Bilionário acumula terras, ergue estruturas colossais e levanta dúvidas sobre seus verdadeiros planos no arquipélago
Mark Zuckerberg está construindo mansões no Havaí em ritmo acelerado e com discrição extrema. O projeto, que já custou mais de US$ 300 milhões, inclui duas casas principais, diversos edifícios menores e até um bunker subterrâneo. As construções estão concentradas na ilha de Kauai, onde o CEO da Meta já soma cerca de 930 hectares de terra.
Segundo apuração da revista Wired, o nível de sigilo é tão alto que os trabalhadores do canteiro assinam acordos de confidencialidade rígidos. Ex-funcionários compararam o ambiente a um “clube da luta”. O objetivo final do projeto permanece um mistério, embora fontes ligadas ao bilionário afirmem que se trata de moradias para amigos, familiares e funcionários.
Projeto bilionário em expansão silenciosa
Desde 2014, Mark Zuckerberg está construindo mansões no Havaí em um processo gradual, porém constante. Em 2023, o Kolau Ranch, nome dado a uma das propriedades, já somava US$ 270 milhões em investimentos. A estrutura incluía duas mansões gigantes, um abrigo subterrâneo de 460 m² e pelo menos 30 quartos e banheiros distribuídos em 12 prédios.
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Em 2024, a área foi ampliada com mais três edifícios de padrão funcional, cada um com 16 cômodos. Segundo a representante Brandi Hoffine Barr, os novos blocos devem abrigar visitantes e empregados. Dois deles custaram entre US$ 3,5 e US$ 4 milhões.
Bunker, mistério e críticas da comunidade
Um dos elementos mais polêmicos é o bunker subterrâneo, apelidado por Zuckerberg de “refúgio” ou “porão”. A existência do abrigo e os recursos aplicados como sistemas de energia autônoma levaram especialistas a compará-lo aos bunkers de sobrevivência encomendados por outros bilionários.
Mark Zuckerberg está construindo mansões no Havaí em uma região sensível. Parte das terras adquiridas cobre antigos cemitérios locais. O professor Julian Ako, morador da região, conseguiu o direito de visitar os túmulos de seus bisavós, enterrados dentro da área cercada pelo complexo. A comunidade teme que descobertas de restos mortais não sejam divulgadas por conta dos contratos de silêncio impostos aos trabalhadores.
Reflexo de uma tendência global
Zuckerberg não está sozinho. Outros bilionários, como Jeff Bezos, Oprah Winfrey e Larry Ellison, também compraram terras no Havaí. Ellison, inclusive, é dono de quase toda a ilha de Lanai. A consequência tem sido o aumento acelerado no preço dos imóveis e a expulsão de moradores locais, incapazes de arcar com os custos.
O impacto dessa ocupação também gerou efeitos indiretos. Segundo a empresa SAFE, especializada em bunkers de luxo, os pedidos de projetos cresceram após a divulgação dos planos de Zuckerberg. Hoje, abrigos subterrâneos com autonomia energética e recursos de sobrevivência estão em alta no mercado de milionários.
Você acha que o investimento de bilionários como Zuckerberg está beneficiando ou prejudicando o Havaí?