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Motos pela metade do preço no Paraguai atraem brasileiros, mas o barato pode sair muito caro; entenda os riscos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 13/06/2025 às 23:20
Atualizado em 14/06/2025 às 11:48
Motos com até 50% de desconto no Paraguai atraem brasileiros, mas podem gerar apreensão, multas e até processos criminais no Brasil.
Motos com até 50% de desconto no Paraguai atraem brasileiros, mas podem gerar apreensão, multas e até processos criminais no Brasil.
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Ofertas até 50% mais baratas fazem crescer o interesse por motos paraguaias, mas especialistas alertam para os riscos jurídicos e fiscais de cruzar a fronteira com um veículo irregular

A promessa de comprar moto no Paraguai por valores significativamente menores atrai cada vez mais brasileiros às cidades de fronteira.

Segundo o Correio do Estado, em pesquisa realizada em abril de 2025, motos básicas (100–125 cc) custam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil no Paraguai.

No Brasil, esse valor ultrapassa os R$ 8 mil. Já os modelos intermediários, com 150 a 170 cc, variam de R$ 7 mil a R$ 10,2 mil em território paraguaio, contra valores a partir de R$ 12 mil no mercado nacional.

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Essa diferença expressiva ocorre por fatores como menor carga tributária, ausência de IPVA e um sistema alfandegário simplificado, o que reduz significativamente o custo final ao consumidor local.

Além disso, o Paraguai se tornou um polo de revenda de produtos importados da Ásia, como motos de marcas chinesas, com linhas de montagem simplificadas e menor exigência regulatória.

É permitido circular com moto de placa paraguaia no Brasil?

A resposta é direta: não, salvo em situações específicas. Apenas turistas estrangeiros com residência fora do Brasil têm autorização para circular temporariamente com veículos de placas estrangeiras.

Para quem decide comprar moto no Paraguai e trazê-la para o Brasil, o uso sem regularização é ilegal e pode ser enquadrado como crime de contrabando. As penalidades incluem:

  • Apreensão do veículo
  • Multas pesadas
  • Processos criminais
  • Sonegação de impostos (Imposto de Importação, IPI, ICMS, IPVA)

A Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal realizam operações frequentes em rodovias de fronteira.

Em maio de 2025, por exemplo, uma blitz na BR-463, no Mato Grosso do Sul, apreendeu 42 motos paraguaias irregulares apenas em uma manhã. A maioria dos condutores alegava desconhecer a legislação.

Brasileiros buscam motos até 50% mais baratas no Paraguai, mas enfrentam riscos legais e burocráticos que podem complicar a economia esperada.

Como funciona a legalização de motos paraguaias?

A importação legal só é permitida para veículos zero quilômetro, e o processo envolve etapas rigorosas. É necessário:

  • Solicitar licença de importação via Siscomex.
  • Passar pela homologação técnica do Inmetro.
  • Pagar impostos cumulativos (II, IPI, ICMS, PIS/Cofins).
  • Apresentar nota fiscal e documentação de origem.
  • Realizar inspeção física do veículo e adequação às normas brasileiras.

Além disso, é preciso contratar um despachante aduaneiro habilitado, registrar o veículo na Receita Federal e, posteriormente, realizar o emplacamento junto ao Detran estadual.

Esse processo pode levar de 45 a 90 dias e, com os custos somados, elevar o preço final da moto em até 80%, o que frequentemente elimina o benefício de comprar motos pela metade do preço no Paraguai.

Quais são os riscos de comprar moto no Paraguai?

Embora a economia aparente seja o principal atrativo, os riscos envolvidos são diversos:

  • Ausência de garantia e assistência técnica no Brasil, especialmente em modelos não homologados.
  • Dificuldade na manutenção e peças de reposição, já que muitos modelos importados não têm representação no país.
  • Alto risco de fraude, com motos clonadas, roubadas ou com documentação irregular.
  • Fiscalização intensa nas regiões de fronteira, com operações frequentes da Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal.

Além disso, alguns compradores relatam que, mesmo com a intenção de legalizar o veículo, enfrentam problemas por falta de documentação adequada fornecida pela loja paraguaia.

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Moradores de fronteira têm vantagem?

Cidades como Ponta Porã (MS), Foz do Iguaçu (PR) e Mundo Novo (MS) veem um fluxo constante de brasileiros buscando motos pela metade do preço no Paraguai.

A proximidade geográfica e a facilidade de acesso fazem parecer simples a aquisição. No entanto, a legalização do veículo segue exigindo o mesmo processo, independentemente da localização do comprador.

Inclusive, moradores dessas cidades são alvo frequente de fiscalizações surpresa. Em abril de 2025, a PRF intensificou operações na fronteira com o Paraguai após denúncias de “laranjas” usados para burlar a legislação de importação.

Vale a pena importar uma moto do Paraguai?

Do ponto de vista financeiro, o desconto inicial pode ser atraente. Mas ao considerar o custo total da importação legal e os riscos envolvidos em uma operação irregular, o barato pode sair muito caro.

Quem pensa em comprar moto no Paraguai deve:

  • Verificar a legalidade do processo com um despachante aduaneiro.
  • Evitar motos usadas, cuja importação é proibida no Brasil.
  • Exigir nota fiscal, garantia e procedência do veículo.
  • Confirmar se o modelo é homologado pelo Inmetro.

Sem cumprir essas etapas, a motocicleta poderá ser apreendida, gerando prejuízo total ao comprador e consequências criminais.

Você teria coragem de comprar uma moto no Paraguai mesmo sabendo dos riscos legais e financeiros? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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Monte Verde Damasceno
Monte Verde Damasceno
15/06/2025 13:17

É claro que nao ha como trazer estas motos para o Brasil. A FACCAO CRIMINOSA que tomou o pais nao deixa!!! A Faccao tem que EXTORQUIR o cidadao, em tudo! Aqui, nao ha IMPOSTO! O que existe é EXTORSAO pura e simples, para os membros da quadrilha MAMAREM enquanto nos tomamos no cú!!! Ate quando!?

Marcelo Marinho
Marcelo Marinho
15/06/2025 11:18

Bom, quem tem coragem ou necessidade de morar no pior país do mundo tanto em termos tributários como em retorno do que paga de impostos sabe que aqui o estado é tão pesado que não vale o risco de afronta-lo

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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