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Mais resistente que o aço: 9 materiais com dureza de até 9,5 na escala Mohs, capazes de suportar calor acima de 3.400 °C e moldar desde turbinas a jato até joias

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/09/2025 às 18:02
Conheça 9 metais e ligas incrivelmente resistentes, com dureza de até 9,5 Mohs e pontos de fusão extremos que revolucionaram várias indústrias.
Conheça 9 metais e ligas incrivelmente resistentes, com dureza de até 9,5 Mohs e pontos de fusão extremos que revolucionaram várias indústrias.
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Descubra os 9 materiais mais resistentes já conhecidos, com dureza quase comparável ao diamante e aplicações que vão da indústria aeroespacial às joias

Os metais moldaram o progresso da civilização humana, desde as primeiras ferramentas e armas até as máquinas e tecnologias avançadas de hoje. Mas nem todos os metais são criados iguais: alguns se destacam por sua incrível dureza, resistência e capacidade de suportar condições extremas.

Esses materiais raros não são apenas curiosidades científicas, mas vitais em indústrias que exigem resiliência e durabilidade.

Maneiras de medir a força

A resistência dos materiais é medida de várias maneiras, cada uma refletindo como um material responde a diferentes tipos de estresse.

A resistência à tração mede a força máxima que um material pode suportar antes de se romper ao ser puxado. Em contraste, a resistência à compressão avalia sua capacidade de resistir ao esmagamento, frequentemente expressa em PSI ou na escala de dureza de Mohs.

Outro parâmetro importante é a resistência ao escoamento, que descreve o ponto em que um material se deforma permanentemente sob tensão, marcando o limite entre flexibilidade elástica e falha estrutural.

Para engenheiros que projetam estruturas de suporte de carga, esse é um dado essencial. Já a resistência ao impacto avalia a capacidade de um material de absorver choques repentinos sem quebrar, lembrando que dureza nem sempre significa tenacidade.

De elementos naturais encontrados nas profundezas da Terra a ligas projetadas em laboratórios, esses materiais revelam a força surpreendente escondida nos recursos do planeta. A seguir, conheça os nove mais notáveis.

1. Boro – Dureza de Mohs: 9,5

O boro foi descoberto em 1808 por Joseph-Louis Gay-Lussac e Louis Jacques Thenard, na França, e de forma independente por Sir Humphry Davy, no Reino Unido.

O nome deriva do bórax, o primeiro mineral extraído. Sua dureza excepcional, quase comparável ao diamante, não o torna adequado para ferramentas, porque ele é frágil.

Mesmo assim, sua importância é enorme: compõe vidros borossilicatos altamente resistentes, é usado como absorvedor de nêutrons em reatores nucleares e integra cerâmicas avançadas.

O boro ilustra como dureza extrema não significa versatilidade mecânica, mas pode significar utilidade em nichos estratégicos.

2. Carboneto de tungstênio – Dureza de Mohs: 9,0 a 9,5

Resultado da combinação de tungstênio e carbono sob calor e pressão intensos, o carboneto de tungstênio surgiu no início do século XX para atender indústrias de corte e perfuração. Tornou-se rapidamente indispensável, oferecendo dureza quase igual ao diamante, mas com maior tenacidade.

Seu uso é amplo: brocas, ferramentas de corte, máquinas de mineração, revestimentos resistentes ao desgaste e matrizes de trefilação. Além disso, aparece em motores, munições perfurantes e até joias, onde sua resistência a arranhões e brilho são valorizados.

3. Cromo – Dureza de Mohs: 8,5

Louis-Nicolas Vauquelin identificou o cromo em 1797 ao estudar um mineral da Sibéria. Trata-se do metal elementar puro mais duro, mas seu papel principal está em ligas. O aço inoxidável, por exemplo, depende de pelo menos 10,5% de cromo para resistir à corrosão.

A cromagem também ganhou espaço na estética e na proteção de automóveis, acessórios e máquinas, reforçando como um metal pode marcar tanto a ciência quanto a cultura popular.

4. Tungstênio – Dureza de Mohs: 7,5

Isolado em 1783 por Juan José e Fausto Elhuyar a partir da volframita, o tungstênio, ou volfrâmio, é célebre por seu ponto de fusão recorde: 3.422 °C. Essa característica o torna vital em aplicações de altíssima temperatura.

Filamentos de lâmpadas, bicos de foguetes e escudos térmicos dependem de sua durabilidade. A indústria aeroespacial, em especial, não abre mão desse metal quando se trata de suportar calor e pressão extremos.

5. Vanádio – Dureza de Mohs: 7,0

Descoberto em 1801 por Andrés Manuel del Rio, o vanádio se destaca por seus efeitos poderosos quando adicionado a ligas. Pequenas quantidades bastam para aumentar a resistência à tração e ao desgaste do aço.

Ele aparece em ferramentas de alta velocidade, molas, eixos e virabrequins automotivos. Fora da metalurgia, o pentóxido de vanádio catalisa a produção de ácido sulfúrico e impulsiona novas baterias de fluxo redox para armazenamento de energia em larga escala.

6. Rênio – Dureza de Mohs: 7,0

O rênio foi o último elemento natural descoberto, em 1925, por Walter Noddack, Ida Tacke e Otto Berg. Seu ponto de fusão atinge 3.186 °C, mantendo resistência em condições extremas.

Pás de turbinas de motores a jato utilizam ligas de rênio para enfrentar calor e estresse. Já as ligas de tungstênio-rênio criam termopares que medem até 2.200 °C. Na petroquímica, catalisadores de rênio são essenciais para processos de hidrogenação e reforma.

7. Ósmio – Dureza de Mohs: 7,0

Smithson Tennant descobriu o ósmio em 1803, junto com o irídio, ao analisar resíduos da platina dissolvida. É o elemento natural mais denso, mas sua fragilidade e toxicidade reduzem as aplicações.

No passado, foi usado em pontas de canetas-tinteiro e agulhas de fonógrafos. Hoje, aparece em áreas especializadas, como detecção de impressões digitais e contatos elétricos de alto desgaste.

8. Tântalo – Dureza de Mohs: 6,5

Andres Gustaf Ekeberg identificou o tântalo em 1802 em minerais da Finlândia. Nomeado em homenagem a Tântalo, da mitologia grega, é famoso pela resistência à corrosão.

Seu uso é variado: equipamentos de processamento químico, capacitores em eletrônicos como smartphones e computadores, aplicações médicas e componentes aeroespaciais. Essa versatilidade mostra como um material raro pode se espalhar por diferentes setores.

9. Irídio – Dureza de Mohs: 6,5

Descoberto em 1803 por Tennant junto com o ósmio, o irídio combina dureza com resistência impressionante à corrosão, mesmo em temperaturas elevadas. Isso o torna vital em setores de alta performance.

Na aviação, eletrodos com ponta de irídio aumentam a durabilidade de velas de ignição. Nos últimos anos, o metal ganhou espaço na produção de LEDs e tecnologias avançadas de displays, reforçando seu papel moderno.

O valor estratégico dos metais mais resistentes

Esses nove materiais revelam como dureza, resistência e durabilidade não são apenas atributos técnicos, mas forças que moldam sociedades e economias. O boro, apesar de frágil, protege reatores nucleares; o carboneto de tungstênio fura rochas e molda joias; o rênio sustenta motores a jato; o irídio ilumina telas modernas.

Cada um desses elementos ou ligas representa uma solução engenhosa para os desafios da natureza e da indústria. Quando usados em conjunto, permitem avanços que vão do transporte aéreo à medicina, da construção civil à tecnologia eletrônica.

O futuro da ciência e da engenharia continuará a depender de como a humanidade combina esses recursos para superar limites. Afinal, a busca por materiais mais resistentes nunca foi apenas técnica, mas também uma forma de ampliar horizontes.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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