Vídeo viral explica, com contas simples, que subir de 120 para 140 km/h economiza só cerca de 4 segundos por km.
Um vídeo do professor de matemática José Ángel Murcia viralizou ao mostrar, com contas simples, que aumentar de 120 para 140 km/h “rende” apenas alguns segundos por quilômetro. A mensagem ganhou a imprensa internacional e chegou ao público brasileiro, útil para discutir segurança viária e excesso de velocidade.
No Brasil, a discussão é ainda mais pertinente porque o CTB fixa limite máximo de 110 km/h para automóveis em rodovias de pista dupla e 100 km/h em pista simples (salvo sinalização específica). Ou seja, 140 km/h aqui é mais arriscado e ilegal.
Além da legalidade, os dados oficiais mostram que velocidade segue no topo das infrações e está associada a mortes e feridos nas rodovias. O foco deste texto é traduzir números brasileiros, com fontes públicas, em orientação prática.
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Quanto tempo se “ganha” ao passar de 120 para 140 km/h
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♬ Pieces (Solo Piano Version) – Danilo Stankovic
A conta é direta: tempo por quilômetro = 3.600/velocidade. A 120 km/h, 1 km leva 30 s; a 140 km/h, leva ~25,7 s. O “ganho” é de ~4,3 s por km. Em 100 km, isso dá ~7 minutos. Pouco para justificar risco, multa e consumo maior.
Esse efeito é marginal em altas velocidades: aumentar 20 km/h quando você já está rápido reduz pouco o tempo total. A relação entre velocidade e tempo é inversa, não linear.
Conclusão operacional: o “atalho” do acelerador não entrega o que promete no relógio. E, no Brasil, ainda amplia a chance de punição e sinistro.
Limites de velocidade no Brasil segundo o CTB
No país, a regra geral em rodovias de pista dupla é 110 km/h para automóveis, camionetas e motocicletas, e 90 km/h para pesados. Em pista simples, 100 km/h para leves e 90 km/h para pesados. Sinalização específica pode alterar esses valores.
Esses limites refletem uma política de risco aceitável dado o traçado, o fluxo e a infraestrutura. Em geral, 140 km/h excede o padrão técnico das vias brasileiras.
Para fins de fiscalização, o CTB tipifica o excesso por faixas de gravidade, com multas e suspensão do direito de dirigir quando a velocidade supera 50% do limite. Dirigir acima do permitido não é detalhe administrativo.
Excesso de velocidade no Brasil: o que mostram Senatran, PRF e ANTT
O Anuário da Senatran registrou mais de 21,1 milhões de infrações em 2023; excesso de velocidade liderou o ranking nacional. Isso indica comportamento disseminado que pressiona o risco nas vias.
No recorte das rodovias federais, a PRF informou que, de janeiro a agosto de 2023, excesso de velocidade e ultrapassagem proibida foram causa principal em 3.834 de 44.108 sinistros, com 542 mortes e 4.941 feridos. Velocidade mata.
Em trechos concedidos, a ANTT apontou 1.664 mortes em 2023 nas rodovias federais sob concessão, sinal de que o problema é nacional e persistente.
Por que a intuição engana: risco cresce muito antes do “tempo cair”
A OMS/OPAS mostra que pequenas variações na velocidade elevam fortemente a gravidade dos sinistros. Para pedestres, o risco de morte cresce ~4,5 vezes ao passar de 50 para 65 km/h; em colisões entre carros, 65 km/h já implica risco altíssimo aos ocupantes.
Em sistemas seguros, a recomendação técnica é adequar velocidade, separação de fluxos e barreiras. Onde há chance de colisão frontal ou lateral, velocidades altas não são compatíveis com vida.
Portanto, “apertar” de 120 para 140 km/h piora o risco muito mais rápido do que melhora o tempo. O custo-benefício é desfavorável em qualquer cenário realista.
Boas práticas: chegar com segurança vale mais que ganhar minutos
Planeje saída e paradas. Se precisar recuperar tempo, não use a velocidade como variável de ajuste. Prefira manter margem e distância de segurança.
Em rodovias federais, respeite o limite sinalizado e evite ultrapassagens fora de locais permitidos. Esses dois comportamentos estiveram ligados a centenas de mortes em 2023.
Se o trajeto exigir ritmos mais altos, verifique condições da via e restrinja a pressa a trechos seguros e dentro da lei. Segurança viária é uma conta sistêmica, não individual.
Quer opinar? Comente: você arriscaria ~7 minutos em 100 km por mais risco e multa? Limites dinâmicos deveriam existir em mais trechos ou isso normaliza o “pé pesado”?