O objetivo do novo plano de recuperação da mineradora Samarco é chegar a um acordo com o grupo de credores que possuem R$ 26,4 bilhões da dívida da empresa
A mineradora Samarco entregou uma nova versão de seu plano de recuperação judicial. O intuito desse plano de recuperação é chegar em um acordo com seus credores financeiros. O plano de recuperação deve ser votado na segunda convocação da Assembleia-Geral de credores, que foi remarcada para o dia 10 de março de 2022.
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A principal alteração do plano de recuperação judicial da mineradora Samarco foi um limite de US$ 2,3 bilhões em aportes da Samarco na Renova, órgão criado com o intuito de administrar o pagamento das indenizações relativas ao desastre que ocorreu em 2015 no município de Mariana, em Minas Gerais, causando danos ambientais ao ecossistema do Rio Doce.
Caso a injeção de capital supere esse montante, a Vale e BHP – empresas que detém, cada uma, 50% das ações da mineradora Samarco – arcarão com a conta. Além disso, o novo plano de recuperação impõe que a mineradora Samarco fará contribuições na Renova apenas se o fluxo de seu caixa se manter em ao menos US$ 300 milhões. A mineradora Samarco ficou anos sem operar em decorrência da tragédia de Mariana, resultando no pedido de recuperação judicial em abril de 2021.
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Segundo o Broadcast, os credores financeiros da mineradora defendiam que quem deveria arcar com os custos da tragédia eram as empresas Vale e BHP. Ademais, questionavam os motivos para a dívida das sócias – no valor de R$ 23,75 bilhões – estar incluída no pedido de recuperação judicial. A dívida da mineradora Samarco que está dentro do plano de recuperação judicial gira em torno de R$ 50 bilhões.
Entretanto, os credores possuíam outras diferenças referentes ao plano de recuperação. A defesa dizia respeito ao pagamento da dívida em 100%, além dos juros. Já a Samarco, propôs um desconto de 75% na dívida, com o pagamento sendo feito até o ano de 2041. A conversão da dívida em participação acionária na empresa também era uma opção.
Entretanto, em decorrência das mudanças do novo plano de recuperação, espera-se que o plano possa ser aprovado. Recentemente esse mesmo grupo de credores da mineradora contratou o executivo Tito Martins para ser o novo presidente da mineradora Samarco. O grupo defenderá que a empresa necessita de uma gestão independente, cobrando isto independente da aprovação do plano de recuperação.
Sobre a mineradora Samarco
Após o rompimento da barragem em Mariana (MG), que ocorreu em 5 de novembro de 2015, a mineradora Samarco teve suas atividades totalmente paralisadas durante 5 anos. Esta barragem era usada para armazenar rejeitos de minério de ferro da mineradora.
Sendo assim, a mineradora Samarco só retornou com suas atividades no final de 2020, com cerca de 26% de sua capacidade. Neste primeiro ano, a mineradora Samarco produziu cerca de 7,87 milhões de toneladas de minério de ferro.
A mineradora Samarco atende ao Brasil e ao exterior, auxiliando na produção de aço nas principais empresas da América, Oriente Médio, Europa e Norte Africano.
A empresa prevê retomar completamente suas atividades até 2029, gerando cerca de 7.200 vagas de empregos. Dentro da mineradora Samarco, serão gerados empregos de engenheiro ambiental, engenheiro mecânico, engenheiro eletricista, engenheiro de segurança, técnico de programação, técnico de segurança do trabalho, mecânico montador, mecânico de manutenção, eletricista, bombeiro hidráulico, técnico de informática, pedreiro, pintor, entre outros.