Caso recente ocorrido em um condomínio de classe média alta expôs como muros altos, cercas elétricas e sensores infravermelhos não são suficientes para impedir invasões planejadas e como novas estratégias podem reduzir riscos
Você acredita que o muro alto da sua casa ou condomínio é suficiente para afastar criminosos? Especialistas em segurança afirmam que, apesar de representar um obstáculo físico, essa barreira não é capaz de impedir invasões bem planejadas. O caso recente de um condomínio de classe média alta em São Paulo é um exemplo emblemático de como a sensação de segurança pode ser enganosa.
Segundo o especialista em segurança Jorge Lordelo, do canal “Não Caia em Roubada”, o episódio chamou a atenção pela ousadia dos invasores e pela forma como superaram todos os sistemas de proteção. O condomínio em questão possuía muros de seis metros de altura, cercas com fios elétricos, sensores infravermelhos e monitoramento por câmeras. Ainda assim, os criminosos conseguiram transpor toda essa estrutura sem acionar os alarmes.
Invasão em prédio de luxo expõe falhas na segurança passiva
O incidente ocorreu durante a madrugada. De acordo com relatos de moradores e imagens obtidas pelas câmeras do condomínio, os suspeitos chegaram em uma picape, estacionaram próximo ao local e utilizaram uma escada extensível de construção, capaz de atingir mais de seis metros de altura.
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Um dos invasores, descrito como magro e ágil, escalou a estrutura com facilidade, saltando a cerca sensoriada e atingindo uma laje lateral do prédio. A partir daí, ele teve acesso a áreas internas do condomínio e conseguiu invadir dois apartamentos que estavam vazios naquele momento.
“Nosso prédio tem muro altíssimo, investimos muito em segurança, mas eles sabiam exatamente onde e como agir”, relatou um dos moradores, segundo Lordelo. A informação foi divulgada no canal “Não Caia em Roubada”, em um vídeo sobre vulnerabilidades em sistemas de segurança residencial.
Os criminosos usaram uma chave de fenda para arrombar portas e furtaram pertences de alto valor. Após o crime, fugiram pelo mesmo trajeto: subiram novamente pela escada e deixaram o local sem que ninguém do condomínio percebesse, já que a ação ocorreu durante a madrugada, enquanto todos dormiam.
Altura não é sinônimo de proteção: entenda o erro mais comum
De acordo com Jorge Lordelo, o caso demonstra que a altura do muro, isoladamente, não garante proteção real. “Nem um muro de seis metros pode impedir uma invasão quando há planejamento e ferramentas adequadas”, afirma o especialista.
A explicação técnica é simples: criminosos experientes conhecem os pontos cegos dos sistemas de alarme e estudam a rotina dos moradores. Além disso, equipamentos como escadas articuladas ou telescópicas — vendidas em lojas de construção — permitem atingir alturas superiores a sete metros com facilidade.
Para Lordelo, é preciso abandonar a ideia de que a “altura protege”. A segurança deve ser vista como um conjunto integrado, que combina barreiras físicas, sensores inteligentes, vigilância ativa e planejamento preventivo.
Dupla proteção: a estratégia recomendada por especialistas em segurança
Segundo Jorge Lordelo, a melhor forma de evitar invasões por escalada é adotar o que ele chama de dupla proteção perimetral. O sistema consiste em instalar duas camadas de barreira física e eletrônica sobre o muro, com ângulo de 45 graus voltado para o lado externo.
Esse formato impede que o criminoso apoie escadas ou instrumentos de escalada, já que a inclinação cria uma área instável e aciona o alarme caso o invasor tente o contato. A parte superior pode incluir cercas eletrificadas, telas laminadas alarmadas ou sensores de vibração, todos interligados ao sistema central de monitoramento.
“Quando a cerca é instalada em 45 graus, o criminoso não consegue encostar a escada sem acionar o sistema. É uma barreira simples, mas extremamente eficaz”, explica o especialista. Além disso, recomenda-se duplicar a estrutura, aplicando o mesmo conceito dos dois lados do muro, o que torna a transposição praticamente impossível mesmo com equipamentos adequados.
Segurança ativa e conscientização dos moradores
Outro ponto crucial é o comportamento preventivo dos moradores. De nada adianta investir em sistemas modernos se a comunidade não adotar práticas básicas de segurança, como verificar o fechamento de portões, não permitir a entrada de desconhecidos e manter a vigilância em horários de menor movimento.
A tecnologia, por si só, não substitui o fator humano. Por isso, síndicos e administradores devem investir também em treinamento das equipes de portaria, procedimentos de resposta a alarmes e protocolos de emergência. “A segurança de um condomínio é responsabilidade compartilhada. Todos precisam estar atentos”, reforça Lordelo.
De acordo com o especialista, o episódio do muro de seis metros serve como alerta para repensar as estratégias de segurança passiva, muitas vezes baseadas apenas em altura e estética, sem considerar as vulnerabilidades práticas.
Altura ajuda, mas estratégia protege
O caso ocorrido em São Paulo ilustra que segurança não é apenas uma questão de altura, mas de estratégia. Sistemas integrados, monitoramento constante e conscientização dos moradores são fatores determinantes para evitar invasões.
A informação foi divulgada por Jorge Lordelo em seu canal “Não Caia em Roubada”, voltado à educação em segurança pública e prevenção de crimes urbanos. O especialista reforça que, embora muros altos dificultem o acesso, apenas um conjunto de medidas complementares pode garantir proteção efetiva.
Para quem vive em condomínios ou casas isoladas, o recado é claro: a melhor defesa é o conhecimento aliado à prevenção.
E você, acredita que muros altos realmente garantem segurança ou apenas criam uma falsa sensação de proteção? Compartilhe sua opinião nos comentários e conte se já presenciou ou soube de casos semelhantes em sua região.