Estoques de aço na China subiram pela sétima semana seguida, alcançando 15,15 milhões de toneladas, maior nível em quatro meses fator que derrubou os preços do minério de ferro apesar da expectativa de cortes na produção siderúrgica.
O minério de ferro voltou a cair nesta quinta-feira (11/09), refletindo o impacto direto da alta dos estoques de aço na China, maior produtora e consumidora mundial do insumo. Segundo o portal Terra, o volume de aço acumulado já soma 15,15 milhões de toneladas, o maior em quatro meses, fator que aumenta a pressão sobre a demanda e reduz as cotações internacionais.
Na Bolsa de Dalian (DCE), o contrato mais negociado de janeiro fechou em queda de 0,81%, cotado a 795,5 iuanes (US$ 111,69) por tonelada.
Já em Cingapura, referência global, o contrato de outubro caiu 1,24%, para US$ 105,5 a tonelada. Para analistas, o recuo confirma um cenário de desequilíbrio entre oferta e demanda que deve persistir no curto prazo.
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Estoques elevados afetam diretamente o minério de ferro
De acordo com a consultoria Mysteel, os estoques dos cinco principais produtos siderúrgicos na China subiram pela sétima semana consecutiva, alcançando 15,15 milhões de toneladas na semana encerrada em 10 de setembro.
Esse acúmulo indica que o consumo de aço continua abaixo do esperado, o que impacta diretamente o mercado do minério de ferro.
Um analista em Xangai ouvido pelo Terra destacou que, diante da ausência de sinais de recuperação da demanda, investidores aumentaram as vendas de contratos futuros, ampliando a pressão sobre os preços.
O desempenho fraco do setor imobiliário chinês, tradicional motor do consumo de aço, segue como o principal entrave.
Por que a China influencia tanto o minério de ferro
A liderança chinesa no mercado siderúrgico global torna seus indicadores decisivos para o rumo do minério de ferro.
Quando os estoques sobem, a necessidade de importar minério diminui, o que se reflete em queda imediata nas cotações internacionais.
Isso explica por que o excesso de aço no país asiático gera reflexos em bolsas como a de Cingapura, usada como referência mundial.
Além disso, o setor imobiliário chinês, que responde por grande parte da demanda de aço, segue em crise, reduzindo o ritmo de consumo.
Essa combinação mantém o mercado do minério de ferro em alerta, já que qualquer desaceleração na China reverbera diretamente em países exportadores como Brasil e Austrália.
Perspectivas para o minério de ferro nos próximos meses
Apesar da queda atual, analistas consultados pela First Futures apontam que o equilíbrio relativamente justo entre oferta e demanda deve limitar perdas mais profundas no mercado do minério de ferro.
O foco agora se volta para as medidas de Pequim, que pode determinar cortes na produção de aço até o fim do ano. Essa decisão reduziria o excesso de estoques e ajudaria a estabilizar os preços.
Outro ponto monitorado é a divulgação de novos indicadores da economia chinesa, como crescimento do PIB, desempenho do setor imobiliário e números de produção industrial, previstos para a próxima segunda-feira.
Esses dados podem confirmar se haverá espaço para recuperação ou se o mercado seguirá pressionado.
O cenário atual mostra que a queda no preço do minério de ferro está diretamente ligada ao acúmulo de aço na China, que alcançou seu maior nível em quatro meses.
Para investidores e exportadores, a incerteza se mantém até que Pequim anuncie medidas concretas de corte de produção ou até que o setor imobiliário apresente sinais mais claros de recuperação.
E você? Acredita que os cortes de produção de aço serão suficientes para reequilibrar o mercado do minério de ferro ou a pressão da China seguirá derrubando as cotações em 2025?
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