Com mais de 20 quilômetros de altura e uma base de 600 km de extensão, o Monte Olimpo em Marte é o maior vulcão do Sistema Solar e intriga cientistas sobre a presença de água, gelo e possíveis sinais de atividade geológica no planeta vermelho
À primeira vista, Marte pode parecer apenas um deserto silencioso e inóspito, coberto por poeira avermelhada, crateras e paisagens áridas. No entanto, por trás desse cenário aparentemente imóvel, o planeta vermelho abriga uma das formações mais impressionantes já descobertas pela ciência: o Monte Olimpo, um vulcão tão gigantesco que redefine nossa noção de proporção cósmica.
Com mais de 20 quilômetros de altura e uma base que se estende por 600 quilômetros, ele detém o título de maior vulcão do Sistema Solar. Para se ter uma ideia da escala, o Monte Everest, ponto mais alto da Terra, possui “apenas” 8,8 km. A comparação deixa claro: enquanto o Everest é considerado um desafio extremo para os alpinistas, o Monte Olimpo faz com que a montanha terrestre pareça uma simples colina diante de sua grandiosidade.
Como a NASA revelou o Monte Olimpo em Marte
A descoberta do Monte Olimpo remonta à década de 1970, quando sondas espaciais enviaram as primeiras imagens detalhadas da superfície marciana. O impacto científico foi imediato: pela primeira vez, a humanidade se deparava com uma montanha que superava em várias vezes qualquer estrutura conhecida na Terra.
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Décadas mais tarde, com o avanço da tecnologia, o instrumento MOLA (Mars Orbiter Laser Altimeter), instalado na sonda Mars Global Surveyor, permitiu mapear o relevo de Marte com uma precisão sem precedentes. Foi então que se confirmou: o Monte Olimpo ultrapassa a marca de 20 km de altitude em relação ao datum marciano, consolidando-se como um marco geológico único e um enigma para os cientistas planetários.
Conforme divulgado pela CNN Brasil em artigos sobre as descobertas recentes em Marte, o Monte Olimpo não apenas impressiona por suas dimensões, mas também oferece pistas valiosas para compreender como o planeta evoluiu ao longo de bilhões de anos.
Por que o Monte Olimpo é tão gigantesco?
O fascínio em torno do Monte Olimpo não está apenas em sua dimensão colossal, mas também nas condições que permitiram sua formação. Diversos estudos mostram que o vulcão é uma peça-chave para compreender a geologia marciana. Entre os fatores que possibilitaram seu crescimento estão:
- Gravidade reduzida: Marte possui apenas 38% da gravidade terrestre, o que possibilita que estruturas montanhosas cresçam muito mais antes de ceder ao próprio peso.
- Ausência de placas tectônicas: Diferente da Terra, o planeta vermelho não possui movimentação tectônica significativa. Assim, a lava pode se acumular por milhões de anos no mesmo local, elevando cada vez mais a montanha.
- Erupções repetidas: O Monte Olimpo foi formado por diversas erupções sucessivas, que espalharam camadas de lava em seu entorno, criando um pico de encostas largas e pouco íngremes, típicas de vulcões-escudo.
Essa combinação singular de fatores geológicos ajuda a explicar por que o Monte Olimpo alcançou proporções tão inimagináveis, tornando-se um verdadeiro colosso no cenário do planeta vermelho.
Mistérios ainda não resolvidos sobre o vulcão marciano
Apesar de décadas de estudo, o Monte Olimpo permanece envolto em mistérios. Há hipóteses sugerindo que ele pode ter sido uma ilha vulcânica em meio a um antigo oceano marciano, quando água líquida existia em abundância na superfície do planeta. Outra questão intrigante é se ainda há calor residual em seu interior, o que poderia indicar que Marte não está completamente geologicamente morto.
Esse enigma é central para futuras missões espaciais. Explorar a base ou as encostas do Monte Olimpo pode fornecer respostas cruciais sobre a atividade vulcânica e as condições ambientais que moldaram Marte em épocas passadas. Além disso, o estudo dessa montanha colossal pode trazer pistas sobre a possível habitabilidade do planeta em eras remotas, quando água e gelo desempenharam papéis determinantes.
Assim, o Monte Olimpo em Marte não é apenas um monumento natural impressionante, mas também uma chave para compreender o passado — e talvez o futuro — do planeta vermelho.