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Manutenção de carro: impacto da alta nos preços de peças e pneus em 2025 

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 22/10/2025 às 20:42
Carro; Manutenção; Peças; Pneu.
Fonte: IA.
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O retrato da manutenção automotiva no Brasil: Entenda por que os custos dispararam, o que influencia essa alta e como reduzir o impacto no seu bolso 

Manter o carro em dia com a manutenção nunca foi tão desafiador e caro. Em 2025, o mercado automotivo brasileiro vive um cenário de aumento expressivo no custo das peças e dos pneus, afetando diretamente motoristas particulares, frotistas e profissionais de aplicativos. 

Segundo dados do Sindipeças, o setor de autopeças movimenta hoje cerca de R$ 60 bilhões, e cresceu mais de 50% nos últimos quatro anos, impulsionado justamente pela elevação dos preços dos carros novos. Com veículos zero-quilômetro até 85% mais caros desde 2019, a maioria dos brasileiros optou por manter o carro atual rodando mais tempo, o que elevou a procura por oficinas e componentes de reposição. 

Esse fenômeno é conhecido como “efeito retenção”: quando o consumidor posterga a troca do veículo, ele investe mais em manutenção, o que pressiona toda a cadeia de serviços e aumenta preços. O Brasil, com frota envelhecida (idade média de 10,3 anos), é um dos países onde esse impacto mais se sente na prática. 

Peças e pneus: os vilões silenciosos do orçamento 

Um dos fatores que mais encareceu o custo de manutenção é o aumento global no preço das peças automotivas. Desde a pandemia, as cadeias de fornecimento enfrentam desafios de logística e variação cambial, já que mais de 70% das peças usadas no Brasil têm algum componente importado. 

Itens como bomba de combustível, módulo eletrônico, catalisador e amortecedores tiveram aumentos que variam entre 20% e 60% em relação a 2023. Oficinas relatam que, em alguns modelos, o custo de substituição de uma simples bomba pode ultrapassar R$ 3.000, e a troca completa de amortecedores dianteiros chega facilmente a R$ 4.500, dependendo da marca. 

Já os pneus viraram protagonistas da alta de custos. Além da inflação de matérias-primas (borracha e petróleo), o mercado passou por reajustes sucessivos. Pneus de aro 15 — comuns em carros compactos — que custavam R$ 380 em 2022 agora são encontrados por R$ 520 a R$ 600 em 2025. Pneus de SUVs e utilitários esportivos ultrapassam R$ 1.200 cada. 

O problema é que o pneu não é um item que dá para adiar: ele é essencial para a segurança e desempenho. Um jogo de pneus de baixa qualidade pode aumentar o consumo de combustível, desgastar a suspensão e até comprometer o sistema de frenagem, gerando outros custos de manutenção. 

Efeito dominó: manutenção mais cara gera impacto em série 

Quando uma peça ou pneu custa mais, toda a estrutura de manutenção se desestabiliza. Oficinas relatam que os clientes têm priorizado reparos urgentes e adiado revisões preventivas, o que, a médio prazo, agrava os problemas. 

Um exemplo simples: o motorista adia a troca de óleo ou filtro de combustível. O resultado é um desgaste precoce do motor e da bomba injetora, o que pode gerar prejuízo de até R$ 6.000. O mesmo vale para os pneus: se o rodízio não é feito a cada 10 mil km, o desgaste irregular exige substituição antes do previsto, elevando o gasto em até 30%. 

Além disso, o encarecimento das peças importadas — impulsionado pelo câmbio e pelo custo do frete marítimo — faz com que até componentes básicos, como pastilhas de freio e sensores, tenham reajustes acima da inflação oficial. O preço médio de uma revisão completa em um carro de passeio popular, que custava R$ 1.200 há dois anos, hoje ultrapassa R$ 2.000 em centros automotivos de grandes capitais. 

Como reduzir o impacto da manutenção sem comprometer a segurança 

A elevação nos custos é uma realidade, mas o motorista pode agir para reduzir o impacto da manutenção sem abrir mão da segurança. Confira medidas práticas: 

  • Faça manutenção preventiva. Trocar o que está perto do limite evita que o problema se multiplique. Um filtro de combustível sujo, por exemplo, pode danificar o sistema de injeção — um prejuízo de milhares de reais. 
  • Verifique o estado dos pneus com frequência. Calibragem incorreta e alinhamento atrasado são responsáveis por até 20% do desgaste prematuro. 
  • Prefira peças originais ou de boa procedência. Peças paralelas baratas podem custar caro depois, pois tendem a ter vida útil menor e comprometer outros sistemas do carro. 
  • Planeje revisões com antecedência. Muitas oficinas oferecem desconto em revisões agendadas ou pacotes anuais. 
  • Pesquise antes de comprar. Um mesmo jogo de pneus pode variar até 40% de preço entre lojas físicas e virtuais. 

Esses cuidados, além de aumentar a durabilidade das peças e dos pneus, ajudam o carro a manter desempenho e valor de revenda, já que veículos com histórico de manutenção completa tendem a desvalorizar menos. 

Tendências para 2025: manutenção mais tecnológica e especializada 

As novas gerações de veículos estão cada vez mais complexas. Sensores, sistemas de assistência, baterias de alta tensão e eletrônica embarcada exigem equipamentos de diagnóstico modernos e técnicos capacitados. 

Com isso, oficinas independentes precisam investir em tecnologia e treinamento para acompanhar as exigências dos carros mais novos. Essa modernização, embora necessária, também encarece os serviços. 

Segundo o relatório Oficina Brasil Conecta 2025, o mercado de reparação automotiva deverá movimentar R$ 70 bilhões até 2026, impulsionado justamente pela transição tecnológica e pela necessidade crescente de manutenção especializada. 

Outro movimento é a popularização dos planos de manutenção programada e assinaturas de serviços automotivos, que permitem diluir custos ao longo do ano, modelo já adotado por montadoras como Toyota e Volkswagen no Brasil. 

O futuro da manutenção automotiva e o desafio do motorista brasileiro 

O cenário de 2025 mostra que a manutenção não é mais apenas uma despesa periódica: é uma decisão financeira estratégica. Saber quando revisar, onde comprar e como usar o carro impacta diretamente o orçamento mensal. 

Mesmo com o avanço da eletrificação, a frota nacional continuará majoritariamente composta por motores a combustão por pelo menos mais uma década. Isso significa que o setor de peças e pneus seguirá aquecido e os preços continuarão sensíveis à economia global. 

A melhor saída é a informação: conhecer seu carro, planejar cada revisão e usar o consumo a seu favor. Afinal, no trânsito brasileiro de 2025, quem entende de manutenção dirige com mais segurança e gasta menos. 

E você, leitor: já sentiu no bolso o aumento no preço das peças e pneus?  

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WEDISON
WEDISON
22/10/2025 20:57

EU COMPREI PNEUS EM 2021, POR 185 REAIS E O MESMO PNEU NO FINAL DE 2022 POR 399 REAIS.

Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

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