um desafio para a empresa chilena em termos de contratação de mão de obra.
Brasil é líder na produção e exploração de celulose
Em 2022, o Brasil consolidou sua posição como maior produtor e exportador mundial de celulose, alcançando marcas históricas na atividade florestal e fortalecendo sua liderança no mercado global. O país registrou uma receita anual impressionante de R$ 250 bilhões.
De acordo com dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a produção nacional de celulose em 2022 foi de 25 milhões de toneladas, representando um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior. As exportações também cresceram, com um aumento de 22%, totalizando 19,1 milhões de toneladas.
Atualmente, o Brasil mantém quase 10 milhões de hectares de áreas cultivadas com florestas destinadas à produção e 6 milhões de hectares dedicados à conservação de florestas nativas, demonstrando o compromisso do país com a sustentabilidade em suas práticas industriais.
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