Diagnóstico rápido: contexto e resultados principais
Desde 10 de dezembro de 2023, Milei assumiu o poder enfrentando uma crise severa.
A inflação ultrapassava 200 %, o déficit fiscal era persistente e as reservas estavam negativas.
Mesmo diante desse cenário, o INDEC registrou, no primeiro semestre de 2025, queda da pobreza para 31,6 % — o menor nível em sete anos.
Portanto, o resultado foi visto como sinal de que reformas liberais e austeridade fiscal podem gerar impactos sociais concretos.
Herança e colapso inicial
Ao assumir o cargo, Milei encontrou um país em colapso.
A inflação passava de 200 %, a moeda estava desvalorizada e o déficit fiscal chegava a 6 % do PIB.
No primeiro semestre de 2024, a pobreza subiu para 52,9 %, segundo o INDEC.
Esse salto refletia anos de políticas insustentáveis.
Durante o período kirchnerista, subsídios amplos e emissão monetária excessiva desorganizaram o sistema econômico.
Além disso, a máquina pública cresceu de forma descontrolada.
Consequentemente, a produtividade nacional entrou em declínio e a sociedade ficou dependente do Estado.
Reforma econômica e estabilização
Após a posse, Milei iniciou um programa de reformas estruturais.
Entre as medidas, ocorreram cortes de gastos públicos e a eliminação de subsídios à energia e ao transporte.
O governo também promoveu ajuste fiscal rigoroso e desregulamentação econômica, revogando mais de 300 normas que travavam o setor produtivo.
Além disso, reformulou programas sociais como o Renta Básica de Libertad, que condiciona benefícios à capacitação e ao emprego.
Com isso, a confiança do mercado começou a ser restaurada e o setor formal reagiu.
De acordo com Milei, “a inflação é o imposto mais regressivo sobre os pobres — combatê-la é libertá-los”.
A frase foi dita em Davos, em janeiro de 2025, e simbolizou o tom de sua política.
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Impacto nos números: inflação, PIB e emprego
Em 2023, a inflação anual ultrapassava 200 %.
Contudo, em abril de 2025, o índice mensal caiu para 2,8 %, conforme o INDEC.
Já em maio, a taxa foi de apenas 1,5 %, o menor valor em cinco anos.
Em junho, apesar de leve alta, a estabilidade foi mantida.
Enquanto a inflação desacelerava, o PIB cresceu 5,2 % no primeiro trimestre de 2025.
Esse avanço foi impulsionado pelas exportações agroindustriais e pela mineração.
Como resultado, foram criados 450 mil empregos formais, o maior número desde 2011.
Além disso, a política de cortes fiscais combinada a programas sociais reduziu os impactos sobre os mais vulneráveis.
O governo atingiu déficit fiscal zero, recuperando a confiança dos investidores estrangeiros e estabilizando o câmbio.
Assim, o país evitou nova espiral inflacionária e consolidou a queda da inflação importada.
Contrapontos e resistência
Mesmo com os avanços, críticos questionam a narrativa oficial.
A oposição insiste em falar em “miséria generalizada” e acusa o governo de omitir dados negativos.
Embora as estatísticas mostrem queda da pobreza, parte da população alega que o padrão de vida ainda não melhorou.
Segundo analistas, ONGs estrangeiras e alguns veículos de mídia mantêm uma postura abertamente crítica, frequentemente associada a disputas ideológicas.
Entretanto, as evidências apontam que a combinação de austeridade e liberalização econômica produziu resultados sociais relevantes e mensuráveis.
Conclusão e olhares para adiante
Até meados de 2025, a Argentina conseguiu reduzir significativamente a pobreza.
As reformas econômicas implementadas por Milei provocaram efeitos rápidos, ainda que polêmicos.
Por outro lado, o país enfrenta desafios contínuos, como polarização política e pressão social.
Manter a estabilidade exigirá planejamento e diálogo.
Para analistas e economistas, será essencial acompanhar os indicadores nos próximos semestres.
Além disso, cruzar dados oficiais com fontes independentes ajudará a compreender o alcance real dessas transformações.
Com isso, o governo argentino poderá confirmar se o atual ciclo é sustentável ou apenas uma trégua temporária da crise histórica.