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Localização MS, MT Tempo de leitura 5 min de leitura

Mato Grosso do Sul deve receber mais de R$ 34 bilhões em investimentos sobre fábricas de celulose pelos próximos anos

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 29/06/2022 às 17:37
Atualizado em 01/07/2022 às 04:33
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Fonte: iStock

As duas megafábricas de celulose a serem instaladas no Mato Grosso do Sul pertencem à Suzano e à Arauco

É previsto que, nos próximos anos, o Mato Grosso do Sul receba mais de R$ 34 bilhões em investimentos em apenas duas megafábricas de celulose: a Suzano, com o Projeto Cerrado em Ribas do Rio Pardo, e a Arauco, com o Projeto Sucuriú, que foi anunciado na última semana. Para se ter ideia, as obras correspondem, em valores, ao dobro do orçamento anual do estado, que é de R$ 17 bilhões.

Como resultado, espera-se que os empreendimentos garantam, nos anos seguintes, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do estado em 5%. Além disso, segundo o governador do estado, Reinaldo Azambuja, a atração de empresas deste porte fará com que ele se torne o maior polo mundial de celulose.

Sob esse viés, Azambuja declarou, ainda, que o momento vivido é muito especial, e que são necessárias segurança jurídica e confiabilidade para que um local seja escolhido como receptor de um empreendimento deste calibre.

O grupo chileno Arauco investirá, no município de Inocência, mais de R$ 15 bilhões somente no setor industrial. Se levado em conta o projeto da base florestal, por sua vez, o valor investido chegará a R$ 20 bilhões, o que demonstra que, para plantar 290 mil hectares de floresta, há o custo de mais R$ 5 bilhões.

Nesse sentido, Azambuja destacou que os incentivos dados à Arauco foram os mesmos recebidos pela Eldorado e pela Suzano. Ele explica que a cadeia produtiva é tratada, no Mato Grosso do Sul, como um todo, de modo que não é criada uma competição desleal, e os atrativos são iguais para as diferentes empresas. O governador adiciona também que está consciente a respeito da importância de uma política de atração de investimentos para a geração de empregos para a população.

Milhares de vagas de empregos são disponibilizadas pelos empreendimentos em celulose

De acordo com Azambuja, o Estado criou uma base sólida de investimentos que ampliam a oferta de empregos no Mato Grosso do Sul. A Arauco, por exemplo, prevê que serão abertas mais de 12 mil vagas apenas na fase de construção da planta em Inocência e que, quando estiver ativa, a fábrica gerará, ainda, mais 550 empregos diretos e indiretos, além de mais 1.800 na parte florestal.

O Projeto Cerrado, por sua vez, operado pela Suzano no município de Ribas do Rio Pardo, conta com um investimento de mais de R$ 19 bilhões e está com as obras a todo vapor. Hoje, as obras da fábrica da Suzano empregam cerca de 4.000 trabalhadores. Já no primeiro semestre de 2023, no pico da obra, o empreendimento será responsável pela criação de cerca de 10.000 empregos diretos, em adição a outros milhares de empregos indiretos na região.

Quando estiver em funcionamento, a expectativa é de que a nova fábrica da Suzano ofereça 3.000 postos de trabalho, entre diretos e indiretos, de maneira a atender às operações industrial e florestal.

A Suzano possui, ainda, duas fábricas no município de Três Lagoas, onde são gerados 6.000 postos de trabalho associados à empresa.

O governador Reinaldo Azambuja afirmou, diante desse cenário, que o Mato Grosso do Sul está passando por uma valorização de ativos regionais. Segundo ele, o empreendimento da Arauco permite que as propriedades rurais, o comércio e toda a atividade econômica na região de Inocência, Cassilândia, Paranaíba, Água Clara e Três Lagoas sejam valorizados, sendo todos estes municípios impactados positivamente.

Jaime Verruck destaca os caminhos trilhados para que o Mato Grosso do Sul chegasse à situação econômica vigente

O secretário de Estado de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, ressaltou que, até atingir este momento de economia pujante, o Mato Grosso do Sul enfrentou inúmeros desafios. Ele relata que, assim, foi estabelecido que uma das diretrizes para estruturar o estado seria o planejamento.

Nesse contexto, um dos caminhos para desenvolver o Mato Grosso do Sul seria estimular projetos estruturantes. Verruck avaliou que isso foi feito mediante a diversificação, a agroindustrialização e o aumento das exportações, com a variação também dos mercados internacionais.

Além disso, o secretário pontuou, ainda, que foi preciso adequar e preparar o estado a fim de atrair investimentos com estrutura. Então, o teto de gastos foi reduzido, mudanças fiscais de incentivo foram realizadas, um Escritório de Parcerias Público Privadas foi instalado, entre outras medidas para tornar a região mais atraente.

Atualmente, existem três fábricas de celulose instaladas e em operação no município de Três Lagoas, sendo elas: uma da Eldorado Brasil, cuja capacidade de produção é de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, e duas da Suzano, que juntas produzem 3,25 milhões de toneladas por ano. Por outro lado, a fábrica que está sendo construída pela Suzano em Ribas do Rio Pardo produzirá 2,55 milhões de toneladas ao ano, sendo a maior planta industrial de celulose do mundo.

Verruck afirma que Três Lagoas é considerada a capital mundial da celulose, enquanto o Mato Grosso do Sul é o estado que mais exporta no Brasil, sendo encarregado de 27% de toda a celulose comercializada no exterior. Ele adiciona que a Suzano é líder de exportação, devendo se manter assim pelos próximos anos.

Quanto à base florestal, o secretário salienta que o Mato Grosso do Sul possui, hoje, 1,3 milhão de hectares cultivados, sendo a demanda atual de 542 mil hectares adicionais. Para ele, o empreendimento da Arauco deve fazer com que esta quantia cresça, levando o estado a uma área cultivada de 2 milhões de hectares.

Verruck concluiu explicando que a indústria florestal não é desenvolvida sobre a mata nativa, mas sim através da reforma de pastagens degradadas, que ocupam mais de 8 milhões de hectares. Atualmente, esse setor gera mais de 26 mil empregos diretos no estado.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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