Descubra como a Motiva cria comercializadora de energia para garantir redução de custos e metas ESG em suas operações até 2026.
Nos últimos anos, a busca por eficiência operacional e sustentabilidade vem moldando a trajetória de grandes empresas.
No Brasil, por exemplo, a Motiva, reconhecida por sua atuação na infraestrutura de mobilidade, deu um passo estratégico ao anunciar a criação de sua própria comercializadora de energia elétrica.
Dessa forma, a empresa não apenas otimiza custos, mas também acompanha as crescentes metas ESG (ambientais, sociais e de governança) que vêm transformando o mercado corporativo.
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Historicamente, o setor de infraestrutura sempre enfrentou desafios relacionados à gestão energética.
De fato, desde a eletrificação de rodovias e metrôs, passando pelo crescimento do transporte ferroviário, até a operação de aeroportos. A demanda por energia representa uma parcela significativa das despesas operacionais.
Portanto, no Brasil, grandes consumidores de eletricidade, como a Motiva, precisaram buscar alternativas para equilibrar eficiência econômica e sustentabilidade.
Assim, a criação de uma comercializadora própria surge como resposta estratégica a esse cenário.
Além disso, o tema da gestão energética ganhou ainda mais relevância com a expansão do setor de mobilidade urbana e a crescente urbanização no país.
Com a eletrificação de grandes projetos, como corredores de metrô e sistemas de VLT, tornou-se essencial otimizar contratos de energia e explorar modelos inovadores de compra e venda.
Nesse sentido, a iniciativa da Motiva se alinha a tendências globais, em que empresas integram inovação tecnológica e responsabilidade ambiental em suas operações.
Consequentemente, essa abordagem cria oportunidades econômicas e ambientais simultaneamente.
Centralização da gestão energética e redução de custos
A comercializadora da Motiva tem como objetivo central a redução de custos e a gestão consolidada de energia em todas as suas concessões, que incluem rodovias, metrôs, trens, VLT e aeroportos.
Hoje, a companhia figura entre as cinquenta maiores consumidoras de eletricidade do país, sendo, portanto, a segunda maior na Região Metropolitana de São Paulo.
Dessa forma, para empresas desse porte, a energia elétrica não funciona apenas como insumo, mas como fator crítico de competitividade.
Assim, a centralização da gestão energética permite à Motiva negociar preços mais vantajosos no mercado livre e monitorar com precisão o equilíbrio entre oferta e demanda.
Além do impacto financeiro direto, a iniciativa reforça o compromisso histórico da empresa com a sustentabilidade.
Por exemplo, em 2023, a Motiva definiu a meta de abastecer todos os seus ativos com fontes 100% renováveis e reduzir em 20% a conta de energia até 2026.
Para viabilizar essa meta, a companhia criou, em 2024, uma gerência executiva de energia. Fortalecendo sua capacidade de implementar políticas estratégicas que conciliem redução de custos com as metas ESG.
Portanto, esse movimento antecipou em um ano o alcance da meta de energia limpa. Mostrando que estratégias bem planejadas geram resultados concretos antes do prazo previsto.
Além disso, a centralização das operações de energia facilita a adoção de tecnologias digitais e ferramentas de monitoramento em tempo real.
Isso significa que a Motiva consegue antecipar variações de consumo, identificar oportunidades de eficiência e ajustar contratos de energia de forma dinâmica.
Assim, essa gestão gera economia financeira e contribui para a sustentabilidade ao reduzir desperdícios e otimizar o uso de recursos renováveis.
Apoio à descarbonização da cadeia de fornecedores
Adicionalmente, a nova comercializadora amplia o apoio da Motiva aos fornecedores na transição energética, promovendo a descarbonização da cadeia de suprimentos.
Ao oferecer serviços como análise do balanço energético, migração para o mercado livre e revenda de energia renovável, a Motiva fortalece o relacionamento comercial com parceiros e reduz as emissões de escopo 3, que correspondem às emissões indiretas da cadeia de valor.
Dessa maneira, esse modelo integra metas ESG e estratégias financeiras, mostrando que sustentabilidade e eficiência caminham lado a lado.
Historicamente, empresas líderes perceberam que a sustentabilidade da cadeia é tão relevante quanto a própria operação interna.
Assim, a Motiva utiliza seu tamanho e capacidade de crédito para oferecer condições comerciais mais competitivas, permitindo que contratos de suprimento sirvam como garantia nas transações, eliminando a necessidade de garantias externas e reduzindo custos adicionais.
Consequentemente, este modelo fortalece a cadeia de fornecedores e cria um ecossistema em que a sustentabilidade gera valor econômico.
Além disso, a estratégia de apoiar fornecedores produz efeitos multiplicadores.
Ao capacitar parceiros para usar energia limpa de forma eficiente, a Motiva reduz emissões gerais no setor, estabelece um padrão de responsabilidade ambiental e fortalece a reputação do mercado brasileiro em práticas sustentáveis.
Dessa forma, a empresa contribui para que toda a cadeia evolua, beneficiando não apenas sua operação, mas também a comunidade ao redor.
Diversificação das fontes de energia e eficiência operacional
Outro ponto importante da estratégia energética da Motiva é diversificar fontes de energia.
Por exemplo, a companhia firmou uma sociedade com a Neoenergia em parques eólicos no Piauí, abastecendo grande parte de suas operações ferroviárias em São Paulo.
Além disso, estabeleceu contratos de longo prazo com a EDP para a compra de energia solar e opera 18 usinas próprias de geração distribuída.
Portanto, essas iniciativas refletem uma tendência histórica em que grandes consumidores combinam autoprodução, contratos de longo prazo e energia renovável para garantir previsibilidade de custos e cumprimento das metas ESG.
O impacto financeiro da estratégia é evidente.
Com a centralização da gestão energética, a Motiva já reduziu em 17% o custo do kWh contratado.
Ao mesmo tempo, a empresa projeta otimizar sua eficiência operacional, diminuindo a relação entre despesas operacionais (Opex) e receita líquida de 40% para 28% até 2035.
Assim, melhorias na eficiência energética sempre foram um caminho sólido para reduzir custos e aumentar competitividade, e quando integradas a práticas sustentáveis, trazem benefícios de longo prazo tanto para o negócio quanto para o meio ambiente.
Além disso, a diversificação das fontes aumenta a resiliência frente a flutuações de preço no mercado de energia.
Isso torna a operação da Motiva mais estável e previsível.
Em um cenário global de incertezas no setor elétrico, essa segurança operacional se traduz em vantagens competitivas significativas.
Compromisso com a neutralidade de carbono
A criação da comercializadora fortalece a posição da Motiva no cumprimento de compromissos de neutralidade de carbono.
Ao atingir 100% de fontes renováveis em 2024, a empresa zerou suas emissões de escopo 2, que correspondem às emissões diretas da geração de energia adquirida.
Assim, esse feito histórico demonstra que metas ambientais não se resumem a promessas, mas se tornam alcançáveis quando acompanhadas de planejamento estratégico e investimento em tecnologias adequadas.
O movimento da Motiva também evidencia uma tendência global: empresas de grande porte incorporam cada vez mais políticas de ESG em suas operações.
Portanto, a integração entre redução de custos e metas ESG tornou-se diferencial competitivo, permitindo que companhias sejam mais resilientes a mudanças de mercado, regulamentações e expectativas de consumidores e investidores.
Consequentemente, organizações que anteciparam essas tendências consolidaram sua liderança, enquanto aquelas que não adaptaram suas operações enfrentaram desafios financeiros e reputacionais.
Inovação e valor econômico sustentável
Além disso, a iniciativa reforça a importância da inovação no setor energético.
Criar uma comercializadora própria permite à Motiva desenvolver soluções customizadas para cada concessão, otimizar contratos, explorar oportunidades de mercado e antecipar riscos.
Assim, esse tipo de abordagem mostra que sustentabilidade e redução de custos funcionam como elementos complementares.
Em resumo, a criação da comercializadora de energia da Motiva representa um marco na história corporativa da empresa e serve como exemplo de como estratégias bem estruturadas conciliam redução de custos e metas ESG.
Ao centralizar a gestão energética, diversificar fontes renováveis, apoiar fornecedores na descarbonização e investir em eficiência operacional, a Motiva demonstra que é possível gerar valor econômico e ambiental simultaneamente.
Dessa forma, decisões estratégicas, alinhadas a uma visão de longo prazo e a compromissos sustentáveis, têm o potencial de transformar operações e inspirar todo o setor de infraestrutura e mobilidade no Brasil e no mundo.