Com 85% das obras concluídas, a pavimentação da BR-285 na Serra da Rocinha é uma mega obra que promete segurança, desenvolvimento regional e integração logística inédita entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.
Durante décadas, a Serra da Rocinha foi sinônimo de medo e isolamento. O trecho sinuoso da BR-285 entre Timbé do Sul (SC) e São José dos Ausentes (RS) era evitado até por caminhoneiros experientes. Mas essa realidade está prestes a mudar. A mega obra que está em execução ali promete transformar radicalmente um dos pontos mais críticos da malha rodoviária do país.
Com mais de 85% dos trabalhos concluídos até julho de 2025, a intervenção já é considerada uma das obras rodoviárias mais complexas de Santa Catarina. A pavimentação da serra deixará para trás décadas de riscos e abandono, abrindo um novo corredor de desenvolvimento no Sul do Brasil.
Engenharia de precisão para vencer a geografia
A BR-285 conecta o litoral catarinense ao interior do continente, mas sua travessia pela Serra Geral sempre foi um desafio geotécnico. São 8,3 km de trecho crítico em meio a vegetação densa, terreno instável e desníveis acentuados. Para superar isso, o projeto contou com contenções de concreto, muros de gabião, drenagem profunda e mais de 6 mil metros de barreiras de proteção tipo New Jersey.
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A pavimentação também seguiu padrões de alta resistência. O solo foi estabilizado com base granulométrica e coberto por asfalto usinado a quente (CBUQ), ideal para enfrentar as variações térmicas da serra. O traçado sinuoso exigiu intervenções precisas, monitoramento geológico em tempo real e equipes treinadas para operar em condições extremas de umidade e nevoeiro.
Obra enfrentou entraves históricos e virou símbolo de superação
Anunciada oficialmente em 2011 pelo DNIT, a mega obra da Serra da Rocinha sofreu com atrasos, disputas contratuais e entraves ambientais por anos. A retomada só ganhou força a partir de 2017, com novo planejamento, liberação de recursos e apoio técnico contínuo do Ministério dos Transportes e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Hoje, o avanço físico supera os 85%, com previsão de entrega ainda em 2025. Só o trecho da serra recebeu mais de R$ 100 milhões em investimentos, valor que sobe para R$ 173 milhões considerando todo o lote de 22,5 km. Apesar dos custos elevados, o impacto regional e os benefícios logísticos justificam cada centavo.
Comparações e impacto estratégico da mega obra
Para entender o peso da mega obra da BR-285, basta comparar com projetos similares. A Serra do Faxinal, por exemplo, também em SC, teve custo menor por quilômetro, mas enfrenta desafios menos intensos. Já a Serra do Rio do Rastro, apesar de pavimentada, ainda exige investimentos milionários em contenção.
A Rocinha, por sua vez, alia custo competitivo à engenharia eficaz e responsabilidade ambiental. Caminhões menores, faixas de obra estreitas e mínima supressão vegetal foram adotados para preservar a Mata Atlântica da região, o que elevou o projeto a um patamar técnico de destaque nacional.
Um novo eixo logístico e turístico para o Sul do Brasil
A mega obra da Serra da Rocinha não é apenas uma conquista de infraestrutura. Ela representa o renascimento logístico entre o Planalto Catarinense, a Serra Gaúcha e o litoral Sul. O trecho vai encurtar distâncias, reduzir o custo do transporte agroindustrial e permitir a circulação segura de mercadorias, pessoas e turistas.
Além disso, o traçado modernizado da BR-285 abre caminho para o turismo de base ecológica nos aparados da serra, uma das regiões mais belas do país. Com a nova pavimentação, a expectativa é desafogar a BR-101 e estimular investimentos privados em logística, hotelaria e serviços.
Você acha que outras serras perigosas do Brasil também deveriam passar por transformações assim? Onde mais uma mega obra como essa seria necessária? Comente e participe!