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“Os aviões são os novos parques eólicos”: miniturbinas captam ventos de turbinas a jato e inauguram revolução na energia verde

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 04/06/2025 às 11:02
“Os aviões são os novos parques eólicos” miniturbinas captam ventos de turbinas a jato e inauguram revolução na energia verde
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Startup JetWind Power transforma ventos de decolagem em eletricidade com miniturbinas instaladas no Aeroporto de Dallas. Iniciativa promete revolucionar o uso de energia eólica em ambientes urbanos e aeroportuários.

O futuro da energia renovável pode estar nos aeroportos. Com uma proposta inovadora que une engenharia de precisão e sustentabilidade, a startup norte-americana JetWind Power está transformando turbinas de aeronaves em fontes inesperadas de energia eólica. O projeto-piloto, instalado no Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth (DFW), no Texas, utiliza miniturbinas eólicas para captar os ventos gerados durante a decolagem e pouso de aviões comerciais.

A ideia central do projeto é simples, porém engenhosa: os potentes jatos de ar expelidos pelos motores das aeronaves – até então desperdiçados – são agora redirecionados para miniturbinas estrategicamente posicionadas próximas às pistas. Essas turbinas convertem a energia cinética dos ventos em eletricidade limpa, que pode ser armazenada ou reinserida no sistema energético do próprio aeroporto.

Energia eólica gerada por aviões: um conceito inédito

A JetWind Power propõe um novo paradigma no campo das energias renováveis, aproveitando uma fonte antes ignorada de geração eólica. Ao contrário dos parques eólicos tradicionais, que dependem de condições climáticas e localização geográfica, a tecnologia da JetWind opera com vento induzido artificialmente – com regularidade previsível e concentrada.

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“É como transformar cada decolagem em uma rajada de energia elétrica útil. Os aviões passam e nos fornecem o combustível do futuro: vento”, explica um dos engenheiros da startup.

Com o intenso tráfego aéreo de hubs internacionais como Dallas, a frequência e intensidade dos ventos torna-se uma fonte confiável. E o melhor: ela já está disponível onde está o consumo — nos próprios aeroportos, que são grandes consumidores de energia.

Aeroporto de Dallas como campo de testes das miniturbinas eólicas

O Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth é o primeiro do mundo a abrigar o sistema da JetWind Power. Como um dos maiores hubs aéreos dos Estados Unidos, o local recebe dezenas de milhares de pousos e decolagens mensais — o ambiente ideal para testar o desempenho e a viabilidade das miniturbinas eólicas aeroportuárias.

Além da geração de energia, o projeto busca avaliar a estabilidade operacional, a durabilidade das turbinas frente à potência das rajadas e a viabilidade econômica do modelo em escala global.

Como funcionam as miniturbinas eólicas?

As miniturbinas da JetWind Power foram projetadas com foco na otimização da aerodinâmica e na eficiência em espaços restritos. Posicionadas próximas às áreas de taxiamento e aceleração das aeronaves, elas entram em ação sempre que há movimentação nas pistas. Cada unidade é equipada com:

  • Gerador integrado para conversão direta da energia cinética;
  • Sistema de armazenamento de energia para uso posterior;
  • Controle remoto e sensores para ajuste automático da posição de captação;
  • Design de segurança passiva, que impede interferência com as operações aéreas.

Sustentabilidade aliada à logística aeroportuária

Os aeroportos, apesar de servirem como pontos estratégicos de transporte, são grandes emissores indiretos de CO₂, devido ao alto consumo energético. A proposta da JetWind é que esses espaços se tornem também centros geradores de energia limpa, reduzindo sua pegada de carbono e contribuindo com a descarbonização do setor de aviação.

A eletricidade gerada pode abastecer desde sistemas de iluminação e climatização até veículos elétricos internos ou ser armazenada para uso em horários de pico.

Potencial global e replicabilidade

O sucesso do projeto no Texas pode abrir caminho para uma transformação global. Com mais de 40 mil aeroportos em operação no mundo, muitos com tráfego intenso e contínuo, a replicação da tecnologia é considerada altamente viável.

O diferencial, segundo a JetWind, está na capacidade de aproveitar infraestruturas já existentes, sem a necessidade de grandes áreas de instalação ou impactos ambientais. A tecnologia pode se adaptar a aeroportos de diferentes tamanhos e realidades climáticas.

Aeroportos como hubs de energia renovável

A tendência de transformar aeroportos em polos de sustentabilidade tem crescido em todo o mundo. O Aeroporto de Dallas, por exemplo, já conta com outras iniciativas sustentáveis, como o uso de veículos elétricos, iluminação LED e gestão de resíduos sólidos.

Com a adoção das miniturbinas eólicas, o terminal dá um passo adiante, integrando geração ativa de energia renovável em seu modelo de operação.

Desafios e próximos passos

Apesar do entusiasmo inicial, a tecnologia ainda está em fase de testes e enfrenta desafios técnicos e regulatórios. É necessário comprovar sua eficiência energética em diferentes condições climáticas, garantir segurança plena nas operações e avaliar o custo-benefício em relação a outras fontes de energia.

A JetWind Power trabalha agora na coleta de dados operacionais e no desenvolvimento de modelos escaláveis para comercialização. A empresa também negocia com outros aeroportos nos Estados Unidos e na Europa para expandir o projeto nos próximos dois anos.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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