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Motoristas da Uber foram pagos para forjar acidentes e fraudar seguros

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 13/06/2025 às 12:59
Atualizado em 14/06/2025 às 11:52
Motoristas e clínicas forjam acidentes para lucrar com seguros. Uber denuncia esquema milionário e aciona Justiça com base na Lei RICO nos EUA.
Motoristas e clínicas forjam acidentes para lucrar com seguros. Uber denuncia esquema milionário e aciona Justiça com base na Lei RICO nos EUA.
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Motoristas e clínicas forjam acidentes para lucrar com seguros. Uber denuncia esquema milionário e aciona Justiça.

Pesquisadores revelam mudanças profundas na fala brasileira que podem dar origem a um novo idioma, separando o país da norma europeia. A transformação já influencia crianças, cultura e vocabulário, e especialistas dizem que o processo é irreversível.

A Uber Technologies Inc. entrou com um processo federal nos Estados Unidos contra um grupo de motoristas, advogados e prestadores de serviços médicos, acusando-os de orquestrar um esquema de fraudes envolvendo seguros automotivos.

De acordo com a empresa, os envolvidos forjavam colisões e simulavam lesões para receber pagamentos indevidos por meio de apólices, o que causou prejuízos de milhões de dólares à plataforma de transporte.

O caso foi registrado no tribunal federal do sul da Flórida em junho de 2025, e revela a existência de um sistema bem estruturado que atuava entre 2023 e 2024.

Segundo a Uber, os cinco motoristas mencionados no processo foram recrutados mediante pagamento de propinas com o objetivo de simular acidentes de trânsito.

Com o apoio de profissionais jurídicos e clínicas médicas, o grupo produzia registros de atendimento clínico falsos e ingressava com ações judiciais baseadas em lesões inexistentes.

A denúncia detalha que os participantes do esquema levavam seus veículos a oficinas específicas, que manipulavam os carros para criar a aparência de danos causados por colisões.

Com esses veículos alterados, os acusados buscavam reforçar a ideia de que os ocupantes teriam sofrido ferimentos, o que justificaria tratamentos médicos e pedidos de indenização por parte dos motoristas envolvidos.

Fraudes médicas e ações judiciais fictícias

De acordo com a Uber, o objetivo dos envolvidos era criar “uma justificativa médica artificial”, possibilitando o acesso a tratamentos desnecessários e a geração de despesas médicas infladas.

Esses documentos serviam como base para ações judiciais contra seguradoras, que acabavam realizando acordos financeiros para evitar litígios prolongados.

Em diversos casos, os próprios motoristas se apresentavam como vítimas dos acidentes que ajudaram a simular.

A empresa relatou que ainda está apurando a extensão total das fraudes, mas afirmou já ter identificado “vários milhões de dólares em custos de defesa judicial e acordos legais” originados diretamente do esquema.

Como consequência, o aumento nas despesas com seguros impacta o modelo de negócio da plataforma, já que os altos valores são, em parte, repassados aos consumidores por meio de tarifas elevadas.

Uber tenta conter crescimento de fraudes na plataforma

Este processo representa a segunda iniciativa do tipo movida pela Uber em 2025.

Em janeiro, a empresa havia processado outro grupo de clínicas médicas e escritórios de advocacia em Nova York, alegando práticas fraudulentas similares.

As ações fazem parte de uma estratégia mais ampla da companhia para conter o aumento dos golpes relacionados a apólices de seguro nos Estados Unidos.

Além dos processos judiciais, a Uber anunciou ter investido milhões de dólares em campanhas publicitárias nos últimos meses.

O objetivo dessas campanhas é alertar o público e pressionar legisladores por reformas nas leis de seguros, especialmente nos estados onde há maior número de fraudes.

A companhia defende que o atual sistema favorece ações abusivas, encarecendo os serviços e comprometendo a sustentabilidade do modelo de transporte por aplicativo.

Adam Blinick, diretor de políticas públicas da Uber para os mercados dos Estados Unidos e Canadá, afirmou que a empresa agirá sempre que identificar irregularidades.

“Se observarmos comportamentos indevidos na plataforma, tomaremos as medidas cabíveis, incluindo ações com base na Lei RICO”, disse o executivo, referindo-se à legislação federal norte-americana contra organizações criminosas, conhecida como RICO Act (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act).

Lei RICO e impacto na responsabilização civil

Criada nos anos 1970 para combater o crime organizado, a Lei RICO permite que empresas processem indivíduos ou grupos por envolvimento em práticas fraudulentas contínuas.

Com base nessa legislação, a Uber busca responsabilizar não apenas os motoristas, mas também os advogados e profissionais de saúde que, segundo a denúncia, participaram ativamente das fraudes.

Especialistas apontam que o uso da Lei RICO neste contexto sinaliza um endurecimento na postura das empresas de tecnologia frente às fraudes.

Para a Uber, a medida também representa uma tentativa de dissuadir novos golpes, especialmente em regiões onde há alto índice de sinistros duvidosos envolvendo serviços de transporte por aplicativo.

Custo do seguro é repassado ao usuário final

As fraudes não afetam apenas a Uber em termos operacionais e financeiros.

Como as seguradoras aumentam os prêmios diante do risco elevado, os custos são repassados à empresa, que por sua vez eleva os preços cobrados dos passageiros.

Isso significa que os consumidores acabam arcando, mesmo que indiretamente, com os prejuízos causados por fraudes no sistema da Uber.

Com o mercado de mobilidade urbana cada vez mais competitivo, a alta nos valores das corridas pode comprometer o crescimento do setor e afastar usuários que dependem do transporte por aplicativo.

A Uber tem alertado que, sem ações firmes para combater essas práticas, o impacto sobre o consumidor será inevitável.

Medidas preventivas e novos protocolos de segurança

Para reduzir os casos de fraude, a Uber informou estar adotando novos sistemas de monitoramento e análise de dados.

A empresa investe em inteligência artificial para identificar padrões suspeitos de comportamento entre motoristas e passageiros.

Além disso, protocolos mais rígidos de verificação de acidentes e auditoria médica estão sendo implantados.

Ainda assim, especialistas em segurança apontam que o combate efetivo a fraudes depende também de mudanças estruturais nas leis estaduais norte-americanas sobre seguros e responsabilidade civil.

Estados como a Flórida e Nova York, onde os casos ocorreram, têm regras que facilitam o acesso a indenizações, o que pode estimular práticas irregulares.

Uber amplia ofensiva contra fraudes

A ofensiva da Uber contra esquemas fraudulentos integra um movimento mais amplo entre empresas de tecnologia que operam nos Estados Unidos.

Outras plataformas de mobilidade urbana também relatam crescimento de tentativas de fraudes semelhantes, embora nem todas adotem medidas públicas com o mesmo grau de rigor jurídico.

No contexto atual, a Uber busca se posicionar como pioneira no enfrentamento dessas práticas e na preservação da integridade do sistema de transporte por aplicativo.

A empresa sustenta que seu esforço jurídico é, sobretudo, uma defesa dos usuários e dos motoristas que operam honestamente.

Diante das revelações e da gravidade das denúncias, resta uma questão central: até que ponto fraudes como essas já comprometeram a confiança no modelo de transporte por aplicativo e o quanto isso pode afetar o comportamento dos usuários daqui para frente?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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