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Mega projeto de São Paulo está impressionando o Brasil com promessa de viagem de 130 km em 90 minutos: R$ 15 bilhões em investimentos, 2 traçados em análise, 13 mil empregos e impacto direto para 1,8 milhão de pessoas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 11/09/2025 às 17:05
Trem Intercidades São Paulo-Santos prevê 130 km em 90 minutos, R$ 15 bi em investimentos e impacto direto para 1,8 milhão de pessoas.
Trem Intercidades São Paulo-Santos prevê 130 km em 90 minutos, R$ 15 bi em investimentos e impacto direto para 1,8 milhão de pessoas.
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Trem Intercidades entre São Paulo e Santos promete mudar a mobilidade com trajeto de até 130 km em 90 minutos, investimento bilionário, milhares de empregos e impacto direto para a economia, o turismo e a vida de quase dois milhões de pessoas.

O Governo de São Paulo recolocou os trilhos no centro da agenda de mobilidade ao avançar com o Trem Intercidades (TIC) Eixo Sul, ligação direta entre a Região Metropolitana de São Paulo e Santos.

A iniciativa prevê viagem em até 90 minutos, investimento estimado de R$ 15 bilhões, geração de cerca de 13 mil empregos e impacto para 1,8 milhão de pessoas na Baixada Santista.

A modelagem está enquadrada no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado (PPI-SP) e tem marcos previstos entre 2027 e 2028, incluindo edital, leilão e assinatura do contrato.

O que é o Trem Intercidades Eixo Sul

Trata-se de um serviço ferroviário regional que conectará a capital paulista ao maior porto da América Latina.

Trem da CPTM em estação regional usada como referência para possivel composição do Trem Intercidades Eixo Sul entre São Paulo e Santos. (Imagem: Renato Lobo | Via Trolebus)
Trem da CPTM em estação regional usada como referência para possivel composição do Trem Intercidades Eixo Sul entre São Paulo e Santos. (Imagem: Renato Lobo | Via Trolebus)

O trajeto estudado tem extensão variável entre 80 e 130 quilômetros, a depender do desenho definitivo.

Em termos estratégicos, a proposta busca diversificar a matriz de transporte, reduzir a dependência do sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes e oferecer alternativa mais regular e sustentável para deslocamentos de trabalho, turismo e conexão com o Porto de Santos.

A escolha por um trem regional se apoia em fatores objetivos.

A rodovia que liga planalto e litoral opera há anos próxima do limite, com congestionamentos frequentes, acidentes e custos logísticos elevados.

Com um eixo ferroviário de passageiros, o Estado pretende aliviar a pressão sobre a malha viária, fortalecer a competitividade do porto e ampliar o acesso da população a serviços e empregos nas duas regiões.

Dois traçados em análise

O governo trabalha com dois traçados em análise.

A alternativa pela via cremalheira, aproveitando parte da infraestrutura já existente na Serra do Mar, encurta a distância total (na ordem de 80 quilômetros), mas exige soluções operacionais exigentes para compatibilizar transporte de passageiros e de cargas, hoje sob concessões distintas.

A descida com cremalheira, típica de serras íngremes, impõe padrões específicos de material rodante e de sinalização.

A outra opção prevê um contorno via Mongaguá, com declividade mais suave e percurso de cerca de 115 quilômetros, permitindo eventualmente seguir faixas de domínio próximas à Rodovia dos Imigrantes.

Nesse desenho, a chegada a Santos ocorreria pela futura estação Santos-Imigrantes. Em contrapartida, a distância maior demanda velocidades médias mais altas para manter o tempo de viagem de 1h30, além de novas obras de acesso e de integração urbana no litoral sul.

Integração em São Paulo

Mapa de trajetos ferroviários sugeridos entre São Paulo e Santos ilustrando estudo de traçado via Serra do Mar ou Mongaguá. (Imagem: Metrô CPTM)
Mapa de trajetos ferroviários sugeridos entre São Paulo e Santos ilustrando estudo de traçado via Serra do Mar ou Mongaguá. (Imagem: Metrô CPTM)

Independentemente do traçado, o TIC deverá se conectar a estações estratégicas da capital, como Pinheiros, Brás ou Santos-Imigrantes, facilitando integração com linhas de metrô e trens metropolitanos.

A ancoragem em nós de alta demanda reduz barreiras de acesso ao serviço, amplia capilaridade e melhora a percepção de tempo porta a porta.

A definição do terminal paulistano, porém, dependerá da alternativa escolhida e dos estudos de capacidade do entorno.

Impactos para mobilidade, economia e turismo

As projeções oficiais apontam benefício direto para 1,8 milhão de moradores de nove municípios da Baixada Santista.

O efeito multiplicador tende a ir além da mobilidade.

Ao oferecer deslocamento rápido e confiável, o TIC pode atrair mais paulistanos ao litoral nos fins de semana e feriados, reduzindo a sobrecarga na Anchieta-Imigrantes e estimulando cadeias ligadas a hospedagem, alimentação e entretenimento.

Do ponto de vista logístico, a migração de parte dos passageiros para o trem libera capacidade nas rodovias para veículos de carga, o que interessa ao Porto de Santos e a operadores de transporte.

Em paralelo, áreas próximas a futuras estações tendem a se valorizar, com potencial de requalificação urbana em eixos como Mongaguá e no acesso a Santos.

A dimensão ambiental também é relevante: ao diminuir viagens individuais motorizadas, o empreendimento contribui para reduzir emissões e melhorar a qualidade do ar.

Principais obstáculos

O licenciamento ambiental é um dos pontos sensíveis, sobretudo no trecho de Serra do Mar, área de alta proteção.

Estudos detalhados e medidas de mitigação serão necessários para compatibilizar obra e conservação.

Há ainda a coordenação com concessionárias ferroviárias que operam cargas na região, como MRS e Rumo, cujo compartilhamento de faixas ou implantação de novas vias exige soluções técnicas e jurídicas robustas.

Vista de plataforma de estação de passageiros representando trechos urbanos no TIC Eixo Sul ligando São Paulo ao litoral paulista. (Imagem: divulgação)
Vista de plataforma de estação de passageiros representando trechos urbanos no TIC Eixo Sul ligando São Paulo ao litoral paulista. (Imagem: divulgação)

O modelo de financiamento é outro desafio. A estrutura pretendida é de Parceria Público-Privada, combinando capital privado e aportes públicos.

Para atrair investidores, a modelagem econômico-financeira precisa apresentar parâmetros de demanda, riscos e garantias que sustentem a taxa interna de retorno do projeto ao longo do contrato.

Cronograma previsto

O TIC Eixo Sul foi qualificado no PPI-SP em junho de 2024 por meio da Resolução SPI nº 026/2024.

Desde então, o governo estabeleceu marcos de médio prazo.

A agenda atual prevê conclusão dos estudos em 2027, audiências públicas no segundo trimestre de 2027, publicação do edital no terceiro trimestre de 2027, leilão no quarto trimestre de 2027 e assinatura do contrato no primeiro trimestre de 2028.

O início de operação é estimado para a próxima década, a depender do traçado selecionado, do avanço das licenças e da execução das obras.

Inserção no plano ferroviário

O Eixo Sul integra um pacote maior de mobilidade ferroviária com mais de R$ 60 bilhões em investimentos previstos.

Nesse conjunto aparecem o TIC Eixo Leste, entre São Paulo e São José dos Campos, além de projetos de VLT em Campinas e Sorocaba.

A ideia é articular serviços regionais e urbanos num sistema coerente, em que os intercidades funcionem como estruturadores do território e os VLTs organizem deslocamentos locais, reduzindo tempos de viagem e melhorando a conectividade entre polos econômicos.

Ainda que em fase de estudos, o projeto sinaliza uma reorientação da política pública para os trilhos.

De acordo com especialistas, se bem executado, o TIC Eixo Sul pode reequilibrar o transporte entre planalto e litoral, dar previsibilidade ao deslocamento diário e reforçar o papel do porto e do turismo na economia paulista.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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