O urânio vindo para o Brasil é originário da Suécia e da Alemanha; o transporte envolveu rigorosas medidas de segurança para prevenir possíveis ameaças terroristas e minimizar riscos ambientais.
Uma complexa operação de transporte, descrita como uma verdadeira “operação de guerra”, movimentou uma tonelada de urânio do Porto do Rio de Janeiro para Resende.
A operação, coordenada pela Marinha, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar, teve como objetivo abastecer as Usinas Nucleares de Angra 1 e 2 com material importado pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Segurança máxima na zona Portuária
A operação foi realizada no último dia 5 de junho, mas revelada somente nesta quarta-feira (19) pelo jornal O Globo, que informou ainda que, para garantir a segurança do transporte, a Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis do Rio de Janeiro (Cesportos-RJ) elevou o nível de proteção nas instalações da Zona Portuária.
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O urânio, originário da Suécia e da Alemanha, chegou em dois contêineres a bordo do navio BBC PEARL. Ao chegar por aqui, entre as medidas de segurança reforçadas, incluíram-se o monitoramento contínuo da operação e do perímetro, aumento do número de vigilantes, implementação de barreiras até o costado e um controle rigoroso de acesso ao terminal. Antes da chegada do navio, barcos da Marinha do Brasil realizaram uma varredura do canal para assegurar que não houvesse ameaças.
Urânio é alvo de terroristas e criminosos
O urânio, um elemento radioativo, é extremamente perigoso. Ele é alvo de grupos terroristas e criminosos que buscam fabricar armas nucleares ou dispositivos radiológicos.
Além disso, representa um grave risco ambiental, podendo contaminar solo e água. O processo de descontaminação das áreas afetadas é complexo, custoso e demorado, aumentando a preocupação com a segurança no seu transporte.
Escolta e transporte rigorosos
Segundo O Globo, o Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal (Nepom/PF) foi responsável pela escolta e segurança aproximada do navio até o porto. Toda a operação de descarga foi acompanhada pela guarda portuária.
O transporte terrestre do urânio até Resende foi realizado em um comboio de escolta, que incluía duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), um carro do Comando Operacional Tático da Polícia Federal, duas carretas com a carga e um veículo de apoio.
Processo de armazenamento e utilização
De acordo com a INB, o urânio foi distribuído em cerca de 500 varetas. As pastilhas de urânio são empilhadas em varetas feitas de zircaloy, uma liga resistente. Este conjunto de varetas é mantido rigidamente por meio de grades, garantindo a segurança do material durante o transporte e armazenamento.
Urânio: onde encontrar e por que tão perigoso
O urânio é um elemento natural que pode ser encontrado em pequenas quantidades em rochas, solo e água. No entanto, o urânio enriquecido, utilizado como combustível nuclear, é obtido através de um processo complexo e caro que aumenta sua concentração.
Este tipo de urânio é especialmente perigoso devido à sua radioatividade e potencial uso em armas nucleares e os riscos associados são numerosos.
Nesse sentido, além do perigo de uso em armas nucleares, a exposição ao urânio pode causar sérios problemas de saúde, como câncer, devido à sua radioatividade.
A contaminação do meio ambiente é outro risco significativo, pois o urânio pode poluir o solo e a água, afetando ecossistemas inteiros e colocando em risco a saúde pública.
A recente operação de transporte de urânio do Porto do Rio para Resende destaca a complexidade e os riscos envolvidos no manuseio deste material perigoso.
Com rigorosas medidas de segurança e a coordenação de várias forças de segurança, a operação foi realizada com sucesso, garantindo o abastecimento das Usinas Nucleares de Angra 1 e 2. No entanto, a vigilância contínua e os protocolos de segurança são essenciais para diminuir os riscos associados ao transporte e armazenamento de urânio, protegendo tanto a população quanto o meio ambiente.