1. Início
  2. / Economia
  3. / Montadora que liderou o mercado latino-americano há décadas encerra operações e demite milhares
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 1 comentários

Montadora que liderou o mercado latino-americano há décadas encerra operações e demite milhares

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 03/08/2025 às 19:33
Encerramento de unidade da Nissan pode colapsar economia local e afetar 11% da produção no México
Encerramento de unidade da Nissan pode colapsar economia local e afetar 11% da produção no México
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Unidade histórica da montadora japonesa no México será encerrada até 2026 como parte de plano global para cortar custos e enxugar produção

A montadora Nissan anunciou que vai fechar sua primeira fábrica inaugurada fora do Japão, localizada no México. A planta de Cuernavaca, no parque industrial CIVAC, deixará de operar até março de 2026 como parte do plano de reestruturação global chamado Re:Nissan, que prevê o fechamento de sete fábricas ao redor do mundo.

O encerramento da unidade ocorre pouco depois do anúncio da desativação da fábrica de Oppama, no Japão. A montadora busca reduzir sua capacidade global de produção de 3,5 milhões para 2,5 milhões de veículos por ano, e consolidar a operação em menos fábricas com maior taxa de utilização.

Qual fábrica da Nissan será fechada?

A unidade afetada é a planta de Cuernavaca (CIVAC), no México, inaugurada em 1966. Foi a primeira fábrica da Nissan fora do Japão e atualmente produz os modelos Frontier, NP300/Navara e Versa. Com quase 60 anos de operação e 410 mil m², a fábrica já fabricou mais de 6,5 milhões de veículos ao longo da história.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

A produção será transferida para Aguascalientes, onde a Nissan já mantém outra unidade industrial. O fechamento da CIVAC afeta cerca de 11% da produção mexicana da marca.

Por que a montadora decidiu fechar a planta?

Segundo a empresa, o objetivo é aumentar a eficiência operacional. A Nissan pretende reduzir de 17 para 10 o número de fábricas no mundo, concentrando a produção em unidades com capacidade plena. O fechamento também responde à necessidade de cortar custos em meio a uma reestruturação financeira profunda.

O plano prevê o redirecionamento de investimentos, a suspensão temporária de projetos de novos veículos e o encerramento de parcerias pouco rentáveis, como a joint venture com a Mercedes-Benz na planta COMPAS, também no México.

Quais países podem ser os próximos?

Além do Japão e do México, fábricas na Tailândia, Índia, Argentina e África do Sul estão sob análise, segundo informações da agência Reuters. A unidade número 1 da Tailândia já teve fechamento confirmado. Também circulam rumores sobre a venda da sede da Nissan em Yokohama, com possibilidade de a empresa operar no prédio como inquilina.

O plano também inclui o realocamento de 3 mil funcionários da área de Pesquisa e Desenvolvimento para propor soluções de economia. Até o momento, mais de 1.600 ideias estão em fase avançada de implementação.

Quantos empregos estão em risco?

De acordo com a emissora japonesa NHK, os cortes podem atingir até 20 mil postos de trabalho no mundo inteiro, mais que o dobro das 9 mil demissões já anunciadas em 2024. A Nissan aposta que o Re:Nissan poderá reverter prejuízos e restabelecer competitividade global.

A estratégia inclui ainda o reforço da aliança com Renault e Mitsubishi, a renovação de sua linha de veículos e a reformulação da marca Infiniti. O plano é descrito pela própria montadora como uma iniciativa de recuperação total, após anos de resultados instáveis.

Você acredita que fechar fábricas históricas é o caminho certo para salvar uma montadora? A Nissan está se reposicionando ou apenas cortando perdas? Deixe sua opinião nos comentários — sua visão importa nesse debate global.

Inscreva-se
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alcion B Parmigiani
Alcion B Parmigiani
03/08/2025 20:35

Eu acredito que o corporativismo funcional leva as empresas a gastar muito acima de seus limites, estes custos vão sendo repassados até o momento em que o próprio mercado estabelece o limite entre os demais concorrentes. Os demais aspectos de custos internos e externos precisam e são levados em consideração e acabam por exaurir as possibilidades de uma montadora. Quem sabe deveriam chamar o Carlos Ghosn novamente!!!???

Tags
Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x