Motor 1.0 VVT-i com 12 válvulas é o segredo do consumo de 21 km/l do Toyota Aygo X. Entenda por que esse motor compacto é tão eficiente, leve e confiável.
Muito antes dos híbridos dominarem o mercado, a Toyota já era referência em criar motores econômicos, leves e incrivelmente duráveis. E o que pouca gente percebe é que parte desse DNA também está presente em soluções aparentemente simples — como o motor 1.0 VVT-i de 12 válvulas que equipa o Toyota Aygo X, o mini SUV urbano da marca japonesa vendido na Europa. Com três cilindros, apenas 998 cc de cilindrada e uma engenharia sem frescura, esse motor é o principal responsável por fazer o Aygo X entregar um dos melhores consumos da categoria: mais de 21 km/l na média em uso real, sem qualquer tipo de eletrificação ou auxílio híbrido.
Mas como um motor 1.0 aspirado consegue resultados tão bons assim? E o que a Toyota fez para extrair eficiência sem comprometer desempenho ou confiabilidade?
A resposta está numa combinação inteligente de baixo peso, combustão otimizada, comando de válvulas variável (VVT-i), baixa perda por atrito e um projeto totalmente voltado à eficiência térmica. A seguir, destrinchamos os detalhes técnicos desse propulsor que, silenciosamente, mostra que não é preciso ser híbrido para ser eficiente.
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1KR-FE: o motor 1.0 que desafia o tempo
O motor que equipa o Aygo X é o 1KR-FE, fabricado pela Toyota desde 2004 — e amplamente utilizado em modelos compactos da marca como Aygo, Yaris, Passo e até no Peugeot 107 e Citroën C1 (em versões de parceria antiga). O segredo da longevidade está em sua base simples, porém altamente otimizada.
Especificações técnicas do motor 1.0 VVT-i do Aygo X:
- Cilindros: 3 em linha
- Cilindrada: 998 cm³
- Potência máxima: 72 cv a 6.000 rpm
- Torque máximo: 9,3 kgfm a 4.300 rpm
- Válvulas: 12 (4 por cilindro)
- Comando de válvulas: Único no cabeçote (SOHC), com VVT-i no lado de admissão
- Taxa de compressão: 11,5:1
- Sistema de alimentação: Injeção eletrônica multiponto
- Peso do motor: apenas 69 kg
O motor é todo construído em alumínio, incluindo bloco e cabeçote — o que ajuda a manter o carro leve e melhora a dissipação de calor. Menos peso significa menos esforço para mover o veículo, e isso impacta diretamente no consumo.
VVT-i: o comando variável que faz toda a diferença
A sigla VVT-i significa Variable Valve Timing – intelligent, ou comando variável inteligente de válvulas. No motor do Aygo X, o sistema atua na admissão, variando o tempo de abertura das válvulas de acordo com a rotação do motor e a carga demandada.
Isso tem três efeitos práticos:
- Melhora o torque em baixas rotações, facilitando retomadas e deslocamentos urbanos.
- Reduz o consumo em velocidade de cruzeiro, ao ajustar a sobreposição das válvulas.
- Reduz emissões, com controle mais preciso da mistura ar-combustível.
Na prática, o VVT-i permite que o motor entregue mais elasticidade, exigindo menos trocas de marcha e rodando por mais tempo em rotações ideais.
Combustão limpa e precisa: o segredo do baixo consumo
A Toyota projetou o 1KR-FE com foco total em eficiência térmica. A câmara de combustão é compacta e bem dimensionada, com injetores que atomizam o combustível de forma precisa. O sistema de ignição usa bobinas individuais por cilindro e a central eletrônica comanda tudo com alta precisão.
A taxa de compressão elevada (11,5:1) seria um problema em combustíveis ruins — mas na Europa, onde o Aygo X é vendido, a gasolina é de alta octanagem, o que permite essa configuração sem risco de detonação.
Com tudo isso, o motor trabalha “fino”, extraindo o máximo da energia do combustível, queimando menos e entregando mais.
Baixa perda por atrito = menos esforço, mais economia
Outro ponto chave é a redução de atrito interno. Pistões, anéis, virabrequim e balancins foram projetados para ter o mínimo de resistência entre si. Além disso, o uso de óleo sintético de baixa viscosidade (normalmente 0W-20 na Europa) contribui para que o motor gire com leveza.
O resultado prático disso?
- Menor desgaste interno
- Maior vida útil
- Consumo consistentemente baixo mesmo com o passar dos anos
Segundo a própria Toyota, esse motor pode ultrapassar 300 mil km com manutenção básica — algo que também contribui para seu sucesso entre frotistas e motoristas urbanos na Europa.
Desempenho suficiente para a proposta urbana
Embora tenha apenas 72 cv, o Aygo X não decepciona no uso cotidiano. Com peso total de apenas 940 kg, o motor 1.0 leva o carro de 0 a 100 km/h em cerca de 14,9 segundos (com câmbio manual) — mais que suficiente para o trânsito urbano europeu, onde o foco é agilidade, não velocidade.
O torque máximo de 9,3 kgfm aparece em rotações médias, o que ajuda a manter o carro vivo sem exigir que o motorista estique as marchas.
E o consumo real? Surpreende — e muito
Em testes independentes e medições oficiais no ciclo WLTP, o Aygo X com motor 1.0 VVT-i alcança:
- Cidade: 20,8 km/l
- Estrada: 21,2 km/l
- Média geral: 21 km/l
Tudo isso sem nenhum sistema híbrido, bateria ou regeneração de energia. É consumo de carro híbrido — com a simplicidade de um motor a combustão tradicional.
O futuro dos motores compactos: o 1.0 VVT-i ainda faz sentido?
Apesar da eletrificação crescente, motores como o 1.0 do Aygo X mostram que ainda há espaço para a engenharia pura e otimizada. Com regulamentações ambientais cada vez mais rígidas e consumidores atentos ao custo por km rodado, há um nicho valioso para soluções enxutas, leves e de manutenção barata.
E quando se trata de equilíbrio entre custo, economia e durabilidade, o motor VVT-i da Toyota é um dos melhores exemplos que ainda existem no mercado.
O que esse motor entrega não está nos números brutos, mas no conjunto da obra: baixo peso, combustão eficiente, engenharia confiável e consumo real muito abaixo da média. Em um mundo obcecado por potência e desempenho, o motor do Aygo X mostra que a verdadeira inteligência está na simplicidade bem-feita.
E para quem busca mobilidade urbana com eficiência e sem complicação, é exatamente isso que importa.egmento e peso, especialmente considerando seu uso primordialmente urbano.
Preço e posicionamento na Europa: acessível e inteligente
O Aygo X é vendido em diversos mercados europeus com foco em custo-benefício. Os preços variam de país para país, mas em geral:
- Versão básica (Pure): a partir de € 15.800
- Versão intermediária (Edge): cerca de € 17.900
- Versão topo de linha (Limited ou Exclusive): até € 20.900
Convertendo para o real (jun/2025), o modelo mais completo custaria algo em torno de R$ 120 mil — o que seria competitivo até no Brasil, caso fosse nacionalizado.
Vale destacar que o Toyota Aygo X é especulado para chegar ao Brasil, possivelmente substituindo o Yaris hatch. Embora a Toyota não tenha confirmado oficialmente a vinda do modelo, diversos fatores e notícias indicam que o Aygo X pode ser lançado no mercado brasileiro em breve
O Toyota Aygo X não é híbrido, não é elétrico, não tem tração nas quatro rodas nem promessa de desempenho esportivo. Mas ele acerta onde importa: consumo, tamanho, confiabilidade e estilo. Seu motor 1.0 VVT-i mostra como a engenharia tradicional ainda pode surpreender quando bem aplicada.
Ideal para cidades congestionadas, garagens apertadas e orçamentos enxutos, o Aygo X se tornou uma alternativa de entrada premium para quem quer gastar menos, poluir menos e ainda assim ter um carro bonito, conectado e agradável de dirigir.
Num mundo onde SUVs crescem sem parar, o Aygo X prova que ser pequeno é uma virtude — especialmente quando a inteligência do projeto começa pelo motor.
Andei com ele, na Itália a maioria , 90% dos carros são desse tamanho, é um espetáculo, e muito seguro com airbags de cortina inclusive, por isso é ecomico, pequeno , leve, mais bem rápido, lembra o Nissan marcha, mas no Brasil os lucros e os impostos absurdos, e combustíveis ruins, fazem nos andarmos de carroças.
Lá na Europa Gasolina com alta Octanagem e aqui no Brasil gasolina com 30% de álcool !!! Com esta alta taxa de compressão vai dar ruim !
Mais álcool mais octanagem.
O Estado tem que diminuir impostos sobre veículos com essa proposta, pois os ganhos são reais, de consumo emissão e trânsito urbano!