Projeto da Gravetal Bolívia S.A prevê instalação de nova fábrica de fertilizantes em Campo Grande (MS) com previsão de gerar 150 oportunidades de emprego.
Um novo passo na cooperação comercial entre Mato Grosso do Sul e a Bolívia foi dado com a apresentação do projeto de instalação de uma fábrica de fertilizantes da Gravetal Bolívia S.A, na capital Campo Grande. A proposta foi formalmente entregue à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), que considera a iniciativa estratégica para o agronegócio regional e para o fortalecimento logístico do Centro-Oeste.
O projeto prevê a importação de insumos como ureia, fosfato e boro, todos fundamentais na agricultura de alta produtividade. Esses materiais serão misturados e distribuídos localmente a partir da unidade instalada no Polo Industrial Oeste de Campo Grande.
A empresa boliviana já negocia a aquisição de um terreno para implantação da planta, e busca viabilizar o negócio por meio de uma parceria com grupo brasileiro, aproveitando a logística de retorno dos caminhões que hoje transportam soja para o país vizinho.
-
PIX do Nubank proibido em ambientes públicos gera revolta: milhões de clientes reclamam de bloqueios e restrições inesperadas nas transferências
-
Nova lista de profissões insalubres garantem aposentadoria a partir de 55 anos e beneficia trabalhadores com apenas 15 anos de contribuição
-
Em meio ao “tarifaço”, China mira o Brasil com investimento bilionário visando carros elétricos, mineração e logística
-
Brics Pay une Brasil, China e outros 9 países em sistema inspirado no Pix que reduz IOF, contorna o SWIFT e pode ser lançado nas próximas semanas para desafiar a hegemonia dos EUA
Fábrica de fertilizantes da Bolívia pode ampliar oferta no Centro-Oeste
A construção de uma unidade misturadora de fertilizantes no território sul-mato-grossense é vista como um avanço no esforço nacional para reduzir a dependência de produtos importados e aumentar a competitividade no setor agrícola. Com o aumento da demanda por insumos, especialmente em regiões como o Mato Grosso do Sul, a presença de uma nova planta favorece a distribuição mais eficiente dos fertilizantes no interior do Brasil.
A proposta da Gravetal se alinha aos planos de desenvolvimento local, conforme explicou o secretário Jaime Verruck. Para ele, o investimento reforça a posição de Mato Grosso do Sul como polo logístico e amplia a capacidade do Estado em agregar valor à sua produção agrícola.
Com o foco em fertilizantes, a nova planta pode atender produtores locais e abastecer Estados vizinhos, aproveitando a posição estratégica da região no mapa do agronegócio brasileiro.
Integração entre Bolívia e Mato Grosso do Sul fortalece agronegócio regional
A Gravetal já atua no processamento de soja e mantém operações na fronteira entre Bolívia e Brasil. O projeto apresentado amplia a integração comercial entre os dois países, com o objetivo de tornar Mato Grosso do Sul uma referência no fornecimento de insumos agrícolas produzidos a partir de matéria-prima boliviana.
Além de importação e mistura de fertilizantes, o grupo boliviano pretende também adquirir soja sul-mato-grossense para processamento, fechando o ciclo logístico de forma mais eficiente e aproveitando o retorno de caminhões com insumos para o Estado.
Representantes da Aprosoja-MS e da Serving Agro participaram da reunião com empresários da Gravetal, reforçando o interesse do setor agrícola em parcerias que reduzam custos operacionais e melhorem o abastecimento de produtos essenciais à safra.
Logística e infraestrutura são pontos-chave para viabilidade da nova fábrica
A infraestrutura logística da região é um ponto decisivo para a instalação da nova fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul. A proximidade com a Bolívia, a conexão com importantes rodovias e os planos de expansão da malha ferroviária foram abordados durante o encontro entre empresários e representantes do governo estadual.
Segundo o secretário Jaime Verruck, o investimento da Gravetal tem aderência com os planos estaduais de ampliação da competitividade e diversificação da base produtiva. “Estamos fortalecendo um ecossistema que viabiliza novas cadeias de produção e melhora o aproveitamento da nossa posição geográfica”, afirmou.
Além disso, a proposta da Gravetal chega em um momento oportuno, considerando a necessidade de mais alternativas logísticas para escoamento e distribuição de fertilizantes, em especial para as regiões produtoras do Centro-Oeste e Norte.
Fábrica de fertilizantes da Gravetal surge em meio à indefinição da UFN III
A movimentação da Gravetal também chama atenção pelo contexto da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III), localizada em Três Lagoas. A planta da Petrobras está com 80% das obras concluídas desde 2014 e, até o momento, não há previsão concreta para a retomada.
A UFN III foi planejada para reduzir em até 30% a dependência do Brasil por fertilizantes nitrogenados, mas o atraso na licitação e na definição de um novo operador causa incertezas no mercado.
Enquanto isso, outras empresas, como a Gravetal, identificam oportunidades no vácuo deixado por essa indefinição, oferecendo soluções mais rápidas e focadas em logística de distribuição. A nova planta, mesmo com estrutura menor que a da UFN III, poderá atender parte significativa da demanda da região central do Brasil.
Fábrica da Bolívia pode ampliar competitividade agrícola de Mato Grosso do Sul
A instalação de uma nova unidade industrial fortalece o papel de Mato Grosso do Sul como centro agroindustrial, permitindo ao Estado sair da condição de exportador bruto e assumir uma posição mais forte na transformação de insumos agrícolas.
Ao integrar a cadeia produtiva, desde a recepção de insumos bolivianos até a distribuição de fertilizantes misturados, o Estado amplia seu peso no agronegócio nacional e pode conquistar novos mercados.
Com uma malha logística em expansão, foco em infraestrutura e abertura para parcerias internacionais, o ambiente de negócios de Mato Grosso do Sul se torna atrativo para investimentos industriais que agregam valor à produção rural.