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Mergulhadores recuperam mais de 1.000 moedas de ouro e prata perdidas há três séculos: o tesouro esquecido de uma frota espanhola avaliado em mais de um milhão de dólares

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 12/10/2025 às 11:27
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Mergulhadores recuperaram mais de mil moedas de ouro e prata perdidas há 300 anos, pertencentes a uma antiga frota espanhola. O tesouro, avaliado em mais de um milhão de dólares, revela segredos da era colonial

O mar guardou por mais de 300 anos um segredo de valor incalculável. Um grupo de mergulhadores encontrou recentemente mais de mil moedas de ouro e prata pertencentes a uma antiga frota espanhola que naufragou no século XVIII. O achado, resultado de uma operação de mergulho profissional, foi descrito por especialistas como um dos resgates marítimos mais importantes das últimas décadas, com valor estimado superior a um milhão de dólares.

A descoberta reacende o fascínio global por uma das maiores tragédias navais da era colonial: o naufrágio da chamada “Frota do Tesouro de 1715”, que desapareceu em meio a um furacão devastador quando retornava à Europa carregada de riquezas extraídas das Américas.

O naufrágio que marcou a história naval espanhola

No verão de 1715, uma frota composta por 12 embarcações espanholas zarpou do porto de Havana rumo à Península Ibérica. Elas transportavam o resultado de anos de exploração colonial: barras de prata, moedas de ouro, esmeraldas, porcelanas e especiarias enviadas do México e do Peru.

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A travessia, porém, terminou em tragédia. No dia 31 de julho, um furacão de categoria histórica atingiu a frota em pleno mar, destruindo 11 dos 12 navios. Centenas de tripulantes morreram, e o que restou afundou em questão de horas. Durante séculos, os destroços permaneceram escondidos sob camadas de areia e sedimentos.

Na época, o desastre representou uma perda colossal para a Coroa espanhola. Calcula-se que o valor total das cargas ultrapassava o equivalente a 400 milhões de dólares atuais, parte essencial das finanças do império.

Mergulhadores descobriram mais de 1.000 moedas de prata “reales” do naufrágio da “Frota do Tesouro” de 1715 neste verão. (Crédito da imagem: 1715 Fleet – Queens Jewels, LLC)

Um mergulho que fez história

Mais de três séculos depois, mergulhadores profissionais voltaram a explorar a área sob autorização oficial. A equipe, composta por arqueólogos marinhos e especialistas em resgate subaquático, realizou a operação durante o verão, em condições climáticas ideais.

Enquanto vasculhavam o fundo do mar, os mergulhadores encontraram fragmentos metálicos e pequenas moedas cobertas por sedimentos. Ao escavar com cuidado, perceberam que estavam diante de um verdadeiro tesouro: 1.003 moedas entre ouro e prata, algumas com inscrições visíveis e brasões da Espanha colonial.

Segundo os relatórios técnicos, muitas das moedas estavam empilhadas e presas em concreções minerais, o que indica que ficaram protegidas por depósitos de areia durante séculos. Entre os objetos resgatados, havia também pequenos artefatos náuticos, fragmentos de cerâmica e partes corroídas de baús metálicos usados para transporte das cargas.

Valor histórico e científico da descoberta

Mais do que o valor monetário, o achado oferece uma nova janela para a arqueologia marítima e o comércio colonial do início do século XVIII. As moedas, cunhadas em diferentes casas da América espanhola — como México, Lima e Potosí —, revelam as rotas econômicas e políticas de um império que dominava o Atlântico.

Os especialistas destacam que muitas das peças resgatadas são reais de oito, popularmente conhecidas como pieces of eight, símbolo do comércio global e base de diversas moedas modernas. Essas moedas eram o “dólar” da época: circulavam entre a Europa, a África e a Ásia como padrão de valor universal.

Arqueólogos marítimos explicam que, por estarem em águas rasas, os destroços da frota foram parcialmente deslocados ao longo dos séculos por tempestades e correntes, o que explica a dispersão dos achados. Ainda assim, a descoberta recente é uma das mais completas desde a década de 1960, quando começaram as primeiras operações sistemáticas de busca.

Preservação e destino do tesouro

De acordo com as normas de patrimônio marítimo, todo o material recuperado deverá passar por um processo rigoroso de limpeza e conservação, conduzido por especialistas em metais antigos. Após a análise e registro, parte das moedas será exibida em museus dedicados à história naval e à arqueologia subaquática.

As empresas e mergulhadores envolvidos no resgate atuam sob licença governamental, e o material será avaliado por autoridades para determinar o percentual que permanecerá sob custódia pública e o que poderá ser destinado aos descobridores, conforme as leis locais.

O líder da equipe de resgate destacou em entrevista que o objetivo principal não é o lucro, mas a preservação da memória histórica: cada moeda recuperada representa o testemunho físico de um período de expansão marítima, exploração e tragédias humanas.

O fascínio duradouro pelos tesouros submersos

Descobertas como essa continuam a capturar a imaginação coletiva. A combinação entre o mistério do oceano, o perigo das expedições e o valor histórico dos achados cria um enredo irresistível. Para os arqueólogos, esses eventos são mais do que simples reencontros com o passado: são pontes entre civilizações, mostrando como o comércio, a ambição e a tragédia moldaram o mundo moderno.

A recuperação das mais de mil moedas reforça a importância da arqueologia marinha como disciplina científica e mostra que, mesmo após séculos, o fundo do mar ainda guarda histórias que desafiam o tempo e a ganância humana.

O episódio reacende o interesse global por outros naufrágios lendários — e deixa uma certeza poética: enquanto houver oceanos, sempre haverá tesouros esperando para serem redescobertos.

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Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, vivendo no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Escrevo artigos sobre temas complexos em uma linguagem acessível, mantendo rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico

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