Construção monumental do período comunista búlgaro, hoje abandonada, ainda intriga historiadores e atrai turistas interessados na arquitetura brutalista e no legado soviético
Localizado no pico de Buzludzha, na Bulgária, o Monumento Buzludzha é uma das estruturas mais enigmáticas e impressionantes do leste europeu. Projetado para celebrar o Partido Comunista Búlgaro, o edifício monumental foi inaugurado em 1981 e serviu como um espaço simbólico para eventos políticos. Com sua arquitetura futurista em forma de disco voador, a estrutura tornou-se um ícone da propaganda comunista. No entanto, com a queda do regime em 1989, o local foi abandonado e hoje é um símbolo do passado soviético, gerando debates sobre sua preservação ou demolição.
A história do Monumento Buzludzha
O projeto do monumento começou em 1974, liderado pelo arquiteto Georgi Stoilov. A construção envolveu milhares de trabalhadores e artistas, que criaram murais e mosaicos imponentes exaltando os ideais comunistas. A estrutura, que custou o equivalente a 35 milhões de dólares em valores atuais, foi erguida para celebrar os 90 anos do movimento socialista na Bulgária.
O local escolhido, no pico de Buzludzha, foi palco de batalhas históricas e tornou-se um símbolo do poder comunista. Com um anfiteatro interno decorado por mosaicos gigantes, o monumento foi utilizado para reuniões partidárias e celebrações até a dissolução da União Soviética.
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Abandono e degradação
Com a queda do regime comunista em 1989, o Monumento Buzludzha foi desativado. O governo búlgaro, sem interesse em mantê-lo, permitiu que o local se deteriorasse rapidamente. Sem vigilância ou manutenção, o edifício foi alvo de saques, vandalismo e desgaste climático.
Os impressionantes mosaicos do interior foram parcialmente destruídos, e o teto metálico começou a ruir devido à ação do tempo. Apesar do risco de colapso, o monumento continua atraindo aventureiros e entusiastas da arquitetura brutalista, tornando-se um destino underground na Bulgária.
O futuro do Buzludzha: preservar ou demolir?
Nos últimos anos, debates sobre a restauração do monumento cresceram. Em 2018, a organização Europa Nostra incluiu Buzludzha na lista dos sete sítios de patrimônio mais ameaçados da Europa. Em 2019, a Getty Foundation financiou um projeto para preservar os mosaicos restantes e avaliar possíveis formas de restauração.
Especialistas argumentam que o edifício deve ser mantido como um museu da era comunista, enquanto grupos opositores defendem sua demolição, por considerá-lo um símbolo de repressão. Até o momento, o governo búlgaro não tomou uma decisão definitiva sobre o futuro da estrutura.