Com piscina infinita, heliporto, cinema privativo e seis conveses, o superiate de 106 metros é alvo de batalhas judiciais entre oligarcas russos e pode ser arrematado por apenas US$ 80 milhões em leilão fechado
O governo dos Estados Unidos anunciou a venda do megaiate Amadea, uma embarcação de luxo de 106 metros de comprimento, equipada com piscina de borda infinita, heliporto, oito cabines, sauna e salão privativo. O navio, avaliado em US$ 350 milhões quando foi apreendido, é considerado um dos símbolos mais caros já confiscados em meio às sanções impostas a bilionários russos próximos ao presidente Vladimir Putin.
A apreensão ocorreu em Fiji, na Oceania, há três anos, durante uma operação conduzida pela força-tarefa KleptoCapture, do Departamento de Justiça dos EUA. Essa força foi criada em 2022 para identificar e confiscar ativos de luxo de oligarcas sancionados após a invasão russa da Ucrânia.
De acordo com informações divulgadas pela CNN Brasil, o Amadea é apenas uma das dezenas de propriedades apreendidas, ao lado de jatos particulares e mansões. No entanto, muitos desses bens continuam presos em disputas jurídicas internacionais, o que retarda sua venda.
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Leilão fechado exige depósito de US$ 10 milhões para participação
Depois de anos de batalha nos tribunais, o megaiate foi oficialmente concedido ao governo americano em março deste ano, por decisão do juiz Dale Ho, em Nova York. Assim, o iate foi incluído em um leilão fechado, administrado pela National Maritime Services em parceria com a corretora Fraser Yachts.
Para participar, cada interessado precisou pagar um depósito mínimo de US$ 10 milhões. O leilão foi encerrado na quarta-feira (10), e apesar do valor original de US$ 350 milhões, especialistas estimam que o navio deve ser vendido com um grande desconto, ficando entre US$ 80 milhões e US$ 120 milhões.
Construído em 2017, o Amadea impressiona por seus seis conveses, lareira de mármore, piano, academia, centro de saúde, tanque de lagosta e até um cinema particular. Atualmente, a embarcação está atracada em San Diego, Califórnia, e já havia sido avaliada em US$ 230 milhões em 2022.
Segundo relatório da Arizton Advisory and Intelligence, apenas 50 a 100 pessoas ultra-ricas no mundo teriam condições de adquirir um barco desse porte, o que torna o processo de venda ainda mais restrito.
Disputa entre oligarcas russos e contestação judicial
A propriedade do Amadea é motivo de uma disputa acirrada entre bilionários russos. O Departamento de Justiça dos EUA afirma que o iate pertence ao magnata Suleiman Kerimov, que fez fortuna no setor de ouro e teria usado o sistema bancário americano para custear despesas do navio, violando sanções internacionais.
Entretanto, outro empresário russo, Eduard Khudainatov, ex-presidente da petrolífera Rosneft e ligado à Millemarin Investments, apresentou-se como legítimo dono. Apesar disso, o juiz Dale Ho concluiu que havia “base suficiente para considerar os reclamantes como proprietários fictícios”, atuando em nome da família Kerimov.
Khudainatov recorreu da decisão, e seu advogado, Adam Ford, classificou a venda como “imprópria e prematura”. Ele alertou que eventuais compradores podem enfrentar anos de litígios caros e incertos, já que a disputa judicial pode continuar em tribunais fora dos Estados Unidos.
Enquanto isso, o governo americano afirma que as críticas representam apenas uma tentativa de reduzir o valor de mercado do iate e inviabilizar sua venda.