Mineração brasileira fatura R$ 139 bi em 6 meses, gera 226 mil empregos e prevê US$ 68,4 bi em investimentos até 2029 para impulsionar o setor.
O desempenho da mineração brasileira no primeiro semestre de 2025 reforça o peso do setor na economia nacional e sua relevância estratégica para o futuro do país. Entre janeiro e junho, o setor movimentou R$ 139,2 bilhões, registrando crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Além do faturamento expressivo, o segmento se prepara para uma corrida histórica de US$ 68,4 bilhões em investimentos até 2029, com potencial de transformar regiões mineradoras, gerar milhares de empregos e ampliar a participação do Brasil no comércio internacional.
Faturamento da mineração em alta impulsionado por minerais críticos
O faturamento da mineração no semestre foi marcado pela expansão dos chamados minerais críticos, que atingiram R$ 21,6 bilhões, com alta de 41,9% em relação a 2024. Esse grupo inclui insumos estratégicos para a transição energética, como lítio, níquel e cobre, cada vez mais demandados pela indústria de baterias e veículos elétricos.
Apesar do desempenho positivo, o minério de ferro — carro-chefe da mineração brasileira — registrou queda de 8,2% no faturamento, acumulando R$ 73,5 bilhões e representando 52,8% da receita do setor. Esse recuo reflete oscilações de preços no mercado internacional, mas não comprometeu o saldo final, já que outros minerais compensaram a perda.
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Estados líderes da mineração brasileira
O mapa da mineração no Brasil continua concentrado em três estados: Minas Gerais, Pará e Bahia. Juntos, eles respondem por quase 80% do faturamento total do setor.
Minas Gerais segue na liderança, com 39,7% da receita, seguido pelo Pará (34,6%) e pela Bahia (4,8%). Esses estados não apenas concentram grandes minas, mas também infraestrutura logística que facilita o escoamento da produção para exportação.
Geração de empregos e arrecadação recorde
Um dos pontos de destaque no relatório do IBRAM é a geração de empregos. De janeiro a junho, a mineração brasileira registrou 226 mil postos de trabalho diretos, com a criação de 5.085 novas vagas em apenas seis meses.
Considerando empregos indiretos e induzidos, o impacto sobre as economias locais é ainda maior, fortalecendo cadeias produtivas e comércio em municípios mineradores.
Na arrecadação, o setor recolheu cerca de R$ 48 bilhões em impostos e tributos, avanço de 7,5% sobre 2024. Desse total, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) somou R$ 3,7 bilhões, recurso fundamental para financiar projetos de infraestrutura e serviços públicos em cidades impactadas pela atividade.
Exportações e saldo comercial da mineração
As exportações minerais brasileiras totalizaram 192,5 milhões de toneladas, um crescimento de 3,7% em volume. O saldo da balança comercial mineral foi de US$ 16 bilhões, equivalente a 53% de todo o superávit comercial brasileiro no período.
A China segue como principal destino das exportações minerais, absorvendo 68,1% do volume total, principalmente de minério de ferro e bauxita. Já os Estados Unidos lideraram a lista de fornecedores de produtos minerais ao Brasil, seguidos por Rússia, Austrália e Canadá. Esse intercâmbio reforça a posição estratégica do Brasil como um dos grandes players globais no setor.
Setor de mineração e a transição energética global
O setor de mineração é um dos pilares da transição energética, e o Brasil tem se consolidado como um fornecedor chave de minerais críticos. O plano de investimentos de US$ 68,4 bilhões até 2029 prevê a expansão de minas de lítio, níquel e cobre, além de novos projetos para diversificar a produção e reduzir a dependência do minério de ferro.
Esses investimentos devem modernizar processos, fortalecer a sustentabilidade da cadeia produtiva e gerar milhares de empregos diretos e indiretos. A expectativa é que regiões mineradoras recebam novas plantas industriais e infraestrutura de apoio, o que poderá transformar a realidade econômica de estados como Minas Gerais, Pará e Bahia.
Desafios e perspectivas da mineração brasileira
Apesar do cenário otimista, a mineração brasileira enfrenta desafios significativos, como pressões ambientais, necessidade de licenciamento mais ágil e exigência de maior sustentabilidade nas operações.
O setor também precisa equilibrar a expansão com medidas de mitigação de impactos sociais e ambientais, garantindo que os benefícios econômicos se traduzam em desenvolvimento para as comunidades locais.
Ao mesmo tempo, a demanda global por minerais estratégicos cresce em ritmo acelerado, colocando o Brasil em posição privilegiada. Com investimentos bilionários já anunciados, o país pode se consolidar como protagonista em um setor que está no centro das transformações tecnológicas e energéticas do século XXI.
E você, acredita que a mineração brasileira conseguirá aproveitar esse ciclo bilionário para gerar desenvolvimento sustentável e empregos de qualidade até 2029?