1. Início
  2. / Economia
  3. / Milionários no Brasil pagam metade dos impostos de trabalhadores comuns, apesar de concentrarem 27% da renda nacional
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 6 comentários

Milionários no Brasil pagam metade dos impostos de trabalhadores comuns, apesar de concentrarem 27% da renda nacional

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 31/08/2025 às 23:59
Estudo da Receita Federal e do EU Tax Observatory revela que, em 2019, 1% mais rico concentrou 27,4% da renda no Brasil e pagou só 20,6% em impostos, metade da média nacional
Estudo da Receita Federal e do EU Tax Observatory revela que, em 2019, 1% mais rico concentrou 27,4% da renda no Brasil e pagou só 20,6% em impostos, metade da média nacional
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
10 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Estudo da Receita Federal e do EU Tax Observatory mostra que o 1% mais rico paga apenas 20,6% em tributos, contra média nacional de 42,5%

Um estudo divulgado em 29 de agosto de 2025 pelo Monitor Mercantil revelou que os milionários no Brasil pagam, em média, metade da carga tributária de um trabalhador comum, mesmo concentrando a maior fatia da renda nacional. Os dados mostram que o 1% mais rico concentrou 27,4% da renda total em 2019, colocando o país entre os mais desiguais do mundo.

A pesquisa, chamada “Progressividade Tributária e Desigualdade no Brasil: Evidências a partir de Dados Administrativos Integrados”, foi elaborada pela Receita Federal em parceria com o EU Tax Observatory, coordenado pelo economista francês Gabriel Zucman, e apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para especialistas, os números reforçam a urgência de uma reforma que enfrente a regressividade do sistema atual.

A diferença na tributação entre ricos e trabalhadores

Segundo o estudo, a alíquota média de imposto no Brasil é de 42,5%. No entanto, quem ganha acima de US$ 1 milhão por ano (cerca de R$ 5,4 milhões) paga apenas 20,6% em tributos. Essa discrepância se explica pela isenção de dividendos e pela multiplicidade de benefícios fiscais que reduzem a carga sobre grandes rendimentos e corporações.

Haddad destacou a contradição: “O Brasil não pode estar entre as dez maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, figurar entre as piores em distribuição de renda”. A fala sintetiza a crítica de que a estrutura tributária privilegia os mais ricos e penaliza proporcionalmente os trabalhadores de baixa e média renda.

Comparação com Estados Unidos e Europa

O levantamento também comparou a situação brasileira com a de outras economias. Nos Estados Unidos, milionários pagam em média 36% da renda em impostos, mesmo em um sistema com carga global menor que a do Brasil. Na Europa, as alíquotas sobre grandes fortunas variam entre 22% e 42%, também bem acima do patamar brasileiro.

Esses dados mostram que o Brasil está na contramão das principais economias. Enquanto países desenvolvidos reforçam a progressividade tributária, aqui a estrutura segue beneficiando a elite econômica e aumentando a desigualdade.

Empresas também pagam menos do que deveriam

Outro ponto polêmico do estudo é a tributação sobre empresas. Embora a alíquota nominal sobre lucros seja de 34%, muitas companhias pagam efetivamente menos de 25%, e quase 20% delas chegam a pagar menos de 1%. Esse cenário evidencia que incentivos fiscais e manobras contábeis favorecem grandes corporações, reduzindo a arrecadação e sobrecarregando outros setores da sociedade.

Especialistas alertam que essa distorção prejudica a competitividade, pois pequenas e médias empresas não conseguem acessar os mesmos benefícios e acabam arcando com uma carga proporcionalmente maior.

O impacto no debate da reforma tributária

A divulgação do relatório acontece em meio ao debate no Congresso Nacional sobre a proposta do governo federal de isentar do Imposto de Renda pessoas com salários de até R$ 5 mil e, ao mesmo tempo, elevar as alíquotas sobre os mais ricos.

Para o ministro Haddad, os dados oferecem a base técnica necessária para avançar nas mudanças. Ele classificou a correção da regressividade como um passo “modesto, mas essencial” para reduzir desigualdades e garantir desenvolvimento sustentável.

E você, acredita que aumentar a tributação sobre milionários no Brasil é a solução para reduzir desigualdade, ou o problema está em outro ponto do sistema? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre o tema.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
6 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Rodrigo Chicralla
Rodrigo Chicralla
07/09/2025 12:54

É fácil resolver, é só diminuir os impostos dos pobres e não aumentar o dos ricos. Se sobrecarregar os ricos eles vão para o Paraguai, Uruguai e Argentina.

Chain
Chain
07/09/2025 07:20

Ah sim claro , a receita sabe explicar se o IPVA da Ferrari do rico é o mesmo valor do IPVA do meu golzinho 2007 ?
A receita federal sabe explicar se o IPTU da mansão do rico é o mesmo valor do IPTU da minha casa de 48m2 do minha casa minha vida?
A receita federal sabe explicar se ela não morde em 1.500 reais a cada 2 mil que o rico paga a um funcionário?
A receita federal sabe explicar quanto em impostos sobre Jpc retido na fonte ela cobra de 1 rico versus 1 pobre , quando a receita federal souber explicar isso ela vai saber porque os ricos estão abandonando o Brasil

clipmaster
clipmaster
06/09/2025 20:57

Bilionários, milionários e ricos jamais pagarão impostos porque detém os meios de produção e são proprietários do sistema financeiro, de produtos e de serviços. Todos os impostos – pessoas físicas e jurídicas – são tratados como custos e entram no cálculo do preço final dos produtos e serviços. No final quem paga são os consumidores.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x