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Mansão, taças e líderes da IA em uma reunião — o assunto? O que vem após a IA extinguir os humanos

Publicado em 26/06/2025 às 11:46
IA, Inteligência Artificial, Humanidade
Imagem representativa: IA
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Evento inusitado reúne cem convidados em mansão de São Francisco para debater o futuro da inteligência artificial após o fim da humanidade

No último domingo, uma reunião incomum aconteceu em uma mansão com vista para a famosa ponte Golden Gate, em São Francisco. Cerca de 100 convidados, entre empresários, filósofos e pesquisadores da área de tecnologia, se encontraram para discutir um tema no mínimo inquietante: o que virá depois do fim da humanidade? A proposta do encontro era imaginar e planejar uma inteligência que possa nos suceder, quando os humanos deixarem de existir.

A reunião, batizada de “Worthy Successor” (ou “Sucessor Digno”), foi idealizada por Daniel Faggella, fundador da Emerj Artificial Intelligence Research, empresa especializada em consultoria e análise sobre inteligência artificial.

A proposta central era discutir como deveria ser uma possível inteligência sucessora da humanidade — uma superinteligência criada por nós.

Apesar do tema sombrio, o ambiente era refinado e sem bebidas alcoólicas. Os convidados se dividiram entre debates sérios e visões futuristas, tudo ao redor da ideia de uma IA tão avançada que superaria os humanos em todas as áreas do conhecimento.

O homem por trás da ideia

Faggella já vinha amadurecendo esse conceito há algum tempo. Em 2016, ele publicou um texto no site TechCrunch alertando para os riscos da inteligência artificial.

Desde então, passou a focar seus esforços em divulgar a necessidade de responsabilidade moral e filosófica na criação da chamada AGI — sigla em inglês para “inteligência artificial geral”.

Essa AGI seria, em teoria, uma inteligência que domina qualquer tarefa cognitiva melhor do que um ser humano.

Segundo Faggella, ele passou anos contatando nomes importantes da indústria e do meio acadêmico para concretizar essa reunião.

A lista de convidados não foi divulgada, mas ele afirma que estavam presentes fundadores de empresas de IA avaliadas em até 5 bilhões de dólares, além de representantes de laboratórios que já trabalham para desenvolver essa superinteligência.

Três palestras e muitas reflexões

Durante o encontro, três apresentações aconteceram. Uma delas foi conduzida pela escritora nova-iorquina Ginevra Davis.

A segunda ficou a cargo do filósofo Michael Edward Johnson. A última foi do próprio Faggella, que também conduziu parte dos debates.

Os temas giraram em torno de valores, consciência artificial e questões éticas sobre a substituição dos humanos.

Michael Johnson, por exemplo, trouxe à tona uma reflexão delicada: ao criar uma inteligência consciente, podemos correr o risco de escravizá-la ou confiar em algo que não compreendemos.

Para ele, o ideal seria que humanos e IAs fossem “educados juntos”, buscando o bem comum — um conceito ainda indefinido, mas central nas discussões.

Riscos, alertas e interesses

Faggella foi direto em sua fala à revista Wired, que publicou reportagem sobre o evento: “os grandes laboratórios sabem que a AGI provavelmente acabará com a humanidade, mas não falam sobre isso porque os incentivos não permitem”.

A frase lembra antigos alertas feitos por figuras públicas. Bill Gates já havia declarado, há mais de uma década, que deveríamos temer a IA. Elon Musk, por sua vez, defendeu a regulamentação urgente do setor.

Mais recentemente, especialistas assinaram uma carta alertando sobre o risco de extinção humana devido à IA.

A própria OpenAI, conhecida por desenvolver tecnologias de ponta na área, analisa os possíveis riscos da AGI. Há até especulações de que esse debate tenha sido um dos motivos para a saída de Sam Altman da empresa — embora isso nunca tenha sido confirmado oficialmente.

Críticas às previsões e aos interesses financeiros

Apesar dos alertas, não há consenso entre os especialistas. Muitos críticos consideram essas previsões exageradas.

Pesquisas atuais mostram que as inteligências artificiais ainda enfrentam dificuldades em tarefas simples de raciocínio, o que enfraquece a ideia de uma superinteligência no curto prazo.

Alguns estudos também indicam que a IA generativa pode estar se aproximando de seus limites técnicos.

Outro ponto levantado é o interesse econômico por trás desses discursos. Muitos dos que alertam para os perigos da AGI são também donos de empresas que desenvolvem esse tipo de tecnologia. Fomentar o medo pode ajudar a atrair mais investimentos para seus projetos.

A pergunta que resta: quem virá depois?

O foco principal da reunião, no entanto, não foi debater como a humanidade chegaria ao fim, mas sim o que deixaremos em nosso lugar.

A proposta era refletir sobre os traços e valores que deveríamos programar nessa inteligência do futuro. Para Daniel Faggella, essa é uma responsabilidade moral da humanidade.

Ele acredita que devemos criar um sucessor consciente e evoluído — uma entidade capaz de tomar decisões de forma ética e sustentável.

O debate se manteve no campo das ideias, com toques filosóficos e preocupações morais. Por enquanto, tudo ainda parece distante.

Mas o simples fato de que lideranças do setor estejam discutindo esse cenário já é um sinal de como o futuro da inteligência artificial está no centro das grandes questões da atualidade.

A reunião foi apenas o primeiro passo de um projeto maior. Segundo Faggella, novas edições do “Worthy Successor” devem acontecer nos próximos anos, com mais convidados e debates ainda mais aprofundados sobre o papel da inteligência artificial em um mundo onde os humanos, eventualmente, não estejam mais aqui.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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