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Marinha Espanhola contrata Navantia para estudo de porta-aviões de 40 mil toneladas inspirado no Charles de Gaulle

Publicado em 14/07/2025 às 09:05
Espanha estuda seu primeiro porta-aviões convencional; veja o projeto
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Marinha Espanhola contrata o estaleiro Navantia para avaliar a construção de um navio de 40.000 toneladas, inspirado no francês Charles de Gaulle, para substituir sua frota atual.

De acordo com reportagens de jornais espanhóis como o El País e o El Debate, a Espanha deu o primeiro passo para um dos projetos militares mais ambiciosos de sua história recente. A Marinha Espanhola contratou oficialmente o estaleiro público Navantia para realizar um estudo de viabilidade para a construção do seu primeiro porta-aviões convencional. A iniciativa visa fortalecer a capacidade de defesa do país e garantir sua autonomia estratégica no mar.

O projeto, que ainda depende da aprovação do governo após a conclusão dos estudos, é uma resposta direta à necessidade de modernizar a frota e substituir os atuais caças da Marinha, que estão próximos do fim de sua vida útil. Se for adiante, a Espanha se juntará a um seleto grupo de nações com capacidade de operar um navio deste porte.

Um estudo de viabilidade para um navio de 40.000 toneladas

O estaleiro Navantia tem a missão de detalhar as especificações técnicas e o orçamento para a construção do novo navio. Embora os detalhes ainda não estejam finalizados, as primeiras informações apontam para um projeto grandioso, inspirado no porta-aviões francês Charles de Gaulle.

A ideia é construir um navio com mais de 260 metros de comprimento e um deslocamento de cerca de 40.000 toneladas. Diferente do modelo francês, que tem propulsão nuclear, o porta-aviões convencional espanhol utilizaria um sistema de propulsão tradicional. O convés de voo teria capacidade para operar até 30 aeronaves de última geração.

Por que a Espanha precisa de um novo porta-aviões?

Marinha Espanhola contrata Navantia para estudo de porta-aviões de 40 mil toneladas inspirado no Charles de Gaulle
Navio da Marinha Espanhola é o Juan Carlos I

Atualmente, o principal navio da Marinha Espanhola é o Juan Carlos I. No entanto, ele não é um porta-aviões convencional, mas sim um “Navio de Assalto Anfíbio”. Sua principal limitação é que ele só pode operar com aeronaves de decolagem curta e pouso vertical (STOVL), como os caças AV-8B Harrier II.

O problema é que os caças Harrier estão se aproximando do fim de sua vida útil e o único substituto disponível no mercado com as mesmas características é o F-35B, de fabricação norte-americana. A construção de um porta-aviões convencional, com catapultas e cabos de frenagem, permitiria à Espanha operar caças mais modernos e diversificados, como uma possível versão naval do futuro caça europeu FCAS, reduzindo a dependência tecnológica dos Estados Unidos.

A inspiração no Charles de Gaulle e a experiência da Navantia

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O estaleiro Navantia não parte do zero. A empresa já tem experiência na construção de grandes navios militares, como o TCG Anadolu, a nau capitânia da Marinha Turca, que foi projetada pela empresa espanhola. Além disso, segundo o portal Infodefensa, a Navantia também estaria desenvolvendo um projeto de porta-aviões de mais de 300 metros em parceria com a Turquia, o que serviria como um importante aprendizado.

A inspiração no Charles de Gaulle francês serve como um parâmetro de capacidade e tamanho, mas a Espanha busca uma solução mais barata e de propulsão convencional.

Um movimento estratégico no cenário de rearmamento europeu

A decisão de estudar a construção de um porta-aviões convencional se insere em um contexto de tensões geopolíticas e de rearmamento na Europa. Ter um navio com essa capacidade é visto como um importante fator de dissuasão e de projeção de poder.

Países como o Japão, que por décadas foi uma nação desmilitarizada, já revelaram seu primeiro porta-aviões desde a Segunda Guerra Mundial. A iniciativa espanhola segue essa tendência global de fortalecimento das capacidades de defesa, em um momento em que a autonomia estratégica se tornou uma prioridade para as nações europeias.

Um projeto de longo prazo, 15 anos para ver o gigante no mar

A construção de um navio dessa complexidade é um projeto de longo fôlego. Mesmo que o estudo de viabilidade da Navantia receba a aprovação do governo espanhol, a estimativa é que o primeiro porta-aviões convencional do país leve pelo menos quinze anos para ficar pronto e entrar em operação. O caminho é longo e dependerá de um forte e contínuo investimento financeiro nas próximas décadas.

Você acha que a Espanha deve investir em um projeto tão caro e demorado? Deixe sua opinião nos comentários.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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