Mortes e controvérsias cercam a construção da megacidade NEOM: o ambicioso projeto da Arábia Saudita enfrenta denúncias de milhares de mortes de trabalhadores e despejo forçado de moradores locais.
Um novo documentário do Channel 3, do Reino Unido, chamado de “Kingdom Uncovered: Inside Saudi Arabia”, mostrou que aconteceram mais de 21 mil mortes na construção da NEOM, um megaprojeto da Arábia Saudita. O projeto multimilionário, parte do projeto Visão 2030 do país, inclui o arranha-céu The Line, planejado para ter 170 quilômetros de comprimento.
O que causou as mortes na construção da megacidade NEOM?
A maioria das mortes na construção da NEOM, megaprojeto da Arábia Saudita, são de países do Sul da Ásia, como Bangladesh, Índia e Nepal, por exemplo. Os sobreviventes contaram à repórter anônima os horrores por trás das condições de trabalho no projeto, que beira a escravidão.
Os imigrantes encarregados de construir trincheiras e túneis ferroviários no megaprojeto da Arábia Saudita afirmaram no documentário que são “tratados como mendigos”. Além disso, os responsáveis pela obra forçam os estrangeiros a trabalharem 16 horas por dia, sem folga por duas semanas. Segundo os trabalhadores, há pouco tempo para descansar e ficam cansados, sofrendo de ansiedade dia e noite.
- Cientistas descobrem metal que se remenda sozinho, fenômeno de ‘auto cicatrização’ em metal, que pode inaugurar nova era da engenharia
- Inspiração na arquitetura brasileira! Megaprojeto de R$ 3,5 bilhões visa construir uma nova embaixada dos Estados Unidos no Brasil
- Estrada do Oceano Atlântico: uma obra monumental da engenharia norueguesa que desafia a natureza ao conectar ilhas com uma extensão de 8 km
- Com investimento histórico de R$ 3,6 bilhões, Sudene APROVA a finalização da ferrovia Transnordestina, que promete transformar a economia do Nordeste e impulsionar o comércio regional!
Por outro lado, em resposta à notícia de mortes na construção da NEOM, os responsáveis pelo megaprojeto da Arábia Saudita disseram que a iniciativa está “avaliando as alegações feitas neste programa e, quando necessário, tomará as medidas apropriadas. Segundo um representante, a exigência é que todos os contratados e subcontratados cumpram o código de conduta da NEOM, com base nas leis da Arábia Saudita.
Outros impactos da construção do megaprojeto da Arábia Saudita
Além das milhares de mortes na construção da NEOM, relatos anteriores afirmaram ainda que dezenas de milhares de indígenas foram retirados forçadamente para abrir espaço para a cidade futurista. No começo deste ano, a BBC também revelou que as autoridades sauditas receberam instruções para matar membros da tribo Kuwait que continuassem na região.
O coronel Rabih Alenezi afirma que recebeu ordens para despejar moradores de um povoado, no objetivo de abrir caminho para a construção do The Line, parte do megaprojeto da Arábia Saudita, gerando mais mortes na construção da megacidade NEOM. Um deles foi, na sequência, baleado e morto por protestar contra a desocupação.
O governo da Arábia Saudita e administração de NEOM se recusaram a comentar. Neom, a região ecológica de US$ 500 bilhões (R$ 2,5 trilhões) da Arábia Saudita, faz parte do plano estratégico saudita Visão 2030 para diversificar a economia do reino e reduzir a dependência do petróleo.
Vale lembrar que a Arábia Saudita sediará a Copa do Mundo em 2034, em um estádio de futebol que ainda não foi construído. Contudo, a proposta saudita pretende construir uma arena a 350 metros acima do solo, no topo de uma montanha na cidade NEOM.
O que é o The Line?
O megaprojeto da Arábia Saudita, que já gerou milhares de mortes na construção da megacidade NEOM, The Line, foi apresentado como uma cidade sem carros, com apenas 200 metros de largura e 170 km de comprimento. Até 2030, a estimativa é que apenas 2,4 km do projeto estejam concluídos.
Dezenas de empresas internacionais, várias delas britânicas, estão envolvidas na construção da NEOM. A área onde o empreendimento está sendo construída foi descrita como o “quadro em branco perfeito” pelo líder saudita, o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman.
Contudo, mais de 6 mil pessoas tiveram de ser deslocadas pelo projeto, segundo o governo, um número que o grupo de direitos humanos ALQST, sediado no Reino Unido, estima ser maior.