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Matemática te assusta? Nova técnica com choques cerebrais melhora desempenho em até 29% e anima especialistas da educação

Publicado em 08/07/2025 às 08:38
Matemática, Estudo, Choques cerebrais
Imagem: IA
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Estudo com choques cerebrais leves mostrou melhora de até 29% em alunos com dificuldades em matemática após cinco dias de estimulação

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford testou um método curioso para melhorar o desempenho em matemática. Usando choques elétricos leves e controlados no cérebro, os cientistas conseguiram aumentar o rendimento de estudantes com dificuldades nessa área.

A técnica, chamada estimulação transcraniana por ruído aleatório (tRNS), foi aplicada em um grupo de voluntários e mostrou resultados promissores.

Como foi o experimento

A equipe do pesquisador Roi Cohen Kadosh recrutou 72 estudantes para participar do experimento. Todos usaram um gorro com eletrodos durante cinco dias seguidos.

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Os choques aplicados eram suaves e indolores. O objetivo era estimular áreas do cérebro ligadas ao aprendizado e à memorização.

Antes de aplicar a técnica, os cérebros dos alunos foram escaneados. Os pesquisadores estavam interessados em duas regiões específicas: o córtex pré-frontal dorsolateral, que ajuda a aprender coisas novas, e o córtex parietal posterior, responsável por recordar essas informações.

Durante cinco dias, os estudantes resolveram tarefas de matemática, focando tanto em descobrir soluções quanto em repetir respostas decoradas.

Metade dos participantes recebeu a estimulação real. A outra metade recebeu um placebo, servindo de grupo de controle.

Resultados surpreendentes

Os estudantes que tinham conexões mais fracas entre as regiões cerebrais mapeadas foram os que mais se beneficiaram.

Após a aplicação do tRNS, esses alunos melhoraram de 25% a 29% nas tarefas. Em alguns casos, chegaram a superar colegas com facilidade natural para a matemática.

Segundo os cientistas, a estimulação ajuda os sinais elétricos fracos do cérebro a se tornarem mais detectáveis.

É como se um leve ruído ajudasse uma mensagem fraca a ser ouvida com mais clareza. Essa lógica é conhecida como ressonância estocástica.

Na prática, o tRNS aumenta as chances de neurônios mais lentos dispararem no momento certo. Isso pode ser útil especialmente para quem tem mais dificuldade em aprender números e fórmulas.

Nem todo mundo melhora após os choques controlados

Apesar dos bons resultados em pessoas com dificuldade, a técnica não funciona para todos. Em testes anteriores com professores de matemática, o desempenho chegou a piorar. Isso mostra que os efeitos do tRNS dependem do perfil de quem o recebe.

Essa não é a primeira vez que a equipe de Kadosh estuda o uso de choques cerebrais para melhorar o raciocínio.

Em 2013, os pesquisadores já haviam apontado que a técnica podia dar um impulso duradouro em habilidades matemáticas.

Além disso, os ganhos pareciam se transferir para novas situações, não ficando restritos apenas ao que foi praticado.

Ainda é cedo para uso prático

Mesmo com os resultados positivos, os especialistas dizem que ainda não sabemos exatamente como essa técnica funciona.

Existem aparelhos de estimulação cerebral disponíveis para uso doméstico, mas os cientistas alertam que o cérebro humano é complexo.

A forma e a química cerebral variam de pessoa para pessoa, e isso pode afetar os efeitos da estimulação.

Por enquanto, o tRNS é visto como uma ferramenta promissora, mas que precisa de mais estudos antes de ser usada em larga escala.

Matemática: por que isso importa

O estudo vai além do desempenho em provas. Ele trata de uma questão social mais ampla. Em países desenvolvidos, cerca de 25% dos adultos têm habilidades matemáticas equivalentes às de uma criança de 7 anos.

Isso interfere na renda, no acesso a empregos, na saúde e até na confiança das pessoas na sociedade.

A maioria das iniciativas para resolver esse problema foca em melhorar o ensino. Mas a pesquisa mostra que a biologia do aluno também é um fator importante. Estimular o cérebro diretamente pode ajudar a reduzir desigualdades profundas.

Ao integrar psicologia, neurociência e educação, os cientistas buscam novas formas de ajudar quem mais precisa. Isso pode abrir portas para mais oportunidades profissionais e uma vida melhor no futuro.

Desigualdades no aprendizado

Estudos anteriores já mostraram que disparidades educacionais começam cedo e se tornam maiores com o tempo.

Isso é chamado de “efeito Matthew”, em que alunos que começam bem tendem a melhorar mais, enquanto quem tem dificuldades acaba ficando para trás.

Por isso, o fato de o tRNS ajudar especialmente quem tem dificuldades chama atenção. A técnica pode oferecer uma forma de equilibrar o jogo para alunos com menos facilidade.

Mas os pesquisadores deixam claro: não há planos para aplicar o método de forma ampla neste momento. O foco agora é entender melhor os efeitos e os limites dessa tecnologia.

Com informações de ZME Science.

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Romário Pereira de Carvalho

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