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Montadoras chinesas ‘brigam’ para assumir fábrica no Brasil com linha de produção completa e vencedora será anunciada ainda em 2025

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 15/08/2025 às 16:59
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Fábrica da HPE em Goiás negocia com montadoras chinesas para iniciar produção local via SKD e CKD, com anúncio oficial previsto até dezembro e possibilidade de ampliar nacionalização em até um ano.

A HPE confirma negociações para que a fábrica da HPE em Goiás, em Catalão, abrigue a nacionalização de veículos de uma marca chinesa por meio de SKD e CKD, e o nome da parceira deverá ser anunciado até o fim do ano, segundo o CEO Mauro Correia.

Segundo o site Notícias Automotivas, o plano prevê integração inicial dos processos entre sete e oito meses para kits parcialmente ou totalmente desmontados, com possibilidade de avançar para produção com maior nacionalização em até um ano.

A fábrica da HPE em Goiás é hoje responsável pela produção local de Mitsubishi e Suzuki.

Com a chegada de várias montadoras chinesas ao país, a planta da HPE em Catalão tornou-se uma alternativa para quem busca produzir no Brasil e evitar a alíquota de 35% de imposto de importação sobre veículos prontos.

Segundo a companhia, as tratativas incluem mais de um grupo estrangeiro.

O site AutoData cita a GAC como uma das interessadas, porém o grupo brasileiro não confirma nomes no momento.

De acordo com Mauro Correia, “o nome será revelado até o fim do ano”.

HPE negocia com montadora chinesa para produzir veículos em Catalão-GO via SKD e CKD, com anúncio oficial previsto até dezembro.
HPE negocia com montadora chinesa para produzir veículos em Catalão-GO via SKD e CKD, com anúncio oficial previsto até dezembro.

O que está em negociação

O acordo em discussão permitiria que a planta da HPE em Catalão fosse utilizada por uma ou mais montadoras simultaneamente, com compartilhamento de estruturas produtivas.

Esse desenho é possível porque o complexo industrial dispõe de etapas completas de pintura, estamparia, armação de carroceria, soldagem e montagem final.

A fábrica da HPE em Goiás já opera com equipe de engenharia e design, o que encurta prazos de adaptação e acelera a curva de aprendizado de um novo parceiro. Correia descreve o caminho de industrialização por etapas.

“Existe toda uma etapa de integração e desenvolvimento da operação. Depende da decisão do parceiro: ele pode trazer kits desmontados para finalizar a montagem e a pintura por aqui e depois evoluir para uma produção totalmente local, com nacionalização de parte dos componentes”, afirmou.

O executivo acrescenta que a integração em SKD ou CKD leva “sete a oito meses”, enquanto a expansão para um nível maior de produção local pode exigir “até um ano”, conforme o ritmo de nacionalização.

Como funcionam SKD e CKD

SKD (semi knocked down) e CKD (completely knocked down) são modelos de industrialização nos quais o veículo chega em kits.

No SKD, o carro vem parcialmente desmontado, e a fábrica realiza etapas finais como pintura, soldagem complementar e montagem.

Já no CKD, o desmonte é completo, exigindo maior número de operações locais e, em geral, maior integração com fornecedores no Brasil.

Essas modalidades ajudam montadoras a iniciar a produção mais rápido e, gradualmente, ampliar o conteúdo nacional, o que pode reduzir custos logísticos e tributários e facilitar a homologação de componentes.

HPE negocia com montadora chinesa para produzir veículos em Catalão-GO via SKD e CKD, com anúncio oficial previsto até dezembro. (Foto: hpeautos)
HPE negocia com montadora chinesa para produzir veículos em Catalão-GO via SKD e CKD, com anúncio oficial previsto até dezembro. (Foto: hpeautos)

Por que Catalão desponta como alternativa

A planta da HPE em Catalão acumula anos de operação com as marcas Mitsubishi e Suzuki, o que lhe confere um histórico de qualidade e processos certificados.

Além da infraestrutura instalada, a localização em Goiás favorece a logística para diversos mercados do Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste.

Outro atrativo é a possibilidade de compartilhar linhas e ganhar escala com mais de uma marca, diluindo custos fixos.

Esse conjunto de fatores explica por que a fábrica da HPE em Goiás surge como um dos endereços preferidos por marcas chinesas interessadas em nacionalização.

Prazos e etapas de integração

De acordo com a empresa, a fase inicial envolve:

  • Adaptação de ferramental
  • Treinamento de equipes
  • Validação de processos de qualidade

Nessa etapa, o parceiro pode optar por SKD para acelerar a entrada em produção.

Superada a integração, a operação pode evoluir para CKD e, mais adiante, para um modelo com conteúdo local crescente, conforme a instalação de fornecedores e acordos com a cadeia.

Correia resume que o intervalo de “sete a oito meses” cobre a maturação de SKD ou CKD, enquanto a transição para um patamar “mais completo”, com maior nacionalização, tende a demandar até doze meses.

Capacidade instalada e possibilidade de abrigar mais de uma marca

A fábrica da HPE em Goiás foi concebida para fluxos produtivos diversificados.

A existência de linha de pintura completa, estamparia, armação, soldagem e montagem final permite absorver diferentes projetos automotivos com ajustes incrementais.

Para potenciais parceiros, isso reduz a necessidade de investimentos iniciais robustos.

Para a HPE, abre-se a chance de otimizar a utilização do parque e manter alto o índice de ocupação da planta da HPE em Catalão.

O próprio executivo destaca: “Temos uma operação bem estruturada e consolidada. Em Catalão temos equipe de engenharia, design, todo um sistema de produção já instalado, o que gera o interesse nos possíveis parceiros.”

O que se sabe e o que ainda não se sabe

A HPE confirma as negociações e o cronograma estimado de integração produtiva. Também confirma que o anúncio do parceiro está previsto para ocorrer até o fim do ano.

Sobre quem será a montadora, a empresa não revela nomes neste momento. Há menções no mercado à GAC como uma das interessadas, mas não é possível confirmar oficialmente a escolha.

Assim, a fábrica da HPE em Goiás permanece como um hub potencial, enquanto os detalhes comerciais e de portfólio seguem sob confidencialidade.

Impactos esperados para o mercado

Se confirmada, a instalação de uma marca chinesa na planta da HPE em Catalão tende a ampliar a concorrência entre SUVs, sedãs e utilitários leves.

A produção local pode encurtar prazos de entrega, aumentar a oferta de versões e incentivar conteúdo nacional, com benefícios para a cadeia de autopeças.

Do ponto de vista do consumidor, a nacionalização costuma favorecer serviços pós-venda e disponibilidade de peças.

Para o estado de Goiás, a movimentação sustenta empregos diretos e indiretos e pode atrair novos investimentos de fornecedores automotivos.

Calendário e etapas até o anúncio da parceira

O calendário interno da empresa aponta para a conclusão das negociações e a divulgação do nome da parceira até dezembro.

Até lá, seguem os estudos técnicos, os planos de qualificação de mão de obra e o mapeamento da rede de fornecedores necessária à transição de SKD para CKD e, futuramente, para níveis mais altos de nacionalização.

A fábrica da HPE em Goiás tem espaço e processos para acomodar esse avanço. Resta saber: qual marca será anunciada e quais modelos ganharão a linha de Catalão.

Qual impacto você espera ver primeiro se a parceria sair do papel: preços mais competitivos, prazos de entrega menores ou ampliação da oferta de versões produzidas no Brasil?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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