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Mecanismo de Antikythera: o computador grego achado em naufrágio que desafia a linha do tempo da tecnologia moderna

Escrito por Carla Teles
Publicado em 04/11/2025 às 19:24
Mecanismo de Antikythera o computador grego achado em naufrágio que desafia a linha do tempo da tecnologia moderna
Um computador de 2.000 anos? O Mecanismo de Antikythera, achado em um naufrágio grego, usava engrenagens complexas e muda o que pensamos sobre a tecnologia moderna.
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Conhecido como Mecanismo de Antikythera, o artefato é considerado o primeiro computador analógico da história, desafiando o que sabemos sobre a tecnologia moderna e a engenharia antiga.

Quando pensamos em tecnologia moderna, geralmente imaginamos processadores de silício e a revolução digital iniciada por volta dos anos 1940. No entanto, uma descoberta no fundo do Mar Mediterrâneo mudou essa perspectiva. Informações detalhadas pelo Canal Top10 revelam a história do Mecanismo de Antikythera, um artefato grego com mais de 2.000 anos que funcionava como um computador analógico complexo.

Encontrado por mergulhadores de esponjas no início do século XX, perto da ilha grega de Antikythera, o objeto parecia inicialmente um bloco de bronze corroído. Contudo, análises posteriores revelaram um sistema intrincado de engrenagens e inscrições, capaz de realizar cálculos astronômicos que só seriam vistos novamente mais de mil anos depois, reescrevendo a história da engenharia.

A descoberta acidental no naufrágio

A história, conforme narrado pelo Canal Top10, começa com um navio mercante grego que afundou próximo à ilha de Antikythera há mais de dois milênios. A embarcação estava carregada de tesouros, como estátuas de bronze e mármore, destinadas provavelmente a um comprador importante ou a um templo. A embarcação não resistiu a uma tempestade e afundou, levando sua carga valiosa para o fundo do mar.

O naufrágio permaneceu intocado por séculos, até que, no início do século XX, um grupo de mergulhadores de esponja gregos encontrou os destroços. Em meio a obras de arte valiosas, os mergulhadores resgataram o que parecia ser sucata: um bloco de metal corroído pelo mar. O objeto foi enviado ao Museu de Atenas junto com os demais achados. Foi somente quando a peça foi seca e limpa que os especialistas perceberam o impensável: o bloco revelou engrenagens, rodas dentadas e inscrições misteriosas, indicando ser parte de uma máquina complexa.

Por que o Mecanismo de Antikythera é considerado um computador?

Os especialistas que primeiro analisaram o artefato, como o arqueólogo Valérius Stais, ficaram intrigados. A hipótese inicial de ser um relógio foi descartada, pois relógios mecânicos com engrenagens semelhantes só surgiriam mais de 1.000 anos depois. Foi a decifração de inscrições como “zodíaco” que mudou o rumo da investigação, sugerindo uma função astronômica.

A definição de “computador”, explica o Canal Top10, não se limita a circuitos elétricos. Um computador é essencialmente uma máquina que recebe dados (input), processa-os internamente e entrega um resultado (output). O Mecanismo de Antikythera fazia exatamente isso de forma puramente mecânica. O usuário inseria um dado, como uma data, girando uma manivela (input). O sistema de engrenagens interligadas (processamento) então movia ponteiros e indicadores que mostravam a posição dos planetas ou a previsão de um eclipse (output). Era um computador analógico com uma lógica funcional semelhante à de máquinas muito mais recentes, antecipando conceitos de processamento de dados.

Decifrando a engenharia grega: o que a máquina fazia?

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O processo de reconstrução foi um desafio monumental. O artefato original foi resgatado em 82 fragmentos, muitos corroídos e incompletos. O Canal Top10 destaca que a tecnologia moderna, como raios-X, tomografia computadorizada e escaneamento 3D, foi crucial para que os pesquisadores pudessem enxergar o interior das peças sem destruí-las.

As descobertas, lideradas por nomes como Derek Price e Michael Wright, foram surpreendentes. O mecanismo era capaz de calcular o ciclo metônico de 19 anos (essencial para alinhar calendários solar e lunar) e o ciclo olímpico de 4 anos, usado para marcar as datas dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. Mais impressionante ainda, ele simulava o movimento dos cinco planetas conhecidos na época (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), seguindo o modelo geocêntrico aceito pelos gregos.

Os mistérios que ainda permanecem

Apesar dos avanços, o mecanismo não era perfeito, apresentando erros de cálculo de até um signo zodiacal, segundo o Canal Top10. No entanto, a precisão para a época é o que intriga os cientistas. A teoria mais aceita é que ele foi construído por engenheiros gregos que dominavam astronomia, matemática e mecânica de forma integrada, descartando teorias fictícias sobre origens exóticas.

O seu propósito exato ainda é debatido. Poderia ser uma ferramenta de trabalho para astrônomos, um item de luxo para exibir poder e prestígio, um dispositivo educacional para ensinar o cosmos, ou até mesmo usado para confeccionar horóscopos, uma prática comum na época. A maior questão, no entanto, é especulativa: o que teria acontecido se o navio não tivesse afundado? É possível que a engenharia por trás dele tivesse acelerado a revolução científica em séculos.

O Mecanismo de Antikythera prova que a genialidade da engenharia não é exclusiva da tecnologia moderna. Ele permanece como um testamento do conhecimento perdido da Grécia Antiga e um lembrete de que o passado ainda guarda segredos surpreendentes.

A existência desse “computador” de 2.000 anos muda sua percepção sobre a história da tecnologia? Você acredita que outras invenções incríveis como essa podem estar perdidas no tempo? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber o que você pensa sobre esse salto tecnológico da antiguidade.

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Carla Teles

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