Mineradora Viridis planeja explorar terras raras usando reservatórios de Poços de Caldas, gerando críticas por risco de seca e fragilidade hídrica futura
A mineradora Viridis pretende utilizar os quatro reservatórios de água de Poços de Caldas, em Minas Gerais, para explorar terras raras. A proposta preocupa moradores e especialistas porque o município já enfrenta escassez hídrica e tem risco alto de seca a partir de 2030.
Na mesa informativa realizada pelo Instituto Federal do Sul de Minas, na quarta-feira (3), a urbanista Maria Carolina Nassif apresentou detalhes do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) elaborados pela empresa.
Segundo os documentos, caso o empreendimento seja instalado, o risco de seca pode aumentar ainda mais entre 2030 e 2050.
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Críticas ao estudo apresentado pela Viridis
Durante a apresentação, Nassif destacou que os relatórios não oferecem condicionantes. “O documento não traz nenhuma condicionante. Ele não traz nada. A empresa pode fazer apenas com o licenciamento estadual e fim. O que o município vai ganhar de contrapartida? Nada. A prefeitura vai dar água, luz e gás”, afirmou.
A urbanista ainda ressaltou que, mesmo com a menção a uma possível parceria entre a mineradora e a Prefeitura de Poços de Caldas, não há registros formais dessa negociação.
Até o fechamento da matéria, nem a Prefeitura nem o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) responderam sobre a possibilidade de realizar um estudo independente.
Autorização para planta piloto em Poços de Caldas
A discussão acontece em paralelo à decisão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
No dia 29 de agosto, o órgão autorizou a instalação de uma planta piloto da mineradora Meteoric em Poços de Caldas.
O projeto permitirá a construção de um laboratório para processamento de terras raras pelo período de dez anos.
Além disso, outra mineradora, que já possuía direitos minerários na região, também solicitou a mesma licença.
A disputa reforçou as críticas da Aliança em Prol da Área de Proteção Ambiental (APA) da Pedra Branca, que levou o caso ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Preocupação com fragmentação de licenças
Em inquérito civil publicado em 20 de agosto, o MPMG reconheceu riscos ambientais. O documento alertou que a fragmentação de pedidos de extração e beneficiamento em licenças separadas compromete a análise integrada dos impactos ambientais.
Portanto, pode resultar na omissão de efeitos cumulativos ou sinérgicos, gerando prejuízos futuros para o município.
Com informações de Brasil de Fato.