Chinês (Simplificado) 
Chinês (Tradicional) 
Inglês 
Francês 
Alemão 
Italiano 
Japonês 
Norueguês 
Espanhol 
4 min de leitura
1 comentários
Com promessas de progresso, obra em rodovia foi entregue, mas já enfrenta problemas graves. Congestionamentos, insegurança e negligência podem levar ao colapso em semanas. Moradores e turistas aguardam soluções urgentes para o caos iminente.
Por trás do brilho das inaugurações e das promessas de progresso, um cenário de caos iminente ameaça o Contorno Sul da Rodovia dos Tamoios.
Essa grandiosa obra, que consumiu mais de R$ 3 bilhões e foi projetada para solucionar o trânsito entre Caraguatatuba e São Sebastião, pode se transformar em um pesadelo logístico.
Com congestionamentos crescentes e a alta temporada à porta, os riscos de colapso desafiam as expectativas de eficiência que tanto foram alardeadas.
-
Efeito Trump: membros fundadores do Brics buscam novas alianças globais e Brasil recebe 40 empresas tailandesas em rodada de negócios em São Paulo
-
Uma das maiores minas de ouro do mundo chega a 3.000 metros de profundidade e guarda reservas avaliadas em R$ 420 bilhões
-
Thiago Nigro explicou como o DREX pode mudar a vida dos brasileiros
-
INSS emite convocação oficial para mais de 600 mil aposentados e alerta: quem não responder pode ter benefícios bloqueados imediatamente
O alerta não veio de um especialista técnico, mas do próprio prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB).
Segundo ele, os problemas de planejamento e execução na integração da nova rodovia com o sistema viário municipal já estão gerando engarrafamentos diários e colocando em risco a segurança de pedestres e ciclistas.
“A obra é fantástica, mas a conexão com o sistema viário do município é um caos”, afirmou o prefeito em entrevista à TV Record.
Um projeto grandioso sob ameaça
O Contorno Sul da Rodovia dos Tamoios, inaugurado no final de novembro de 2024, liga o quilômetro 11 da rodovia, na entrada de Caraguatatuba, ao quilômetro 33, em São Sebastião.
Com 23 quilômetros de extensão e três túneis em cada sentido, a obra foi projetada para reduzir o tempo de viagem entre as cidades de 45 para apenas 16 minutos.
A concessionária responsável, Consórcio Tamoios, anunciou melhorias como uma velocidade máxima de 80 km/h no novo trajeto, muito superior ao limite de 40 a 60 km/h no trecho antigo, repleto de semáforos e lombadas.
Além disso, a implantação de um sistema de pedágio automático promete mais agilidade ao tráfego.
No entanto, apesar das vantagens anunciadas, as falhas no planejamento e na integração da obra ao sistema viário local geram uma crise.
Congestionamentos têm se tornado frequentes, agravados pelo aumento do fluxo de veículos em períodos de calor, quando turistas lotam o Litoral Norte.
Congestionamentos e riscos à segurança
De acordo com Felipe Augusto, a situação é resultado direto da inação do consórcio Tamoios, que administra a rodovia.
“Apontamos os problemas e sugerimos soluções que foram aprovadas, mas não executadas. Agora estamos vendo o caos se instalar”, desabafou o prefeito.
Além do trânsito intenso, outro ponto crítico é a falta de segurança para pedestres e ciclistas nas áreas de conexão entre o Contorno Sul e o sistema viário urbano.
Sem melhorias urgentes, os riscos de acidentes aumentam exponencialmente, especialmente com a chegada do verão e das férias escolares.
Felipe Augusto destaca ainda que o sistema de balsas, essencial para o transporte entre as cidades do Litoral Norte, também enfrenta sobrecarga.
“Com a temporada de verão, teremos milhões de visitantes na região. Isso pode levar ao colapso do trânsito e do sistema de balsas,” alertou ele.
Histórico de atrasos e investimentos bilionários
A saga do Contorno Sul começou em 2013, durante o governo Geraldo Alckmin, quando o projeto foi anunciado como solução definitiva para o trânsito no Litoral Norte.
As obras, no entanto, foram marcadas por paralisações e atrasos.
Interrompida em 2018, a construção só foi retomada em 2021, já sob a gestão do consórcio Tamoios.
O custo total ultrapassou R$ 3 bilhões, um investimento significativo que, até agora, não trouxe os benefícios esperados para a população.
O trecho Norte do Contorno, que conecta Caraguatatuba a Ubatuba, foi inaugurado em dezembro de 2023.
Embora tenha melhorado o fluxo naquela região, os mesmos problemas de integração viária também foram reportados, evidenciando uma falha sistêmica no planejamento das obras.
Pedágio eletrônico: avanço ou obstáculo?
Uma das inovações do Contorno Sul é o sistema de pedágio eletrônico free-flow, que dispensa cabines e cancelas.
Os motoristas pagam R$ 5 por meio de uma tag eletrônica ou, na ausência dela, consultam o débito via aplicativo ou site da concessionária.
Embora a medida prometa fluidez, os motoristas sem tag relatam dificuldades em acessar as informações de pagamento.
Isso gera reclamações e, em alguns casos, pode desestimular o uso da rodovia, transferindo parte do tráfego de volta ao trajeto antigo.
O impacto da alta temporada na rodovia Tamoios
Com a chegada do verão, o Litoral Norte se prepara para receber até 3 milhões de visitantes. Essa movimentação intensa agrava ainda mais os gargalos do Contorno Sul e o impacto no trânsito urbano.
O governo estadual tem pressionado o consórcio Tamoios para que soluções sejam implementadas antes que a situação saia do controle.
No entanto, sem ações imediatas, o que deveria ser um avanço pode se tornar um símbolo de ineficiência.
O futuro do Contorno Sul dependerá de decisões rápidas e eficazes. A pergunta que fica é: será que a infraestrutura da região suportará o aumento exponencial de demanda nos próximos meses?
A situação é complexa e não terá uma solução em curto prazo. Uma solução paliativa para o período próximo de natal, réveillon e férias escolares será um acordo da prefeitura com a concessionária para que a pista sentido são sebastião-caraguá seja bloqueada, permanecendo liberada somente a pista sentido caraguá-são sebastião. Durante esse período quem for para caraguá deverá voltar a utilizar o antigo trajeto (SP-55).