1. Início
  2. / Petróleo e Gás
  3. / Mercado global reage à descoberta da BP no Brasil com campo de bilhões de barris no pré sal
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Mercado global reage à descoberta da BP no Brasil com campo de bilhões de barris no pré sal

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 15/09/2025 às 22:00
Plataforma de petróleo offshore da BP no Brasil com estrutura amarela, torre de perfuração e heliponto em operação no pré-sal.
Plataforma de petróleo da BP em águas profundas brasileiras, representando a descoberta de bilhões de barris no pré-sal.
  • Reação
Uma pessoa reagiu a isso.
Reagir ao artigo

BP encontra campo de petróleo promissor e reacende entusiasmo do setor

Em agosto de 2024, a BP anunciou a descoberta de Bumerangue, um gigantesco campo de petróleo na costa brasileira.
A revelação foi classificada pelo presidente-executivo Murray Auchincloss como a mais significativa da companhia em 25 anos.
O anúncio resultou em alta imediata de 8% nas ações em Londres, superando seus pares no setor energético.
Essa movimentação sinalizou ao mercado que a preocupação com ativos encalhados pode estar diminuindo.
O anúncio reforçou também a relevância do Brasil no mapa energético mundial.

Detalhes técnicos da descoberta offshore

A BP precisará de meses para concluir a avaliação do campo recém-descoberto.
Os primeiros resultados revelaram uma coluna de hidrocarbonetos de 500 metros no pré-sal brasileiro.
O reservatório pode se estender por mais de 300 quilômetros quadrados, segundo especialistas em energia.
O Oxford Institute for Energy Studies estima potencial entre 2 bilhões e 2,5 bilhões de barris recuperáveis.
Caso plenamente desenvolvido, o projeto poderia produzir até 400 mil barris diários durante décadas.
Esse volume consolidaria a posição da BP no mercado global.
A empresa planeja elevar os investimentos anuais em upstream em 20%, alcançando US$ 10 bilhões até 2027.
O objetivo é manter a produção entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de barris por dia até 2030.

Histórico da exploração e ativos encalhados

Nas duas últimas décadas, as reservas sempre foram métricas fundamentais para investidores do setor de energia.
Entre 1995 e 2013, os gastos em exploração subiram de US$ 5 bilhões para mais de US$ 35 bilhões anuais, de acordo com a Thunder Said Energy.
Após o Acordo de Paris em 2015 e a queda do preço do petróleo, os custos aumentaram e os retornos encolheram.
Empresas como ExxonMobil, Chevron, Shell, BP e TotalEnergies reduziram os investimentos para menos de US$ 10 bilhões anuais.
Em 2024, as reservas da BP eram de 6,25 bilhões de barris equivalentes, queda de 8% em relação ao ano anterior.
Esse volume equivale a apenas 7,25 anos de produção, em comparação aos 15 anos registrados uma década atrás.

Redirecionamento estratégico das majors de energia

O cenário do setor está mudando de forma acelerada.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a segurança energética ganhou destaque global.
A demanda global aumentou também com o crescimento da inteligência artificial, que impulsionou a necessidade de energia.
O CEO da Chevron, Mike Wirth, declarou em agosto de 2024 que os resultados recentes de exploração eram insatisfatórios.
A companhia norte-americana ampliaria os investimentos, inclusive em novas bacias como Suriname, Namíbia e Egito.
A consultoria Rystad estimou que ainda existam 1,5 trilhão de barris potencialmente recuperáveis, mas ressaltou a necessidade de grandes aportes financeiros.
A Agência Internacional de Energia prevê estabilidade da demanda até 2030.
A Opep, por sua vez, acredita em crescimento contínuo até 2050.

Impactos no setor energético global

A descoberta de Bumerangue surge em um momento decisivo para o setor de energia, portanto, reforça expectativas sobre o futuro da indústria.

A BP, avaliada em US$ 93 bilhões, enfrenta desafios de reposição de reservas e, além disso, encara forte pressão de investidores para manter competitividade.

O campo brasileiro pode ser o divisor de águas, assim, torna-se capaz de redefinir a trajetória da companhia e, consequentemente, influenciar o setor global.

O entusiasmo do mercado reforça a percepção de que a era de ativos encalhados talvez esteja se esgotando e, por isso, cria otimismo entre analistas.

Há também necessidade de garantir suprimento energético em meio à transição para fontes renováveis e, dessa forma, a BP reafirma a importância estratégica do Brasil.

A BP retoma sua estratégia dos anos 2000 e, nesse sentido, sinaliza que o país segue como peça central no tabuleiro energético mundial.

Será que essa descoberta pode marcar o início de uma nova corrida global por petróleo em águas profundas?

Aplicativo CPG Click Petroleo e Gas
Menos Anúncios, interação com usuários, Noticias/Vagas Personalizadas, Sorteios e muitos mais!
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x