Casos de intoxicação por metanol preocupam o Brasil. Especialista alerta para riscos em bebidas alcoólicas e ensina como evitar fraudes.
Risco de metanol em bebidas preocupa o Brasil
Os casos de intoxicação por metanol estão crescendo em todo o Brasil, gerando preocupação entre consumidores e autoridades. O alerta vem após uma série de acidentes envolvendo bebidas alcoólicas adulteradas, especialmente destiladas como vodka, gin e whisky.
Enquanto muitos brasileiros evitam consumir esses produtos, o medo se estende a outras categorias, como vinho, chope e cerveja. Mas será que essas bebidas também correm o mesmo risco?
De acordo com o professor de Química Paulo Henrique Tavares, da Faculdade Ibmec BH, a resposta é sim — embora o risco seja bem menor.
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Bebidas fermentadas também podem ser adulteradas
Tavares explica que bebidas fermentadas, como vinho e cerveja, não estão totalmente livres da possibilidade de fraude por metanol. “O risco existe, mas é muito menor do que nos destilados”, afirma o especialista.
Segundo ele, há dois principais motivos para isso. “O primeiro é a embalagem. No caso das cervejas, por exemplo, as latas são muito mais difíceis de serem fraudadas.
Além disso, não é vantajoso gastar dinheiro para adulterar bebidas como cerveja ou vinho, já que o teor alcoólico delas é muito menor do que o dos destilados”, explica.
Por que o risco de metanol é menor em cervejas e vinhos
O professor destaca que a diferença de concentração alcoólica é o ponto-chave. “Se compararmos uma cerveja e uma cachaça, o teor de álcool na cerveja é cerca de dez vezes menor”, afirma.
Essa diferença torna a adulteração menos lucrativa para criminosos, já que o metanol é utilizado principalmente para aumentar o teor alcoólico em produtos falsificados.
Além disso, bebidas vendidas em latas lacradas ou garrafas seladas possuem barreiras físicas que dificultam a adulteração, reduzindo os riscos de contaminação.
E quanto aos refrigerantes?
O professor Tavares tranquiliza: “No caso dos refrigerantes, o risco é praticamente nulo. A presença de qualquer substância como o metanol causaria uma alteração muito grande no sabor, e as pessoas dificilmente continuariam bebendo depois do primeiro gole.”
Portanto, apesar de o perigo existir em bebidas alcoólicas, o consumo de produtos não alcoólicos, especialmente industrializados, é considerado seguro.
É possível identificar o metanol pelo gosto?
Um dos maiores perigos da adulteração por metanol é a dificuldade de identificação. Segundo o especialista, o sabor não denuncia o risco.
“Nas bebidas destiladas, é praticamente impossível identificar a adulteração apenas pelo paladar. Quando falamos de cachaça, gin ou vodka, é muito difícil perceber, porque elas já têm uma quantidade alta de etanol”, explica Tavares.
Por outro lado, em bebidas como cerveja ou refrigerante, a alteração seria perceptível logo no primeiro gole.
Preço baixo é sinal de alerta
Outro indício comum de bebidas adulteradas é o preço fora da realidade. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”, brinca o professor.
Ele explica que vendedores ilegais, por não pagarem impostos e trabalharem fora da fiscalização, conseguem oferecer valores muito abaixo do mercado. “O preço muito abaixo do normal deve acender um sinal de alerta”, reforça Tavares.
Portanto, consumidores devem evitar comprar bebidas alcoólicas de origem duvidosa, especialmente em promoções exageradas, feiras ou pontos de venda não regulamentados.
Como evitar acidentes com bebidas adulteradas
Para reduzir o risco de acidentes com metanol, especialistas recomendam sempre comprar produtos em locais confiáveis e verificar se o rótulo, o lacre e o selo fiscal estão intactos.
Além disso, desconfie de marcas desconhecidas, embalagens violadas e preços muito baixos. Em caso de suspeita, é essencial acionar as autoridades de saúde e evitar o consumo.