Um lançamento misterioso no Atlântico Norte expôs o poder do míssil nuclear Trident II D5, com 58,5 toneladas, alcance de 7.360 km, até 12 ogivas independentes e custo de US$ 30,9 milhões por unidade, gerando tensão e silêncio oficial
Na noite de domingo, o Atlântico Norte se tornou palco de um enigma militar que chamou a atenção de moradores, especialistas e curiosos. Vídeos gravados em Porto Rico mostraram um objeto luminoso cortando o céu, por volta das 23h25 UTC. A cena logo se espalhou pelas redes sociais, gerando teorias e dúvidas.
De acordo com observadores independentes, o fenômeno teria sido o lançamento de um míssil balístico lançado por submarino (SLBM) UGM-133 Trident II D5, disparado a partir de um submarino nuclear dos Estados Unidos ou do Reino Unido. Até agora, nenhuma das duas marinhas confirmou oficialmente o evento.
Mistério no céu do Caribe
Um alerta de navegação emitido entre os dias 17 e 22 de setembro já havia sinalizado atividades incomuns na região. A coincidência levantou ainda mais suspeitas de que o lançamento realmente ocorreu.
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A Sociedade Caribenha de Astronomia classificou o episódio como um “teste militar”. No entanto, não indicou qual país teria conduzido a operação. Enquanto isso, imagens feitas em diferentes pontos de Porto Rico mostram a trajetória brilhante que intrigou a população local.
A arma estratégica
O míssil Trident II D5 é considerado a espinha dorsal da dissuasão nuclear marítima dos Estados Unidos e do Reino Unido. O sistema integra 14 submarinos da classe Ohio na Marinha americana e quatro da classe Vanguard na Marinha Real Britânica.
Cada submarino Ohio transporta até 20 mísseis Trident II. Já os Vanguard carregam 16 unidades. Segundo a Marinha dos EUA, esse armamento é o mais confiável e letal em operação no planeta.
O alcance é impressionante: cerca de 7.360 quilômetros. O sistema de três estágios utiliza combustível sólido e pode lançar até 12 ogivas independentes. Porém, acordos internacionais limitam a carga atual a quatro ou cinco.
Produzido pela Lockheed Martin, o míssil mede 13,4 metros de comprimento, tem 2,1 metros de diâmetro e pesa cerca de 58.500 quilos. O custo de cada unidade gira em torno de US$ 30,9 milhões.
Futuro da frota nuclear
Os EUA já trabalham na modernização de seu arsenal Trident. O objetivo é manter a confiabilidade do sistema até a década de 2080. Em janeiro, a Lockheed Martin anunciou um contrato de US$ 383 milhões para desenvolver o programa Trident II D5 Life Extension 2 (D5LE2).
Esse projeto vai equipar os novos submarinos da classe Columbia, que substituirão gradualmente os da classe Ohio a partir da década de 2040. O Pentágono, por meio da Revisão da Postura Nuclear de 2022, reforçou a necessidade de acelerar os investimentos para garantir a credibilidade da dissuasão estratégica.
Na Grã-Bretanha, a modernização também está em andamento. Os submarinos da classe Dreadnought, previstos para entrar em serviço no início da década de 2030, já devem receber o míssil atualizado.
A tríade nuclear em ação
Para especialistas, a parte marítima da tríade nuclear garante furtividade e mobilidade, características que asseguram a capacidade de segundo ataque. Essa estratégia sustenta a defesa nuclear dos aliados há mais de 40 anos.
Autoridades americanas e britânicas destacam que as atualizações são essenciais diante do avanço das defesas antimísseis de potências rivais. A evolução dos sistemas de rastreamento e interceptação obriga os programas nucleares a se reinventarem constantemente.
Silêncio oficial
Apesar da repercussão, nem Washington nem Londres divulgaram detalhes sobre o lançamento registrado no dia 21 de setembro. O silêncio alimenta especulações. Parte dos analistas acredita que o episódio marcou o primeiro voo de um Trident II modificado com um veículo planador hipersônico. Outros avaliam que pode ter sido apenas um teste rotineiro, sem divulgação prévia.
Enquanto as respostas não vêm, os vídeos continuam circulando, transformando o céu do Caribe em cenário de debates sobre segurança, tecnologia e o futuro do equilíbrio nuclear mundial.