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Mistério de guerra: a Turquia teria enterrado seus caças nazistas da Segunda Guerra em vez de destruí-los?

Publicado em 08/06/2025 às 15:31
Caças, Focke Wulf Fw 190, Segunda Guerra
Imagem: Wikimedea Commons

Rumores indicam que 50 caças Focke-Wulf Fw 190 A3, fornecidos pela Alemanha, foram enterrados após acordo militar com os Estados Unidos

Durante décadas, um mistério intriga a Turquia: estariam caças alemães da Segunda Guerra Mundial enterrados sob uma base militar em Kayseri? A história envolve aviões Focke-Wulf Fw-190 A3, acordos secretos e investigações interrompidas.

Segundo as histórias que circulam há décadas, 50 aeronaves Focke-Wulf Fw-190 A3, fornecidas pela Alemanha nazista à Turquia, estariam enterradas sob o 2º Comando de Suprimento e Manutenção Aérea em Kayseri.

Esses boatos ganharam força com relatos de que, em 1947, um acordo com os Estados Unidos exigiu a destruição de equipamentos militares de origem alemã como condição para a ajuda americana no pós-guerra.

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Supostamente, em vez de destruir as aeronaves, autoridades turcas teriam optado por enterrá-las secretamente.

Fw 190 A3: o temido “Pássaro Açougueiro”

O Focke-Wulf Fw 190 A3, conhecido como “Pássaro Açougueiro”, foi um dos caças mais respeitados da Luftwaffe. Projetado por Kurt Tank e colocado em serviço em 1941, o avião rapidamente conquistou fama por sua potência, agilidade e resistência.

Equipado com o motor radial BMW 801 D-2, o caça atingia velocidades de até 670 km/h. Sua potência ultrapassava os 1.700 cavalos (1.300 kW). O armamento era pesado: duas metralhadoras MG 17 de 7,92 mm e quatro canhões de 20 mm, o que o tornava letal em combate aéreo e em missões de ataque ao solo.

O trem de pouso largo e a estrutura robusta faziam do Fw 190 uma aeronave confiável. Os pilotos da Luftwaffe o elogiavam com frequência. A Turquia adquiriu 72 unidades deste modelo durante a Segunda Guerra Mundial, aumentando temporariamente o poder de sua força aérea.

Como a Turquia recebeu os caças

Durante a guerra, a Turquia manteve uma posição de neutralidade estratégica. Em 1941, um acordo comercial com a Alemanha garantiu o fornecimento dos Fw 190 A3 em troca de ferro e cromo.

Muitas dessas aeronaves foram montadas ou equipadas internamente nas instalações da TOMTAS, localizadas na Anatólia.

Segundo documentos oficiais da Força Aérea Turca, o último voo registrado aconteceu em novembro de 1947, sob comando do tenente Orhan Aksu. Depois disso, os caças foram retirados de serviço.

Aquisições anteriores e projetos paralelos

Antes mesmo do acordo com a Alemanha em 1941, a Turquia já havia recebido outras aeronaves da Alemanha nazista.

Em 1938, comprou seis bombardeiros Focke-Wulf FW-58 e quinze aviões de treinamento Gotha Go 145. Houve ainda tentativas de aquisição de bombardeiros Heinkel He-111 com motores Daimler-Benz.

Paralelamente, a Turquia planejou produzir 18 bombardeiros britânicos Bristol no próprio país. Porém, atrasos na documentação de licenciamento obrigaram a compra de aeronaves já montadas.

Também chegou a encomendar 60 caças Messerschmitt Bf 109, mas as entregas não ocorreram após o rompimento das relações diplomáticas com a Alemanha em 1939.

Historiadores turcos afirmam que essas aquisições refletiam a política de aviação do país na época: neutralidade estratégica, diversidade de fornecedores e busca por autossuficiência por meio da montagem doméstica. A fábrica de aeronaves de Kayseri, predecessora da TOMTAS, desempenhou papel central nesse esforço.

Suposto sepultamento ganha força

A cronologia dos fatos coincide com a hipótese de que, ao retirar os caças de serviço, as autoridades turcas optaram por enterrá-los como parte de um programa de modernização apoiado pelos Estados Unidos. Segundo essa versão, os Fw 190 A3 foram removidos do inventário militar e enterrados discretamente.

Em 2015, uma investigação oficial utilizou detectores de metal na área da base aérea de Kayseri. Foram identificados grandes objetos metálicos sob o solo, compatíveis com o tamanho e o formato de aeronaves. O achado renovou o interesse público pelo caso.

Contudo, o golpe de Estado fracassado na Turquia em 2016 interrompeu as buscas. As investigações foram suspensas e o projeto ficou arquivado por tempo indeterminado.

Iniciativas civis tentaram avançar

Antes da interrupção das escavações, algumas iniciativas privadas tentaram avançar nas buscas. Nejat Çuhadaroğlu, fundador do Museu Hisart, afirmou ter mantido conversas com oficiais militares e ter feito progressos significativos nas negociações e nas escavações.

Ele destacou que “este modelo de aeronave não existe em nenhum museu do mundo”, reforçando o ineditismo do possível achado.

Autoridades mantêm ceticismo

Apesar das especulações, membros da TOMTAS sempre mantiveram uma posição cautelosa. Ferhat Çakır, integrante do conselho da empresa, afirmou em diversas entrevistas que nenhum registro oficial comprova o sepultamento das aeronaves.

Segundo ele, “não encontramos nenhuma evidência concreta de aviões enterrados. Mas algo foi enterrado: a crença de que os jovens turcos poderiam produzir alta tecnologia“, sugerindo um simbolismo por trás dos rumores.

Estudos acadêmicos e investigações militares realizadas até hoje não localizaram documentos oficiais confirmando a existência das aeronaves sob o solo da base.

O enigma dos caças enterrados permanece sem solução

Com as escavações suspensas e as autoridades mantendo prudência, o mistério dos caças nazistas da segunda guerra enterrados em Kayseri segue sem solução definitiva.

A história continua despertando curiosidade de entusiastas, historiadores e da opinião pública, alimentando um dos maiores enigmas da aviação militar na Turquia.

Com informações de Interesting Engineering.

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Romário Pereira de Carvalho

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