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Megaengarrafamento reúne dez milhões de carros em rodovias chinesas após feriadão da Semana Dourada e provoca mais de 24 horas de trânsito parado, com filas que se estenderam por dezenas de quilômetros

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 10/10/2025 às 18:53
Rodovia chinesa congestionada com milhões de veículos parados no pedágio de Wuzhuang durante a Semana Dourada.
Vista aérea mostra o pedágio de Wuzhuang completamente congestionado durante o retorno da Semana Dourada na China.
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Milhões de motoristas ficaram presos por horas no retorno do maior feriado da China, quando a política de pedágio gratuito e o mau tempo causaram um colapso sem precedentes nas rodovias do país asiático

Um engarrafamento colossal tomou conta da rodovia expressa de Hushan, na China, quando cerca de 10 milhões de veículos tentaram retornar simultaneamente após o fim da “Semana Dourada do Dia Nacional”. O episódio, que se tornou um dos maiores congestionamentos já registrados no país, expôs os desafios da infraestrutura viária chinesa durante períodos de feriado prolongado.

De acordo com informações publicadas pelo jornal O Tempo, o problema começou após o término das celebrações entre 1 e 8 de outubro, que combinaram o Dia Nacional e o Festival do Meio do Outono — uma coincidência rara que intensificou o número de viagens domésticas. O resultado foi um colapso nas estradas e pedágios, especialmente no trecho mais movimentado do país.

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Pedágio de Wuzhuang: o epicentro do caos viário

O posto de pedágio de Wuzhuang, considerado o maior da China, foi o centro da crise. Apesar de possuir 36 cabines de cobrança, a estrutura foi incapaz de suportar o volume extraordinário de automóveis que retornavam do feriado. Localizado na junção das rodovias G40 Shanghai–Shaanxi e G42 Shanghai–Chengdu, próximo à rodovia expressa Hefei–Nanjing, o local recebe o tráfego de diversas vias expressas que convergem em um único ponto — criando um gargalo inevitável.

Para piorar, o afunilamento das 36 cabines para apenas quatro faixas de rolamento provocou uma paralisação total do fluxo. Segundo a mídia local, o pedágio de Wuzhuang chegou a registrar 14.800 veículos por hora, mesmo operando com 12 faixas de entrada e 24 de saída — números que evidenciam a dimensão do problema.

Política de pedágio gratuito e o efeito dominó no trânsito

Um dos fatores decisivos para o caos foi a política de “passagem livre”, que isenta veículos de passeio do pagamento de pedágio durante feriados nacionais. A medida, criada para incentivar o turismo doméstico, acaba tendo um efeito colateral severo: congestionamentos monumentais.

Como resposta emergencial, as autoridades chinesas implantaram 66 pedágios extras e ativaram faixas de maré, projetadas para aliviar o trânsito em momentos de pico. Ainda assim, a estratégia não foi suficiente para conter o engarrafamento de proporções épicas.

Enquanto as equipes de tráfego tentavam coordenar o fluxo, avisos de viagem foram emitidos em todo o país, recomendando que os motoristas retornassem em horários alternativos. Na cidade de Shenzhen, próxima à região afetada, o governo ampliou os horários do metrô e dos ônibus, numa tentativa de reduzir a pressão sobre o sistema rodoviário.

Chuvas e tufão agravaram a situação nas estradas

Como se o cenário já não fosse caótico o suficiente, o mau tempo contribuiu para o agravamento do engarrafamento. O sul da China enfrentava alertas de chuvas fortes devido à passagem do tufão “Maidem”, que atingiu o país entre os dias 6 e 7 de outubro. O temporal reduziu a visibilidade e obrigou muitos motoristas a diminuir drasticamente a velocidade, aumentando o tempo de viagem e ampliando o congestionamento.

De acordo com meteorologistas locais, o impacto climático foi direto: estradas alagadas, deslizamentos de terra e bloqueios temporários em várias regiões contribuíram para o caos nas principais rodovias expressas. Com isso, o retorno do feriado, que normalmente leva poucas horas, transformou-se em uma jornada de até 24 horas de trânsito ininterrupto.

Autoridades reforçam alertas e planejam mudanças

As autoridades chinesas reconheceram que o sistema de pedágios e rodovias precisa passar por ajustes estruturais. O Ministério dos Transportes da China anunciou que estuda a implementação de tecnologias inteligentes de gestão de tráfego, como sensores e controle dinâmico de faixas, para evitar que cenas como as de Wuzhuang se repitam.

Além disso, o governo pretende rever as políticas de isenção temporária de pedágio durante feriados, que embora populares entre os motoristas, sobrecarregam a infraestrutura. Especialistas afirmam que o episódio deve servir como um “alerta vermelho” sobre o equilíbrio entre estímulo ao turismo interno e capacidade operacional das estradas.

Um retrato da superpopulação sobre rodas

A Semana Dourada é tradicionalmente o período em que centenas de milhões de chineses viajam pelo país. Em 2025, a combinação do feriado duplo e do clima adverso transformou as estradas em um verdadeiro mar de carros e buzinas. Para muitos analistas, o caso reflete o crescimento explosivo da frota de veículos na China, que ultrapassa 430 milhões de automóveis registrados, tornando o país o maior mercado automotivo do planeta.

Segundo especialistas ouvidos pela imprensa chinesa, a imagem aérea das filas intermináveis simboliza o paradoxo do progresso: infraestrutura moderna, mas vulnerável ao excesso de demanda. A informação foi divulgada pelo portal O Tempo, com base em dados de mídias locais e autoridades de transporte chinesas.

No fim das contas, o episódio entra para a história como um dos maiores congestionamentos do século, lembrando que o avanço tecnológico e o crescimento econômico também trazem desafios complexos para a mobilidade urbana.

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Felipe Alves da Silva

Sou Felipe Alves, com experiência na produção de conteúdo sobre segurança nacional, geopolítica, tecnologia e temas estratégicos que impactam diretamente o cenário contemporâneo. Ao longo da minha trajetória, busco oferecer análises claras, confiáveis e atualizadas, voltadas a especialistas, entusiastas e profissionais da área de segurança e geopolítica. Meu compromisso é contribuir para uma compreensão acessível e qualificada dos desafios e transformações no campo estratégico global. Sugestões de pauta, dúvidas ou contato institucional: fa06279@gmail.com

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