Margem equatorial deve impulsionar autossuficiência e desenvolvimento sustentável do Brasil
A Petrobras estima que a exploração da Margem Equatorial, localizada entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, poderá adicionar R$ 419 bilhões ao PIB brasileiro. Além disso, poderá gerar 2,1 milhões de empregos diretos, o que reforça seu impacto econômico e social.
O estudo foi apresentado pela gerente-geral de Licenciamento Ambiental e Meio Ambiente da Petrobras, Daniele Lomba, durante palestra na Fundação Getulio Vargas (FGV), em 17 de outubro de 2025, conforme o Estadão Conteúdo.
Durante o evento, Lomba destacou que as bacias da Margem Equatorial são maiores que as do Sudeste, como Campos, Santos e Espírito Santo. Essas bacias sustentam a produção de petróleo desde a década de 1950 e representam um importante pilar da matriz energética nacional.
Segundo Lomba, “do Rio Grande do Norte ao Amapá é uma área maior do que as bacias do Sudeste, então é essencial conhecer esse potencial”. Por isso, ela ressaltou que o desenvolvimento da região é fundamental para garantir a autossuficiência energética e ampliar a segurança nacional.
Nova fronteira e segurança energética
Em alinhamento com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, Daniele Lomba defendeu que a adição energética é essencial para fortalecer a segurança global do setor, e não apenas uma transição energética.
Ela destacou que “o petróleo é indispensável para a segurança energética do planeta, e nenhum grande produtor deixou de produzir por motivos ambientais”. Dessa forma, segundo Lomba, é necessário equilibrar produção e preservação ambiental de maneira estratégica e responsável.
A executiva reforçou ainda que a Margem Equatorial poderá reduzir a pobreza energética e fortalecer a economia brasileira. Assim, a exploração dessa nova fronteira se torna vital para consolidar o Brasil como potência energética mundial.
Impacto bilionário e geração de empregos
O estudo da Petrobras apresenta projeções otimistas sobre o impacto econômico da região. Inspirada na experiência da Guiana, que hoje produz cerca de 700 mil barris de petróleo por dia, a simulação aponta que o Brasil pode alcançar resultados expressivos.
De acordo com o levantamento, a exploração plena da Margem Equatorial poderá gerar 2,1 milhões de empregos diretos e acrescentar R$ 419 bilhões ao PIB nacional. Além disso, estima-se uma arrecadação de R$ 25 bilhões em tributos e R$ 20 bilhões em royalties e participações especiais.
Esses números reforçam o papel da região como motor do crescimento econômico e da ampliação da arrecadação pública. Com isso, a Petrobras reforça sua meta de garantir segurança energética e desenvolvimento sustentável.
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Perspectiva de desenvolvimento sustentável
O levantamento aponta que a Margem Equatorial é um dos principais vetores de autossuficiência energética e crescimento sustentável do país. Além disso, o projeto busca equilibrar responsabilidade ambiental e retorno econômico.
Para efeito de comparação, o PIB do Amapá, em 2025, é de aproximadamente R$ 23 bilhões, valor muito inferior ao impacto estimado pela Petrobras. Esse contraste demonstra o tamanho do potencial econômico dessa nova fronteira.
A empresa afirma que todas as atividades seguirão padrões ambientais rigorosos, em conformidade com as exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Dessa forma, o projeto reforça o compromisso da estatal com práticas sustentáveis.
Contexto geográfico e operação licenciada
A Margem Equatorial brasileira abrange uma extensa faixa da costa do Norte e Nordeste, indo do Rio Grande do Norte até o Amapá. Essa região tem despertado grande interesse técnico e econômico, tanto pela Petrobras quanto pelo governo federal.
Em outubro de 2025, a Petrobras obteve licença de operação do IBAMA para iniciar perfuração exploratória no bloco FZA-M-059, em águas profundas do Amapá. A área está localizada a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e 175 quilômetros da costa, o que a torna uma das zonas mais promissoras da costa brasileira.
Esse avanço representa um marco importante para a autossuficiência energética nacional e consolida o Brasil como exemplo de exploração responsável e sustentável de recursos naturais.



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