Carlos Fávaro, atual Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, expõe que a Petrobras deve retomar a construção da UFN-3 e demais fábricas de fertilizantes. No entanto, quem concorda parcialmente com essa ideia é a Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil.
Segundo o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, a Petrobras deve retomar a construção de três fábricas de nitrogenados, fertilizantes extremamente importantes para o agronegócio brasileiro. Ele afirmou que pretende entrar para a história como o ministro que ajudou no processo de sustentabilização da agricultura no Brasil. No entanto, a atual Ministra do Planejamento do Governo Lula, Simone Tebet, possui uma opinião um pouco contrária a de Fávaro. Mas que a decisão será tomada após a mudança na presidência da Petrobras.
Tentativas de vendas de uma das fábricas de fertilizantes
“Tem três iniciadas. A proposta é estruturar, ver o que precisa para terminar e elas voltem a ficar prontas para fornecer nitrogenados. Nós queremos investir em tecnologia, na busca por fosfatados, com um pouco no Brasil, e também de cloreto de potássio. Tem um plano nacional de fertilizantes, que nós vamos dar continuidade. O presidente Lula já determinou ao meu colega ministro de Minas e Energia (Alexandre Silveira) para que um dos programas que a Petrobras tem que participar é na continuidade de plantas de produção de nitrogenados, que já estavam começadas e foram paralisadas, as três que voltam”, relatou Carlos Fávaro.
Uma das fábricas é a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, a UFN-3, localizada em Três Lagoas (MS), onde sua obra está paralisada desde dezembro de 2014.
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As obras relacionadas a UFN-3, que estavam 81% avançadas, começaram em 2011. Contudo, o contrato com o consórcio foi rompido pela Petrobrás em 2017, onde a mesma relatou não ter interesse no seguimento de fertilizantes. Colocando assim a unidade a venda com outra fábrica localizada no Paraná.
No ano de 2020 mais duas unidades foram locadas, uma localizada na Bahia e outra em Sergipe, para o grupo Unigel, após o encerramento das atividades no local.
Em 2022 o processo de venda da UFN-3 foi retomado logo depois de várias tentativas, mas não houve sucesso na venda.
Em declaração, a estatal expôs que o plano de negócios proposto pela Acron Group, produtor de fertilizantes minerais russos, que era fazer uma misturadora na estrutura da UFN-3, não correspondia com os requisitos estabelecidos, onde o principal requisito de transição era de concluir as obras da construção.
Outra empresa que estava averiguando a possibilidade de compra era a Yara Fertilizantes, empresa química norueguesa que produz, distribui e vende fertilizantes.
Ela também estava negociando a compra de outra unidade localizada no Paraná, mas desistiu de dar continuidade ao processo de compra.
Carlos Fávaro e Simone Tebet: quem está certo acerca da retomada da construção da UFN-3 pela Petrobras
Segundo o novo Ministro, o plano é a retomada das fábricas pela estatal. “Nós vivemos em um mundo globalizado e com a pandemia e depois a guerra da Ucrânia, nós vimos as fragilidades desse mundo globalizado. Isso aconteceu nos combustíveis, o preço do petróleo disparou, nós vimos as fragilidades. Vimos a insegurança nacional de não ter fertilizantes. Fertilizantes têm que ser tratados, descobrimos isso, quase como segurança alimentar, segurança nacional, porque não tem alimento se não tiver fertilizantes”.
Simone Tebet, atual Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, já foi prefeita de Três Lagoas e conhece bem o histórico da unidade, ressaltando a importância desta.
“Essa é uma fábrica estratégica para o governo federal e para o Brasil, porque ela sozinha tem a capacidade de dobrar a produção de fertilizantes nitrogenados. O Brasil está cada vez mais dependente de fertilizantes no mundo”, afirma a ministra.
Todavia, ela afirmou que os rumos da UFN-3 são nebulosos e só ficarão mais claros após o mês de fevereiro, quando deverá ocorrer a mudança da presidência da Petrobras.