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Mais vendido no Brasil do que na Itália, Vaporetto sumiu após um conflito empresarial — entenda o que aconteceu

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 15/07/2025 às 09:54
Mais vendido no Brasil do que na Itália, Vaporetto sumiu após um conflito empresarial — entenda o que aconteceu
Foto: Reprodução/Exame
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Ícone entre os eletrodomésticos de vapor, o Vaporetto dominou lares brasileiros nos anos 90 antes de desaparecer do mercado. Descubra os bastidores do sucesso relâmpago e entenda os motivos por trás do sumiço do Vaporetto Brasil

O Vaporetto foi um fenômeno marcante no mercado brasileiro nos anos 90, destacando-se como o eletrodoméstico de vapor mais vendido no Brasil, superando até mesmo seu país de origem, a Itália. A popularidade do Vaporetto estava ligada à sua proposta inovadora de limpeza doméstica com vapor, que conquistou milhões de lares ao oferecer praticidade, eficiência e sustentabilidade.

Porém, o sumiço do Vaporetto Brasil, resultado de um conflito empresarial, intrigou consumidores e especialistas. Hoje, exploramos o sucesso do Vaporetto nos anos 90, os motivos que levaram ao seu desaparecimento e os impactos dessa trajetória no mercado brasileiro.

Vaporetto nos anos 90: auge do eletrodoméstico de vapor no Brasil

O Vaporetto foi fabricado pela empresa italiana Polti e introduzido no Brasil em 1993. Rapidamente, ganhou popularidade devido ao seu diferencial: a limpeza a vapor, que dispensava produtos químicos e oferecia uma higienização mais profunda de superfícies, tecidos e ambientes. Essa inovação conquistou especialmente o público brasileiro, que passou a adotar o produto em larga escala.

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Conforme dados da revista Exame, o Brasil tornou-se o principal mercado do Vaporetto em poucos anos, ultrapassando até mesmo a Itália em volume de vendas. Campanhas publicitárias eficazes, demonstrações em shoppings e vendas diretas fizeram parte da estratégia para tornar o eletrodoméstico conhecido e desejado.

O contexto econômico favorável da época, com crescimento da classe média e aumento do poder aquisitivo, também contribuiu para o sucesso do Vaporetto nos anos 90. As famílias buscavam produtos que facilitassem as tarefas domésticas, e o Vaporetto entregava exatamente isso, aliando inovação tecnológica a um apelo ecológico.

O sumiço do Vaporetto no Brasil: conflito empresarial que marcou o mercado

Apesar do sucesso e reconhecimento, o Vaporetto começou a desaparecer do mercado brasileiro a partir do final dos anos 90, devido a um conflito empresarial envolvendo a Polti e João Apolinário, empresário brasileiro fundador da Polishop. Inicialmente, Apolinário foi responsável pela representação e comercialização do Vaporetto no Brasil, criando uma base sólida para o produto.

No entanto, divergências comerciais e disputas jurídicas levaram ao rompimento da parceria em 2000. A Polti decidiu encerrar suas operações no Brasil e vendeu sua participação local para Apolinário. A Polishop, então, passou a comercializar produtos de limpeza a vapor sob marcas próprias, deixando o Vaporetto original fora do mercado.

Esse episódio é o principal motivo do sumiço do Vaporetto Brasil. A marca, que dominava o mercado nos anos 90, deixou de ser produzida e distribuída oficialmente, afastando-se do consumidor brasileiro e abrindo espaço para novas marcas e soluções no segmento de limpeza a vapor.

Como o sucesso do Vaporetto nos anos 90 influenciou o mercado e o que mudou após o sumiço

O sucesso do Vaporetto nos anos 90 marcou o início da popularização dos eletrodomésticos de vapor no Brasil, trazendo inovação e consciência ambiental para o mercado doméstico. A marca se tornou sinônimo de qualidade e tecnologia, criando uma base sólida de consumidores.

Com o sumiço do Vaporetto Brasil, o mercado ficou aberto para novas marcas e produtos concorrentes, que aproveitaram a lacuna deixada. A Polishop, por exemplo, capitalizou seu modelo de vendas diretas para manter a categoria ativa, oferecendo produtos similares ao Vaporetto, mas sob suas próprias marcas.

Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o setor de eletrodomésticos segue em crescimento no Brasil. Em 2024, o volume de vendas de eletrodomésticos aumentou 5% no primeiro trimestre em comparação ao ano anterior, impulsionado pela busca dos consumidores por produtos que otimizam a rotina doméstica, incluindo soluções práticas como os eletrodomésticos de vapor. Contudo, a marca Vaporetto, tão popular nos anos 90, não conseguiu recuperar seu espaço no país.

A trajetória da Polti após o sumiço do Vaporetto Brasil

Após a saída do mercado brasileiro, a Polti manteve sua atuação focada na Europa, onde é uma referência em soluções de limpeza a vapor. O site oficial da empresa destaca seu compromisso com inovação tecnológica e sustentabilidade, direcionando seus esforços para o desenvolvimento de produtos eficientes para uso residencial e profissional.

O sucesso do Vaporetto nos anos 90 no Brasil representou uma exceção na história da Polti, que hoje prefere atuar em mercados onde tem controle total sobre distribuição e estratégias, evitando conflitos societários como o ocorrido no Brasil.

O legado do Vaporetto nos anos 90 e o cenário atual dos eletrodomésticos de vapor

Mesmo com o sumiço do Vaporetto Brasil, o legado do produto permanece. O Vaporetto popularizou o uso do vapor como método de limpeza eficiente e sustentável, mudando hábitos e elevando a expectativa dos consumidores por produtos que ofereçam praticidade e reduzam o uso de químicos.

Atualmente, o mercado brasileiro conta com diversos eletrodomésticos de vapor, incluindo mops, vaporizadores de roupas e limpadores portáteis, que seguem a linha de inovação iniciada pelo Vaporetto nos anos 90. A preferência do consumidor por soluções sustentáveis e práticas reforça a influência duradoura do produto.

Lições do caso Vaporetto: importância das parcerias e gestão empresarial

A trajetória do Vaporetto no Brasil ilustra como disputas empresariais podem afetar profundamente a continuidade de um produto, mesmo em casos de grande sucesso comercial. O eletrodoméstico de vapor, que liderou as vendas no país nos anos 90, foi retirado do mercado por questões corporativas, destacando a necessidade de alianças estratégicas bem estruturadas.

O sucesso do Vaporetto nos anos 90 evidenciou o potencial brasileiro para inovações tecnológicas no mercado doméstico. Já o sumiço do Vaporetto Brasil mostrou que o planejamento, a gestão e a governança empresarial são fundamentais para garantir a longevidade e a competitividade das marcas.

Para consumidores, o caso Vaporetto é um exemplo de como marcas podem moldar hábitos e expectativas de consumo. Para empresas, é uma lição sobre a importância da negociação, da transparência e do alinhamento de interesses para o sucesso sustentável.

Hoje, o Vaporetto é lembrado como um ícone da inovação dos anos 90, um símbolo da transformação no modo como os brasileiros enxergaram a limpeza doméstica e o uso de tecnologia no dia a dia.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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