Alexandre Silveira anuncia novo conselho na mineração para fortalecer a política de minerais críticos e terras raras, ampliando a autonomia energética e tecnológica do Brasil
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta segunda-feira (15), a criação de um novo conselho nacional voltado à formulação de políticas estratégicas para minerais críticos e terras raras.
O anúncio foi feito durante entrevista à rádio 98 News, com destaque para o papel do novo colegiado na segurança alimentar, transição energética e desenvolvimento tecnológico do Brasil.
O novo conselho será instalado em até 15 dias e será presidido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa marca um avanço na governança dos recursos minerais estratégicos, com foco em autonomia nacional e sustentabilidade.
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Novo conselho nacional e sua composição estratégica na mineração
O novo conselho, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, será composto por 16 ministros de Estado, além de representantes da sociedade civil, universidades e especialistas do setor. A presidência será exercida por Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando o caráter prioritário da iniciativa.
Segundo Alexandre Silveira, o novo conselho terá como missão articular políticas públicas voltadas à exploração, industrialização e uso sustentável de minerais críticos e terras raras. A proposta é integrar diferentes áreas do governo e da sociedade para garantir uma abordagem multidisciplinar e eficaz.
A criação do colegiado ocorre em um momento de crescente demanda global por esses recursos, essenciais para setores como agricultura, energia limpa, tecnologia e defesa.
Minerais críticos e segurança alimentar
O Brasil é considerado um dos maiores produtores agrícolas do mundo, mas ainda depende de mais de 90% de importação de fertilizantes, especialmente potássio. Essa dependência compromete a segurança alimentar e a soberania nacional.
Entre os minerais críticos destacados pelo Ministro de Minas e Energia estão o potássio, o lítio, o cobalto e o nióbio. Esses elementos são fundamentais para a produção de fertilizantes, baterias, componentes eletrônicos e tecnologias de ponta.
Alexandre Silveira ressaltou que o país possui reservas significativas desses recursos, mas precisa de políticas públicas robustas para viabilizar sua exploração e industrialização. O novo conselho será o instrumento para essa transformação.
Terras raras e o protagonismo tecnológico brasileiro
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos utilizados em produtos de alta tecnologia, como smartphones, turbinas e veículos elétricos. Embora o Brasil possua reservas relevantes, a maior parte da produção mundial está concentrada na China, que recentemente restringiu exportações estratégicas.
A criação do novo conselho busca posicionar o Brasil como protagonista na cadeia global de terras raras, promovendo pesquisa, desenvolvimento e atração de investimentos. A experiência chinesa serve de alerta para a necessidade de controle e valorização desses recursos.
O Ministro de Minas e Energia destacou que o país tem potencial para liderar a produção sustentável de terras raras, com benefícios econômicos e tecnológicos para toda a sociedade.
Alexandre Silveira e a visão estratégica para o setor de mineração
Durante o anúncio, Alexandre Silveira afirmou que um país com as características do Brasil, reconhecido mundialmente como celeiro de alimentos, não pode permanecer dependente de mais de 90% de fertilizantes importados — especialmente do potássio, recurso do qual somos abundantes.
Segundo ele, essa declaração reforça a urgência da iniciativa e a visão estratégica do governo em relação aos minerais críticos e às terras raras. O Ministro de Minas e Energia tem defendido uma política mineral integrada à transição energética, à sustentabilidade e à industrialização nacional.
Mineração, energia limpa e eletromobilidade
A proposta do novo conselho também contempla políticas voltadas à geração de energia limpa, compensações ambientais e estímulo à eletromobilidade. O Brasil, com seu potencial em lítio e grafita, pode liderar a produção de baterias e veículos elétricos.
O exemplo do Vale do Jequitinhonha, citado por Alexandre Silveira, mostra como a exploração de lítio pode ser acompanhada de benefícios sociais e econômicos. A ideia é que a mineração não seja apenas extrativista, mas indutora de desenvolvimento regional.
A integração entre mineração e energia renovável é vista como estratégica para o futuro do país, com impactos positivos na geração de empregos, inovação e sustentabilidade.
Integração com outras políticas públicas
O novo conselho terá a missão de alinhar suas ações com outras políticas públicas, como o Plano Nacional de Fertilizantes, o Programa de Mobilidade Elétrica e as metas de descarbonização da economia. A ideia é criar sinergias entre os setores e evitar sobreposição de iniciativas.
A atuação integrada permitirá maior eficiência na gestão dos recursos minerais e na atração de investimentos, além de garantir que os benefícios cheguem à população. O Ministério de Minas e Energia pretende utilizar dados científicos e estudos técnicos para embasar as decisões do colegiado.
Essa abordagem multidisciplinar é considerada essencial para enfrentar os desafios da mineração moderna, que exige responsabilidade ambiental, inovação tecnológica e inclusão social.
Participação da sociedade civil e da academia
Um dos diferenciais do novo conselho é a inclusão de universidades e representantes da sociedade civil. Essa abertura visa garantir transparência, inovação e legitimidade às decisões. A presença de especialistas permitirá o uso de dados científicos e estudos técnicos na formulação das políticas.
Além disso, a participação popular fortalece o controle social e evita que a mineração seja conduzida de forma predatória ou concentrada em interesses privados. O Ministério de Minas e Energia pretende realizar consultas públicas e audiências para ampliar o diálogo com a sociedade.
A colaboração com a academia também permitirá o desenvolvimento de tecnologias nacionais para exploração e beneficiamento de minerais críticos e terras raras, reduzindo a dependência de patentes estrangeiras.
Caminhos para a autonomia da mineração brasileira
A criação do novo conselho pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, representa um marco na política mineral brasileira. O ministro destaca que, ao integrar especialistas, ministérios e sociedade civil, o governo busca transformar o país em referência global na gestão de minerais críticos e terras raras.
Com foco na segurança alimentar, energia limpa e inovação tecnológica, o novo conselho tem potencial para impulsionar a industrialização nacional, reduzir a dependência externa e promover o desenvolvimento sustentável.
A iniciativa reforça o compromisso do Brasil com a transição energética e com o uso estratégico de seus recursos naturais, posicionando o país como protagonista em um cenário global cada vez mais competitivo e exigente.