Com a morte de Francisco, a Igreja Católica inicia o processo de sucessão papal; Conclave deve reunir cardeais nos próximos dias para escolher o novo líder espiritual
O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), em Roma, aos 87 anos. Ele lutava contra uma pneumonia desde fevereiro e estava sob cuidados médicos. A Igreja Católica agora dá início ao processo que envolve o funeral do pontífice e a escolha de seu sucessor, um ritual que segue normas rigorosas estabelecidas há séculos.
Eleito em 13 de março de 2013, Jorge Bergoglio foi o primeiro papa argentino, primeiro latino-americano e primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro.
Também foi o primeiro pontífice a escolher o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis. A escolha foi inspirada por uma frase do cardeal Dom Cláudio Hummes: “Não se esqueça dos pobres”.
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Início das cerimônias fúnebres
Logo após o anúncio da morte, o Vaticano divulgou a programação oficial dos ritos fúnebres. Nesta segunda-feira (21), às 14h (horário de Brasília), será celebrada uma missa de sufrágio na Basílica de São João de Latrão, em Roma. A cerimônia será presidida pelo cardeal Baldo Reina.
Às 15h, ocorre o rito de constatação da morte e a deposição do corpo no caixão. O momento acontece na capela privada da Casa Santa Marta, onde Francisco residia.
A cerimônia será conduzida pelo camerlengo Kevin Farrell, figura responsável por administrar os assuntos da Igreja durante o período de Sede Vacante.
Corpo do Papa será levado à Basílica de São Pedro
Na quarta-feira (23), o corpo de Francisco será trasladado para a Basílica de São Pedro, onde ficará exposto à visitação pública. Fiéis de diferentes partes do mundo poderão prestar suas últimas homenagens ao líder católico.
Francisco deixou instruções específicas sobre seu funeral. Ele optou por um caixão único de madeira com revestimento de zinco, em vez do tradicional conjunto de três urnas.
Também decidiu ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, contrariando a tradição de sepultamento na Basílica de São Pedro. O último papa enterrado fora dela foi Leão XIII, em 1903.
A Igreja prevê que o sepultamento ocorra entre quatro e seis dias após a morte. Após o funeral, haverá o período conhecido como novendiales: nove dias consecutivos de missas em homenagem ao pontífice falecido.
Rumo à escolha do novo papa
Com a morte de Francisco, inicia-se o processo para a escolha do próximo líder da Igreja Católica. O Conclave, como é chamado o ritual de eleição, será realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
A palavra “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “fechado à chave”, simbolizando o isolamento total dos cardeais eleitores.
Os cardeais que irão participar da eleição precisam ter menos de 80 anos. Atualmente, são cerca de 120 eleitores, embora a Igreja conte com 252 cardeais no total.
Eles devem se reunir entre o 15º e o 20º dia após a morte do papa. Durante esse período, ficam hospedados na Casa Santa Marta, sem contato com o mundo externo, até o fim da votação.
Como acontece o Conclave
A primeira votação pode ocorrer no próprio dia da abertura do conclave. Caso nenhum nome seja definido até o fim do segundo dia, o terceiro dia é reservado exclusivamente à oração. A partir do quarto dia, são permitidas até quatro votações por dia — duas pela manhã e duas à tarde.
O voto é secreto. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato em uma cédula com a frase “Eligio in Summum Pontificem”. Para garantir o sigilo, eles não usam sua caligrafia habitual. Para a eleição ser válida, é necessário que o candidato receba dois terços dos votos.
Ao fim de cada rodada, as cédulas são queimadas. A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina serve como sinal ao público: fumaça preta significa que não houve definição; fumaça branca indica que o novo papa foi eleito.
Habemus Papam
Quando um nome recebe o número necessário de votos, o cardeal escolhido é questionado se aceita a eleição. Se aceitar, ele escolhe o nome que usará como papa e veste as vestes papais. Os demais cardeais prestam-lhe obediência.
O momento mais simbólico ocorre logo em seguida, quando o anúncio é feito na sacada da Basílica de São Pedro. Um cardeal aparece e declara: “Habemus Papam” — “Temos um papa”. O novo pontífice surge à janela e dá sua primeira bênção urbi et orbi, à cidade e ao mundo.
Última bênção do Papa Francisco
Francisco fez sua última aparição pública no Domingo de Páscoa, na Praça São Pedro. Mesmo debilitado, ofereceu sua bênção aos presentes. Seu gesto final como papa refletiu o estilo que marcou seu pontificado: próximo, simples e voltado aos fiéis.
Com informações de TVT News.