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Mais um FPSO monumental da MODEC, construído em estaleiro chinês, está a caminho do Brasil para atender projetos da Equinor no campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 30/05/2023 às 08:02
FPSO da MODEC que vai atender o campo Bacalhau para a Equinor Brasil
FPSO Bacalhau; Fonte: Dalian Shipbuilding

Estaleiro da chinesa DISC entrega um inovador FPSO da MODEC à norueguesa

Dalian Shipbuilding Industry Company (DSIC), um segmento da China State Shipbuilding Corporation (CSSC), fez a entrega de uma imponente Plataforma Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO, na sigla em inglês) para um campo operado pela Equinor no Brasil.

FPSO Bacalhau: Conquista da Engenharia Naval

Em meados de 2021, a Equinor autorizou o investimento final (FID) para o projeto Bacalhau, com um aporte de $ 8 bilhões. Não muito tempo após essa decisão, a MODEC validou o contrato com a Equinor para realizar a engenharia, compra, construção e instalação do FPSO Bacalhau. Este contrato surgiu a partir de um Acordo de Compra e Venda (SPA) para o FPSO, assinado entre a Equinor e a MODEC no início de 2020.

Com base na informação disponibilizada quando o aço inicial para o FPSO foi cortado pelo estaleiro chinês BOMESC, este unidade marítima seria o primeira a utilizar o casco M350 da MODEC, uma nova geração de cascos para FPSOs, com design de casco duplo completo. Este foi projetado para suportar um topside maior e uma maior capacidade de armazenamento em relação aos petroleiros VLCC convencionais, apresentando uma vida útil de projeto mais extensa. Segundo a MODEC, esta será uma das maiores embarcações já enviadas ao Brasil.

FPSO Bacalhau: Um Marco para a DSIC

Em uma atualização recente, a Dalian Shipbuilding confirmou a entrega oficial do FPSO Bacalhau em 26 de maio de 2023, marcando o sétimo novo FPSO construído pelo fabricante chinês. Segundo a DSIC, este FPSO é o maior projeto de engenharia offshore do mundo, projetado de acordo com as últimas especificações da Det Norske Veritas (DNV), que é adequado para condições ambientais marinhas específicas no Brasil, África Ocidental, Austrália, e outras regiões.

Além disso, a embarcação é apropriada para operações de desenvolvimento de petróleo e gás em muitas áreas marítimas ao redor do mundo, reduzindo os custos operacionais do proprietário. O FPSO mede 364 metros de comprimento, 64 metros de largura, 33 metros de profundidade, com um calado projetado de 22,65 metros, deslocamento superior a 460 mil toneladas e uma área de convés de 17,4 mil metros quadrados, equivalente a três campos de futebol padrão.

A DSIC destacou a cooperação estreita entre as partes envolvidas e o espírito de “uma equipe, um objetivo”, que permitiu superar conjuntamente os desafios de mão de obra e da cadeia de suprimentos, culminando no reboque da embarcação.

Capacidade e especificações técnicas deste FPSO

Com uma capacidade de produção de 220.000 barris por dia, equivalente a uma planta terrestre de processamento de petróleo e gás com uma área de 10 quilômetros quadrados, o módulo superior de tratamento de petróleo e gás do FPSO Bacalhau pesa 50.000 toneladas. A embarcação possui até 34.000 tubos, pesando cerca de 4.000 toneladas, e o comprimento total dos cabos é de cerca de 800.000 metros, que equivale à distância em linha reta de Dalian a Xangai.

O FPSO requer um baixo nível de manutenção e atende ao requisito de não atracar por 30 anos. Possui 22 tanques de óleo de carga, com uma capacidade total de armazenamento de óleo de carga de 2 milhões de barris. A embarcação será implantada no campo de Bacalhau, localizado nas licenças BM-S-8 e Norte de Carcará, na região do pré-sal da Bacia de Santos, em águas com profundidade de 2.050 metros, a cerca de 185 quilômetros da costa de Ilhabela, São Paulo, Brasil.

O projeto de Bacalhau, que contará com 19 poços submarinos conectados ao FPSO, possui reservas recuperáveis de mais de dois bilhões de barris de óleo equivalente (boe), incluindo a área de Bacalhau Norte. A produção está programada para começar em 2025.

Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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