A busca da Petrobras para equilibrar a produção de petróleo e a transição energética reflete uma compreensão sólida das necessidades presentes e futuras da sociedade global, bem como, das oportunidades que surgem com essa evolução constante.
Mesmo em meio à crescente ênfase na transição energética, os especialistas da indústria energética estão alinhados em uma visão compartilhada: o petróleo manterá sua relevância e demanda por muitos anos. Durante a Conferência Anual Santander realizada em São Paulo, Joelson Falcão Mendes, o Diretor de Exploração e Produção da Petrobras, destacou que a estatal está bem posicionada para continuar produzindo petróleo por um período estimado de até três ou quatro décadas, em consonância com a evolução das necessidades energéticas globais.
Diretor da Petrobras reforça a importância estratégica do petróleo em meio à transição energética global
Mendes destacou que a Petrobras está adotando uma abordagem estratégica abrangente.
Enquanto o foco anterior era principalmente nas promissoras reservas do pré-sal, a empresa agora visa otimizar o desenvolvimento produtivo, concentrando-se em ativos rentáveis de maneira geral, tanto em águas rasas quanto em áreas em terra firme (onshore).
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Nossa visão é de longo prazo, planejamos continuar a produção de petróleo nas próximas duas, três ou até quatro décadas, afirmou Mendes durante sua apresentação.
No entanto, para manter esse impulso, ele enfatizou a importância de explorar novas fronteiras petrolíferas, com destaque para a potencialidade da Margem Equatorial.
Os especialistas geocientíficos da Petrobras estão confiantes de que essa região poderá ser uma fonte significativa de sucesso futuro.
Abraçando a diversificação, a Petrobras investe em energias renováveis sem negligenciar suas raízes no petróleo
O diretor da Petrobras também ressaltou a evolução do foco da empresa em direção às energias renováveis.
A transição energética é um novo paradigma e a Petrobras está se adaptando, sem abandonar o compromisso de repor suas reservas de hidrocarbonetos.
Além disso, a empresa pretende garantir a rentabilidade dos investimentos em energia limpa.
Mendes explicou: Estamos ajustando nossa estratégia, que antes se concentrava principalmente no pré-sal, para uma abordagem que prioriza ativos rentáveis. Nossa intenção é manter nossas reservas comprovadas.
O executivo também levantou a possibilidade de vender ativos maduros da carteira da empresa, observando que a Petrobras adota uma abordagem de gestão ativa do portfólio há muitos anos.
Essa postura flexível destaca a disposição da empresa em se adaptar às mudanças do mercado e explorar oportunidades que possam surgir.
O Plano Estratégico 2023-2027 da Petrobras, que ainda está em vigor, delineia a meta da empresa de maximizar o valor de seu portfólio, com ênfase em ativos de águas profundas e ultraprofundas.
A empresa também continua comprometida com o desenvolvimento do pré-sal e a exploração de novas fronteiras de óleo e gás.
Apesar da expansão para o campo das energias renováveis, o pré-sal permanece central para a Petrobras.
Mendes observou que essa região já contribui com quase 80% da produção total da estatal.
E é esperado que essa parcela continue a crescer nos próximos anos, graças aos investimentos realizados de acordo com o Plano Estratégico 2023-2027.
No que diz respeito à implementação prática dessas estratégias, Mendes informou que dos 17 objetivos delineados, quatro já foram concluídos e os restantes 13 estão em fase de aquisição de equipamentos.
Um dos destaques é o FPSO, que está em andamento para aumentar a produção no pré-sal.
Foco na otimização produtiva e exploração de novas fronteiras energéticas
A Petrobras, em seu compromisso com a transição energética, estabeleceu recentemente uma diretoria dedicada a essa área.
Essa divisão concentra-se em pesquisar e desenvolver projetos renováveis que não apenas reduzam as emissões de carbono, mas também acrescentem valor ao negócio da empresa.
A empresa está buscando parcerias estratégicas para garantir que suas iniciativas sustentáveis sejam eficazes e eficientes.
Mendes concluiu destacando que a estatal está preparada para investir em energia eólica, solar e hidrogênio verde.
A Petrobras está adotando uma abordagem criteriosa, investindo em projetos sustentáveis não apenas porque são ecologicamente corretos, mas porque se espera que sejam economicamente viáveis e lucrativos.