Moradores de São Carlos protestam na Câmara contra projeto habitacional na Av. Bruno Ruggiero e alegam falta de estrutura no bairro para receber 400 novos apartamentos
Moradores dos bairros Santa Felícia, Jardim Paraíso e de condomínios da região compareceram à sessão da Câmara Municipal de São Carlos nesta terça-feira (20) para protestar contra a construção de unidades habitacionais populares na Avenida Bruno Ruggiero. Eles reclamam que a área não tem estrutura adequada para receber o novo conjunto.
Com cartazes e panfletos, os manifestantes pediram que o projeto seja revisto. Frases como “Diga não ao CDHU”, “Resolva os problemas de infraestrutura do bairro” e “Nas eleições, vote consciente” foram exibidas no plenário.
Entre as queixas, estavam a falta de água frequente, ausência de vagas em creches e escolas, unidades de saúde sobrecarregadas, poucas áreas de lazer e insegurança.
-
Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura
-
As 10 melhores cores para pintar a parede externa e ter uma fachada incrível
-
Com motor robusto e potente, a motoniveladora John Deere 670G tem a troca de marchas mais suave da indústria e cabine confortável para ser operada por horas
-
É o fim do trilho sem brita? Lajes de concreto ganham espaço em túneis e áreas urbanas, China supera 40 mil km com ferrovia sobre concreto
O panfleto distribuído durante o protesto afirmava que o projeto prevê a construção de até 400 apartamentos, divididos em 26 blocos de quatro andares. No entanto, apenas 51 vagas para veículos estariam previstas, o que aumentaria a pressão sobre a região.
Eric Texeira, morador da região, foi um dos que se manifestaram contra a obra. “Não temos infraestrutura no bairro, falta água todos os dias, sem exceção. Tenho vários protocolos no SAAE, tenho reclamações no Ministério Público e outros moradores também”, afirmou.
“Não somos contra CDHU e moradias populares, somos contra a construção no nosso bairro que já está sobrecarregado”, completou.
Os vereadores Dé Alvim (Solidariedade) e Fábio Zanchin (Solidariedade) receberam os moradores e prometeram intermediar uma reunião com a Prefeitura. Segundo eles, o encontro com representantes do alto escalão do Executivo deve acontecer nos próximos dias.
Mais cedo, o assessor especial de infraestrutura urbana da Prefeitura, João Muller, comentou o caso em entrevista. Ele classificou o episódio como reflexo de um “apartheid social” em São Carlos, mencionando o que considerou preconceito contra pessoas de baixa renda.
Segundo ele, chegou a ser vaiado dez vezes durante uma audiência pública realizada no anfiteatro da Prefeitura, onde o projeto foi debatido.
A fala de Muller foi rebatida por moradores. “Não somos preconceituosos, essa não é a questão. Estamos reclamando da falta de estrutura. Moradores antigos do bairro falam de problemas de infraestrutura que o bairro tem há mais de 20 anos. Será que a Prefeitura vai resolver agora?”, questionou novamente Eric.
Após a sessão, o vereador Dé Alvim concedeu entrevista. “Eu não tenho nenhuma informação de que será construída uma CDHU no Santa Felícia. Pelo contrário, serão casas faixa I para moradores que ganham até um salário mínimo”, explicou. Ele afirmou que já solicitou uma audiência com o prefeito e espera que o encontro aconteça até sexta-feira.
O debate deve continuar nos próximos dias. Novas reuniões entre moradores, vereadores e membros do governo municipal já estão sendo organizadas para discutir os impactos do projeto habitacional.
Com informações de São Carlos Agora.