Obras do Rodoanel Norte enfrentam escassez de mão de obra. São 800 vagas abertas com salários de até R$ 6 mil e benefícios. Veja como se candidatar.
Mesmo com salários de até R$ 6 mil e oportunidades imediatas, 800 vagas seguem abertas nas obras do Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas (SP-021), uma das maiores frentes de trabalho em infraestrutura no Brasil atualmente. O motivo? A escassez de mão de obra na construção civil, que vem sendo agravada por uma mudança clara no comportamento dos jovens trabalhadores.
As obras, retomadas em 2024 após seis anos paralisadas, estão a todo vapor e prometem ligar a avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na capital paulista, à Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em um trajeto de 44 quilômetros de extensão. O impacto será direto em cidades como Guarulhos, Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano — tanto na mobilidade urbana quanto na geração de empregos.
Construção civil emprega muito, mas sofre para atrair jovens
Mesmo sendo um dos setores que mais contratam no Brasil, com 2,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada, segundo o Caged (março/2025), a construção civil vive um apagão de mão de obra, principalmente na base da cadeia produtiva.
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David Fratel, diretor da área de Gente do SindusCon-SP, explica que a maior dificuldade é atrair os entrantes no mercado, como aprendizes e ajudantes. “Hoje, nossa maior crise é a falta desses ajudantes, que representam 50% da força de trabalho na construção civil”, afirma.
E o problema não é falta de remuneração: os salários variam entre R$ 2.500 e R$ 6.000. Um pedreiro experiente pode ganhar de R$ 13 mil a R$ 15 mil, e cargos como mestre de obra chegam a R$ 20 mil mensais, mesmo sem exigência de ensino superior. O que falta, segundo Fratel, é mostrar que há plano de carreira nesse setor — e isso está em desenvolvimento em parceria com o Sintracon-SP, sindicato dos trabalhadores da construção.
Jovens querem mais autonomia e rejeitam modelos tradicionais
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva ajuda a explicar por que tantos jovens evitam a construção civil. De acordo com o levantamento:
- 63% dos trabalhadores paulistas sonham em ter o próprio negócio
- 67% não enxergam mais o trabalho com carteira assinada como sinônimo de segurança
- 64% dizem que o trabalho formal oferece pouca flexibilidade
Segundo Renato Meirelles, presidente do instituto, há uma mudança cultural em curso: “Esses jovens não querem que digam quanto vale a sua hora. Eles querem decidir isso por conta própria”. Ou seja, o problema não está apenas nas condições das vagas, mas em como o trabalho formal é percebido por essa nova geração.
Rodoanel Norte oferece benefícios e contratação imediata
As obras do Rodoanel Norte são tocadas pelo Consórcio Cantareira, formado pelas empresas Odebrecht Engenharia e Construção e Renea Infraestrutura. O projeto é considerado um dos mais relevantes do país na área de mobilidade e infraestrutura urbana. As 800 vagas abertas incluem funções como:
- Ajudante de produção
- Carpinteiro
- Eletricista
- Motorista de betoneira
A jornada de trabalho é de segunda a quinta-feira, das 7h às 17h, e sexta-feira até às 16h. Os salários variam de R$ 2.500 a R$ 6.000, com benefícios como:
- Assistência médica
- Vale-transporte ou transporte fretado
- Vale-alimentação
- Refeição no local
- Seguro de vida
Pessoas de todos os gêneros e inclusive pessoas com deficiência são bem-vindas. Os interessados devem enviar currículo com a vaga desejada para o e-mail vagasrodoanel@consorciocantareira.com.br ou entrar em contato via WhatsApp nos números:
📱 (11) 91702-6264
📱 (11) 91006-7368
Falta de mão de obra ameaça avanço de grandes obras
A escassez de profissionais na construção civil não é exclusividade do Rodoanel. É uma realidade que preocupa o setor em todo o país. Grandes projetos de infraestrutura, como ferrovias, estradas, hidrelétricas e moradias populares, esbarram na dificuldade de contratar trabalhadores capacitados — especialmente entre os mais jovens.
A esperança do setor está em iniciativas que consigam mostrar que a construção civil pode ser uma carreira próspera, com futuro e bom salário, mesmo para quem não tem ensino superior. Mas, para isso, será preciso rever estratégias de comunicação, criar políticas de formação e construir um caminho profissional mais claro.
Como resume Pedro Schettino, diretor de contrato do Consórcio: “Esse é um dos projetos de mobilidade urbana mais importantes do Brasil. Ele melhora a vida da população e gera oportunidades reais para quem vive no entorno. Mas precisamos de gente disposta a aproveitar essa chance.”